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Gíria Ano XXI- Nº 133 Setembro e Outubro de 2020
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Veja o que me mandouRubem Amaral
Junior :
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do programaSem Papas na Língua, com Ricardo Boechate
Dionisio de Souza
naBand News Fluminense, em 19,07.2018sobre o lançamento da 9ª. Edição
do Dicionário de Gíria.
https://fatosfotoseregistros.wordpress.com/2018/07/19/spl20180719/
Por
Letícia
Mori, BBC
29/08/2020
16h32 Atualizado há
52 minutos
Aritana
era
poliglota e conhecia profundamente a cultura de diversos povos do Xingu
— Foto:
AFP via BBC
Quase
um mês
após a morte
do líder indígena
Aritana Yawalapiti,
aos 71 anos, por
Covid-19, seu filho mais velho, Tapi
Yawalapiti,
relembra à BBC News Brasil como eram as
conversas cotidianas com o pai.
Um
dos mais
importantes e respeitados líderes dos povos do Território Indígena do
Xingu,
Aritana tinha ascendência yawalapiti
e kamayurá e falava dez línguas,
de pelo menos três
troncos linguísticos diferentes.
"Quando
meu pai falava comigo em yawalapiti,
eu compreendia tudo e respondia em kamayurá,
a língua
da minha avó, mãe do meu pai", explica Tapi
em
português, uma das cinco línguas faladas por ele.
00:00/00:19
Morre
aos 71 anos, de
Covid-19, o cacique Aritana da etnia Yawalapiti
Quando
seu
pai morreu, Tapi estava
estudando a língua yawalapiti
com Aritana. Sua partida foi um golpe duro para
a sobrevivência deste idioma, que está 'em perigo crítico' de
desaparecer,
segundo a Unesco.
"A
perda do meu tio Aritana é a perda de 98% da nossa
língua", disse Watatakalu
Yawalapiti,
sobrinha de Aritana, em uma declaração após a morte do tio.
Tapi
explica que ainda há
alguns outros falantes da
língua yawalapiti vivos —
dois tios mais
velhos, por exemplo — mas que seu pai tinha um conhecimento mais
profundo, mais
técnico, que tentava passar para os mais jovens.
Tapi
Yawalapiti
vai defender um mestrado sobre sua língua materna na Universidade de
Brasília —
Foto: TAPÍ YAWALAPITI via BBC
A
língua yawalapiti não é
a única em risco de
desaparecer.
O
Brasil tem pelo menos 190 idiomas que correm o mesmo risco,
segundo o Mapa das Línguas em
Perigo da Unesco. A morte de diversos anciãos indígenas devido à
pandemia torna
essa situação ainda mais crítica.
Sem
controle, a epidemia de Covid-19 ameaça destruir, junto com a vida de
milhares
de pessoas, culturas inteiras de alguns povos, levando ao que
representantes
indígenas chamam de "verdadeiro
extermínio de
etnias".
"Os anciãos que estão desaparecendo são as bibliotecas vivas de todo esse conhecimento tradicional — da língua, dos costumes, das danças, da música. Esse conhecimento se preserva nos mais velhos, e é através deles
que
chega aos
jovens e se reproduz", explica Angel Corbera
Mori, professor de linguística da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e
especialista em línguas ameríndias.
Aldeias
yanomami também estão
ameaçadas pela pandemia — Foto: Victor Moriyama
/ ISA
via BBC
As
perdas de
idosos indígenas acontecem no país todo. Só no Xingu, a covid-19 causou
a morte
do ancião Juca Kamayurá,
do líder Jamiko
Nafukuá e de Mamy Kalapalo,
chefe da aldeia Kuluene.
Entre
os Kokama, no
Amazonas, ao menos 37
morreram com sintomas de Covid-19, segundo a Associação
dos Índios Kokama
Residentes no Município de Manaus (Akim),
a maioria idosos.
Em Alter do Chão, no Pará, a doença levou Lusia dos Santos Borari, de 87 anos, ainda no início da pandemia, em março. Em Roraima, morreu em junho Bernaldina José Pedro, anciã de 75 anos do povo
macuxi que vivia na na Terra Indígena Raposa Serra
do Sol.
Em
uma ação
levada ao STF, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)
disse que "falhas e omissões" do poder público no combate à epidemia
do novo coronavírus
entre os povos indígenas
brasileiros estão levando a um "verdadeiro genocídio".
Essas
populações têm, segundo a entidade, uma taxa de letalidade
pelo vírus de 9,6%, enquanto, na população em geral, a taxa é de 4%,
segundo o
Ministério da Saúde.
A Apib diz ainda que o governo
está não apenas falhando, mas
ativamente colocando os indígenas em risco. Diversos pesquisadores já
alertaram
para o risco de a pandemia dizimar essas populações no país.
