Jornal
da Gíria Ano XVII- Nº106 – Setembro e Outubro de 2016
Visite
o nosso Facebook,
com as últimas questões gírias e da língua portuguesa.
Clique
nos ícones abaixo
e veja ou ouça o que a equipe do Jornal da Gíria pesquisou sobre a
língua
portuguesa e que é do seu interesse conhecer.
Ouça
aqui giria portuguesa e divirta-se ! (necessario PowerPoint )
Veja o que mandou António Pinho, de Lisboa: A origem da língua portuguesa:
https://www.youtube.com/watch?v=EtBief6RK_I
Veja o que me mandou
Rubem Amaral Junior :
NO
TEMPO EM QUE DONDON JOGAVA NO ANDARAÍ
Um
baita samba, de um grande sambista, de um excepcional letrista ,
estudioso de
cultura popular e autor do espetacular Dicionário
Banto do Brasil e do Dicionário
Escolar Afro Brasileiro;
Coloco Nei Lopes como poeta maior de um grupo que passeou com a gíria
pela Música Popular Brasileira, incluindo Moreira da Silva, o Kid
Morengueira,
como autor e intérprete, Bezerra da
Silva (este como intérprete
de uma plêiade de autores populares) e Dicró (autor e intérprete).
Eu
,Nei
Lopes e Monarco temos
algo em comum: sempre fomos torcedores do América e o América teve uma
perna em
Campos Sales, na Tijuca, e no Andarai, na Teodoro da Silva, onde hoje é
o Iguatemy,
Os times de futebol, do America e do Andaraí, seguiram trajetórias
distintas e
cruéis.
A musica é uma crônica de costumes ,
em idioma
gírio, de um de um Rio de Janeiro que não existe mais.
Quem viveu ou vive no Rio de Janeiro tem dois
tempos de leitura para a letra. A de um passado não tão distante de um
que está
caminhando para o passado distante e deixando de ser tão presente. Se o
mundo
gira, a lusitana roda
e
a fila anda, a
gíria também. Vai se
superpondo em cascata ,
como todos os modismos
, frutos da regeneração linguística.
Naquele tempo, não é exagero, admitirmos que tinha
muito miserê (mao de vaca) e muito tititi.
O tititi virou busilis, confa, rebu, fofoca, futrica, disse-me disse,
mexerico,
coisa e tal.
A venda que virou super, hiper, mega, giga mercado e a quitanda e a
tendinha que viraram hortifruti, mudaram a configuração dos espaços
urbanos,
sem falar no sumiço que os chineses deram aos portugueses com suas
lavanderias,
caldo de cana e pastelaria. Os portugas estão confinados ao bolinho de
bacalhau.
Com fechamento dos puteiros de rua, hoje todo mundo come todo mundo em
casa, peru caseiro e galinha caseira, acabou-se também o ovo cozido com
cerveja
caracu (preta).
“Fast food” era merenda, breakfast, café da amanh,e
jeans era calça Lee, que a eufonia rimava com Andaraí. Conta a
lenda que a calça Lee tinha também outra representação. Quando a
crioula se
metia na calça Lee
o
malandro podia tratar de arrumar outro rolo ou outra parceria. Estava
fechada
para balanço. Mesmo porque era complicado desnudar-se da dita calça;
Lindo associar o desemprego ao desvio
. Hoje,
12 mihões de brasileiros estão no desvio, com uma mao
na frente e outra atrás, para se defender do mensalão e do petróleo,
bem como
dos petralhas, De lascar.
A pessoa metida era esnobe. Continua sendo emproada, nariz empinado,
metida
a sebo, geralmente grosseira ,estúpida,
arrogante,
ignorante
Chamar hoje afeminado de invertido ou invertido de afeminado é arranjar
rolo com
a
comunidade,GLP. GLS,
LGP. , toda a fauna
e a flora deste jardim do lado do Atlantico. É melhor deixar a tropa de
gorgotas, enrustidos, pedófilos, travecos, travestis fazendo suas megas
passeatas em São Paulo, bem longe do Andaraí. Deixem o Dondon em paz.