O
governo
nega que haja negligência, mas batalhou na Justiça para não precisar
cumprir os
pedidos da Apib.
No
entanto,
o STF determinou em votação unânime que o governo tome medidas para
garantir o
combate à pandemia e atenda a medidas específicas pedidas pela
entidade, como a
criação de uma barreira sanitária e retirada de invasores de terras
indígenas.
Bernaldina
morreu em junho, vítima de
Covid-19 — Foto: Jaider
Esbell
via BBC
Bernaldina José Pedro, de 75 anos, era uma guardiã dos costumes tradicionais e da língua macuxi. Ela tinha acabado de voltar para sua casa, na comunidade Maturuca, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol,
em Roraima,
quando morreu
de Covid-19 no fim de
junho, após 11 dias de batalha contra
a doença.
Ela
contraiu
o coronavírus na
comunidade pouco tempo depois de voltar de uma temporada no estúdio do
filho
adotivo (também em Roraima) o artista macuxi
Jaider Esbell, que estava
aprendendo a falar macuxi
com a mãe.
Essa
língua
não corre risco de desaparecer, porque tem muitos falantes e até já foi
sistematizada em dicionários, mas muitos conhecimentos tradicionais se
foram
com Bernaldina.
"Ela
conhecia um vocabulário completo, uma variedade enorme
de construções", afirma Jaider.
"É uma
perda irreparável."
Ele era aprendiz de macuxi, um trabalho que envolvia muitas práticas. "Ela passou um período fazendo panelas de barro, fazendo a tradução dos cantos comigo, falando os nomes dos materiais, dos elementos (na língua materna).
Infelizmente, esse processo foi interrompido", lamenta.
"Embora minha língua esteja salva, é sempre difícil manter, porque existe no Brasil a ilusão de uma língua padrão (o português), de uma língua 'nacional', e as crianças cada vez mais estão aprendendo só o português e tendo menos contato com a língua materna",
afirma
Jaider, que
pretende fazer um memorial em nome de Bernaldina.
Ele
diz que
vai continuar fazendo as atividades que ela sempre quis preservar, como
os
trançados, os cantos, os remédios, as
panela de barro,
atividades culturais.
Jairder
conta que a comunidade da
mãe em Roraima sofreu muito com a pandemia, especialmente no início. "A
gente teve uma onda bem difícil, perdemos muitos professores e
anciãos",
diz.
Aritana
era uma liderança
reconhecida pelos diversos povos do Xingu — Foto: Tapí
Yawalapiti via BBC
Em
meio à
mais recente luta para que que seu direito à saúde seja garantido, os yawalapiti continuam sua batalha
de décadas para
preservação do seu povo, que já esteve próximo de desaparecer.
"A
nossa história é muito longa, meu povo quase foi
extinto", conta Tapi.
"Morreram muitos e
restaram só seis ou sete pessoas, pré-adolescentes, que foram morar em
outras
aldeias."
A
última
aldeia desapareceu, e os yawalapiti
que restaram
cresceram em meio a outros povos, falando outras línguas no dia-a-dia.
"Eles
ficaram muito tempo morando longe, acabaram não tendo
mais contato. Então, havia o meu povo, mas ele estava espalhado", conta
Tapi.
Com a
chegada dos irmãos Orlando e Cláudio Villas Bôas, sertanistas que
lutaram pela
demarcação de terras indígenas no Xingu, veio também seu alerta de que
ameaças
como os garimpos e o desmatamento estavam cada vez mais próximas.
Líderes
indígenas então se atentaram para a importância da preservação de seus
povos e
tiveram ajuda dos irmãos Villas Bôas nessa tarefa.
Paru,
avô de Tapi e pai de
Aritana, foi um dos líderes
responsáveis por reunir novamente os yawalapiti
espalhados e reativar a antiga aldeia.
Hoje, Tapi trabalha para concluir seu mestrado na Universidade de Brasília, para o qual estudou e relatou a língua yawalapiti com o pai. A defesa da dissertação teria sido em maio, mas foi adiada para novembro por causa da pandemia.
"Esse
projeto será uma grande lembrança do
meu pai", conta ele.
Além
de
chefe da aldeia Tuatuari,
Aritana era defensor do
território indígena, ativista pelos direitos dos povos do Xingu e
guardião da
cultura para os kamayurá
e yawalapiti
— e até para outros povos que não faziam parte da sua ascendência.
"Meu
pai era visto como uma liderança geral no Xingu", diz Tapi,
que agora tem a missão de assumir o papel de líder da etnia e defensor
do Xingu
que era de seu pai.
"O
Xingu está de luto, mas eu recebi muita força, muita gente dizendo
'você agora
assumirá o papel do seu pai'. É uma grande responsabilidade", diz ele.