No
tempo que Dondon jogava no Andaraí
Nossa vida era mais simples de viver
Não tinha tanto miserê, nem tinha tanto tititi
No tempo que Dondon jogava no Andaraí
No tempo que Dondon jogava no Andaraí (2x)
Fast
food era merenda
Breakfast, café da manhã
O hipermercado era venda
E "halls-mentolips", bala de hortelã
Hortifruti era tudo quitanda
E jeans era só calça Lee
No
tempo que Dondon jogava no Andaraí
No tempo que Dondon jogava no Andaraí
Desemprego
era desvio
Loteria era contravenção
Metida era pessoa esnobe
E quem fazia lobby, era "um bom pistolão"
INSS não tinha
Só IAPC, IAPETC e IAPI
No tempo que Dondon jogava no Andaraí
No tempo que Dondon jogava no Andaraí
Tinha
cérebro eletrônico
E vitrola tocava Long Play
Afeminado, invertido,
Gorgota e enrustido era o nome dos gays.
Pedófilo era tarado
Transformista hoje é travesti
No tempo que Dondon jogava no Andaraí
No tempo que Dondon jogava no Andaraí
|
|
|
AS
PRIMEIRAS LETRAS DA NOSSA LÍNGUA
INFLUÊNCIAS DA LÍNGUA ÁRABE NO PORTUGUÊS
Ronald
de Carvalho
“A sabedoria dos Romanos residia no seu cérebro, a dos Indianos na sua
imaginação e a dos Árabes na sua língua”
O Português é uma língua derivada dos dialectos latinos, românicos
peninsulares
ou simplesmente romance, que resultaram da mistura do “latim vulgar”,
falado
pelos soldados romanos, com os dialectos locais existentes na Península
Ibérica
à data da sua ocupação. O Português, primitivamente Galaico-português,
forma-se
directamente a partir do Leonês ou Asturo-Leonês, e tem como substrato
a língua
nativa dos Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios.
O Português sofre inevitavelmente a influência da Língua Árabe,
influência que ultrapassa em muito a extensão que a maioria dos autores
refere,
não só em termos de “marca” no seu léxico, como da própria forma como
se opera.
Adalberto Alves, no seu “Dicionário de Arabismos na Língua Portuguesa”,
esclarece que a influência da língua Árabe, para além dos seus aspectos
evidentes ou visíveis, ou seja, do léxico Árabe directamente transposto
para o
português, deve considerar todos aqueles que chegam ao português de
forma
“encapotada”, através da tradução de textos Árabes por religiosos
cristãos,
cuja origem, “por preconceito religioso (…) a hierarquia da Igreja
queria
apagar” (ALVES, 2013, pág. 17). Adalberto rotula esses termos “algo
jocosamente” de arabim ou arabrego. “A praga de usar nomes e verbos
árabes sem
reconhecê-los como tal, conseguiu vingar, até agora (…) nos dicionários
europeus”. (ALVES, 2013, pág. 19)
Assim, a extensão da influência do Árabe no Português, que a maioria
dos
autores resumem a cerca
de 1.000 substantivos, deve
ser consideravelmente alargada, não só no seu número, que segundo
Adalberto
Alves é de 18.073 termos, como ao nível gramatical, já que inclui não
só
substantivos, como adjectivos, verbos, pronomes, artigos e
interjeições.
(ALVES, 2013, pág. 23)
A influência do Árabe no Português é bastante mais marcada do que no
Castelhano ou no Catalão, línguas que, localizando-se geograficamente
mais
próximas de França recebem a sua influência directa e têm um efeito de
tampão
no Português. A título de exemplo refira-se que aos 18.073 termos que o
Português
recebeu correspondem cerca de 4.000 termos recebidos pelo Castelhano.
Convém também esclarecer que a arabização da Península não impôs nem a
religião Muçulmana nem a língua Árabe como únicas, mantendo-se
“activos”
durante o período do Al-Andalus os dialectos moçárabes e o Hebreu, que
aportaram termos próprios ao Português.
Até 1496, data do decreto de expulsão das minorias muçulmana que não
aceitassem
a conversão forçada ao cristianismo, o processo de influência do Árabe
no
Português persiste, não só nas chamadas “ilhas muçulmanas em território
português”, as mourarias, como através da influência sofrida em
Marrocos pelos
portugueses via “Mouros
de Pazes”. Com a instituição
do terror da Inquisição em 1552, o Árabe é proibido, reduzindo-se à sua
expressão
mínima e clandestina, aescrita “aljamiada”. Inicia-se então um período
de
expurgação de tudo o que é ou soa a Árabe.
Apesar dos mais de 500 anos que durou a presença Árabe em Portugal essa
influência refere-se essencialmente ao léxico, pelo que não podemos
falar de
uma influência estrutural. Um aspecto extremamente relevante é o da
adopção de
muitos termos Árabes na formação do calão português, a chamada “gíria
dos
rufiões“, que no período da inquisição terá tido grande incremento
através da
utilização de expressões e termos encapotados pelos mouriscos e
cripto-muçulmanos.
De seguida procura-se dar, apenas a título de exemplo, uma visão geral
relativa aos aspectos mais evidentes desta influência.
Antes de mais uma referência a quatro exemplos paradigmáticos e que
fazem supor que algumas expressões de caracter religioso perduraram
pelo
engenho popular:
Oxalá (law xá Allah ou
incha Allah, se Deus quiser).
Olá (wa Allah, Deus, saudação).
Olé (wa Allah, Deus, interjeição utilizada como aplauso ou incentivo).
Olarilolé (la illaha ila Allah, não há divindade senão Deus, profissão
de fé
muçulmana).
A grande maioria dos substantivos começa com o artigo definido Al (o ou
a), muitas vezes com o lassimilado à consoante inicial do substantivo,
concretamente quando esta é uma consoante solar. No alfabeto Árabe não
existem
vogais, mas apenas consoantes, e as consoantes dividem-se em consoantes
lunares
e consoantes solares. As consoantes lunares não têm influência na
pronúncia do
l do artigo Al, quando constituem a letra inicial da palavra, como por exemplo em Alferes (o
cavaleiro), Almeida (a mesa) ou
Alcântara (a ponte). Mas as consoante
solares quando
colocadas na mesma posição assimilam o l do artigo Al, duplicando o seu
valor.
Por
exemplo
Azeite escreve-se Alzeite em Árabe, mas pronuncia-se Azzeite pelo facto
de o z ser uma consoante solar. Daí a origem de termos como Azulejo,
Açorda ou
Atalaia.
Outras formas comuns de início de termos de origem Árabe são as
palavras
que começam por x(Xadrez, Xarope ou Xerife) ou por enx (Enxaqueca,
Enxoval ou
Enxofre).
Outras palavras são caracterizadas pela terminação, como as que
terminam em i
(Javali, Muftiou Sufi), em il
(Cordovil, Mandil ou
Anil), em im (Alecrim, Carmesim ou Cetim) e as terminadas em afe ou
aque
(Alcadafe, Almanaque ou Atabeque).
Algumas consoantes Árabes não entram nos vocábulos portugueses por uma
questão de não se adaptarem à forma de pronunciar do português, como o
h que
geralmente se transforma em f, como em Alfama (do Árabe Alhammam),
Alfazema (do
Árabe Alhuzaima) ou Alface (do ÁrabeAlhassa).
“Volta do Mercado Saloio” de Roque Gameiro
.