"Nossa
cultura é muito forte — os jovens dançam, pintam,
estão cantando as músicas, mas o que está enfraquecido é a língua
materna", afirma.
Faz
parte de
seus planos produzir um livro didático para ensinar a língua para
crianças e
jovens de seu povo — muitas delas falam línguas como kamayurá.
O
quanto o
idioma é falado de forma fluente por gerações mais jovens e usado no
dia a dia
são alguns critérios para estabelecer o quanto ele está em perigo,
explica o
linguista Angel Corbera
Mori
Português
não é para amador.
Um
poeta escreveu:
*"Entre
doidos e doídos, prefiro não acentuar".
*
Às
vezes, não acentuar parece mesmo a solução.
Eu,
por exemplo, prefiro a carne ao carnê.
Assim
como, obviamente, prefiro o coco ao cocô.
No
entanto, nem sempre a ausência do acento é favorável...
Pense
no cágado, por exemplo, o ser vivo mais afetado
quando alguém pensa que o acento é mera decoração.
E
há outros casos, claro!
Eu
não me medico, eu vou ao médico...
Quem
baba não é a babá.
Você
precisa ir à secretaria para falar com a secretária.
Será
que a romã é de Roma?
Seus
pais vêm do mesmo país?
A
diferença na palavra é um acento; assento não tem
acento.
Assento
é embaixo, acento é em cima.
Embaixo
é junto e em cima separado.
Seria
maio o mês mais apropriado para colocar um maiô?
Quem
sabe mais entre a sábia e o sabiá?
O
que tem a pele do Pelé?
O
que há em comum entre o camelo e o camelô?
O
que será que a fábrica fabrica?
E
tudo que se musica vira música?
Será
melhor lidar com as adversidades da conjunção
”mas” ou com as más pessoas?
Será
que tudo que eu valido se torna válido?
E
entre o amem e o amém, que tal os dois?
Na
sexta comprei uma cesta logo após a sesta.
É
a primeira vez que tu não o vês.
Vão
tachar de ladrão se taxar muito alto a taxa da tacha.
Asso
um cervo na panela de aço que será servido pelo
servo.
Vão
cassar o direito de casar de dois pais no meu país.
Por
tanto nevoeiro, portanto, a cerração impediu a
serração.
Para
começar o concerto tiveram que fazer um conserto.
Ao
empossar, permitiu-se à esposa empoçar o palanque de
lágrimas.
Uma
mulher vivida é sempre mais vívida, profetiza a
profetisa.
Calça,
você bota; bota, você calça.
Oxítona
é proparoxítona.
Na
dúvida, com um pouquinho de contexto, garanto que o
público entenda aquilo que publico.
E
paro por aqui, pois esta lista já está longa.
Realmente,
português não é para amador!
Como estamos na 'Era Digital', foi necessário
rever os velhos ditados existentes e adaptá-los à nova realidade. Veja
alguns:
01. A pressa é inimiga da conexão.
02. Amigos, amigos, senhas à parte.
03. Antes só, do que em chats aborrecidos.
04. A arquivo dado não se olha o formato.
05. Diga-me que chat freqüentas
e te direi quem és.
06. Para bom provedor uma senha basta.
07. Não adianta chorar sobre arquivo deletado.
08. Em briga de namorados virtuais não se mete o mouse.
09. Em terra off-line, quem tem um 486 é rei.
10. Hacker que ladra, não morde.
11. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.
12. Mouse sujo se limpa em casa.
13. Melhor prevenir do que formatar.
14. O barato sai caro. E lento.
15. Quando a esmola é demais, o santo desconfia
que tem vírus
anexado.
16. Quando um não quer, dois não teclam.
17. Quem ama um 486, Pentium 5 lhe parece.
18. Quem clica seus males multiplica.
19. Quem com vírus infecta, com vírus será infectado.
20. Quem envia o que quer, recebe o que não quer.
21. Quem não tem banda larga, caça com modem.
22. Quem nunca errou, que aperte a primeira tecla.
23. Quem semeia e-mails, colhe spams.
24. Quem tem dedo vai a Roma.com
25. Um é pouco, dois é bom, três é chat ou
lista virtual.
26. Vão-se os arquivos, ficam os back-ups.
27. Diga-me que computador tens e direi quem és.
28. Há dois tipos de pessoas na informática. Os que perderam
o HD e os que
ainda vão perder...
29. Uma impressora disse para outra: Essa folha é
sua ou é
impressão minha.
30. Aluno de informática não cola, faz backup.
31. O problema do computador é o USB (Usuário
Super Burro).
32. Na informática nada se perde, nada se cria.
Tudo se copia... e
depois se cola.
33. O Natal das pessoas viciadas em computador é
diferente. No dia 25 de Dezembro,
o Papai
Noel desce pelo cabo de rede, sai pela porta serial e diz:
Feliz Natal,
ROM, ROM, ROM!