Saloio é a designação dos muçulmanos expulsos de Lisboa após a sua
conquista
pelos portugueses, que se instalaram na área rural situada a Norte e
Poente da
cidade; a origem do termo não reúne consenso, sendo a explicação mais
plausível
a que defende que deriva da palavra صلاة
“salat”
ou “oração”,
já
que designava aqueles que rezavam 5
vezes por
dia “fazendo
o çala”, e que eram chamados na época “çaloyos”; esta seria
também a origem de “çalayo”, nome do imposto pago sobre o pão na região
de
Lisboa; outra explicação é a origem do termo na palavra ساحلي
“saheli”,
que significa “habitante
do litoral”;
outra ainda é a origem em سلاوي
“salaui”
ou habitante da cidade marroquina de Salé,
designação
local para a população
rural
Os substantivos podem ser agrupados em várias
categorias, maioritariamente
relativas a inovações
ou contributos que os Árabes
introduziram na nossa sociedade, e a topónimos, que se observam de
Norte a Sul do País e que muitas vezes aportam informações sobre o
passado das
próprias localidades.
No primeiro caso refiram-se as designações de cargos públicos (Alcaide,
Almoxarife ou Alferes), termos de tipologias de edificações (Alcácer,
Alcáçova
ou Aljube), de construção (Alvenaria,Azulejo
ou
Açoteia), de instituições administrativas (Aldeia, Arrabalde ou
Alfândega), de
plantas (Arroz, Alfazema ou Alfarroba), de frutos (Tâmara, Romã ou
Ameixa), de
profissões (Alfaiate,Almocreve ou Alfaqueque), de termos relacionados
com a
agricultura (Enxada, Alcatruz ouAzenha), com a actividade militar
(Adaga,
Arsenal ou Arrebate), de termos médicos (Xarope,Enxaqueca ou Alcalino),
de
termos geográficos (Azinhaga, Lezíria ou Albufeira), de unidades de
medida
(Alqueire, Arroba ou Arrátel), de animais (Alcatraz, Lacrau ou Javali),
de
adereços (Alfinete, Almofada ou Alcatifa), de instrumentos musicais
(Adufe,
Alaúde ou Rabeca), de produtos agrícolas e industriais (Azeite, Álcool
ou
Alcatrão), das ciências exactas (Álgebra,Algarismo ou Cifra).
Alguns nomes próprios e apelidos têm também a sua origem em nomes
Árabes, como por exemplo
Leonor (em Árabe Li an-Nur,
ou que vem da luz), Abel (Abu l-, pai de), Fátima (nome de uma das
filhas do
Profeta Maomé), Albuquerque (Abu-l-qurq, ou o do sobreiro),
Bordalo(Badala,
abundante) ou Almeida (Al maida, a mesa).
Muitos termos do calão português, do mais brejeiro ao mais indecente,
têm origem no Árabe. Por exemplo
Marafada (Mraa
Khaina, ou mulher que engana), Mânfio (Manfi, desterrado ouproscrito)
ou ainda
Marado (Marid, ou doente).
No caso dos topónimos, para além da grande maioria de termos iniciados
pelo artigo Al ou pela sua forma com o l assimilado, existem outros com
origem
comum, que podemos agrupar.
Por exemplo, os topónimos iniciados por Ode (do Árabe Ued ou Rio), como
Odemira, Odeceixeou Odeleite.
Os iniciados por Ben (em Árabe Ben ou Ibn significa Filho, mas em
toponímia tem
o significado de Lugar), como Bensafrim, Benfarras ou Benamor.
A título de curiosidade refiram-se alguns topónimos de origem Árabe com
indicação do seu significado:
Albarraque (Albarrak, o brilhante), Albufeira (Albuhaira, a pequena
barragem), Alcabideche(Alqabidaq,
a “mãe de água”), Alcácer (Alqassr, o
castelo), Alcáçovas (Alqassba, a cidadela fortificada), Alcalar
(Alqalaa’, o
forte), Alcaidaria (a chefia), Alcaide (o chefe), Alcains(Alkanissa, a
igreja),
Alcanena (Alqanina, a cabaça), Alcântara (a ponte),
Alcantarilha(diminutivo de
Alcântara), Alcaria (a aldeia), Alcobaça (Alkubasha, os carneiros),
Alcochete(Alqucha, o forno), Alcoentre (Alqunaitara, a ponte pequena),
Alcoitão
(Alqaiatun, a tenda),Alcongosta (Alkunasa, o areal), Alcoutim
(Alkutami, o
falcão), Alfama (Alhamma, a fonte),Alfambras (Alhamra, a vermelha),
Alfarelos
(Alfahar, a louça), Alfeizerão (Alhaizaran, o canavial), Alfarim
(Alfaramin, os
decretos), Alfarrobeira (Alharruba, o mesmo que em português), Alferce
(Alfarz,
o que separa, entre duas colinas), Algarve (Algharb, o
Ocidente),Algeruz (o
canal), Algés (Aljaich, o exército), Algueirão (Aljairan, as grutas),
Alhandra(Alandar, a debulha), Alijó (Alaja, telhado plano), Aljezur
(Aljuzur,
as ilhas), Almacave(Almaqabara, os cemitérios), Almada e Almádena
(Almadana, a
mina), Almansil (a estalagem),Almargem (Almarj, o prado), Almarjão
(Almarjun, o
pedregal), Almedina (a cidade), Almeida (a mesa), Almeirim (Almirin, o
limite),
Almoçageme (a água que corre), Almodôvar (Almuduar, o meandro),
Almoster
(Almustar, lugar de aprovisionamento), Alpedrinha (Albadri,
luarento),Alpiarça
(Albiraz, o duelo), Alqueidão (Alhaima, a tenda), Alte (Altaf,
elegante),
Alvaiázere(Albaiaz, o falcoeiro), Alvalade (Albalad, o campo), Alverca
(Albirka, o pântano), Alvor (Albur, a charneca), Alvorge (Alburj, a
torre),
Anadia (delicada), Arouca (Aruqa, a bela), Arrábida(edifício religioso
fortificado), Arrifana (Arihana, a murta), Arronches (Arauxan, as
penhoras),Arruda (Aruta, planta silvestre), Asseca (o caminho recto e
plano),
Atalaia (lugar alto de onde se exerce vigilância), Aveiro (Aluarai,
retirado,
resguardado), Azambuja (o zambujeiro), Azeitão(Azeitun,
a oliveira), Azóia (Azauia, a ermida).
Belamandil (Banu Mandil, nome de tribo), Bela Salema (Banu Salam,
filhos da
paz, nome de tribo), Belixe (garça), Benaciate (Ben sayyad, lugar ou
filho do
caçador), Benaçoitão (Ben As-Sultan, filho do poder), Benafin (Ben
‘Affan,
filho do puro), Benagil (Ben Ajawid, filho do generoso), Benamor (Ben
‘Ammar,
filho do devoto), Benavente (Ben ‘Abbad, lugar do devoto),Bencatel (Ben
Qatil,
filho da vítima), Benevides (Ben ‘Abid, lugar do adorador), Benfarras
(Ben
Farraj, filho da consolação), Benfica (Ben Fiqa, filho da calmeirona ou
da
mulher alta),Bensafrim (Ben Saharin, lugar dos feiticeiros), Beringel
(beringela), Birre (Bir, poço), Bobadela(Bu abdallah, pai do escravo de
Deus),
Boliqueime (Bu Alhakim, nome próprio), Borba (Birba, labirinto),
Bucelas
(Basala, cebola), Budens (Bu Danis, nome de tribo que governou Alcácer
do Sal),
Burgau (Burqa, zona com o solo pedregoso).
Cacela (Qassila, seara), Cacém (Qassim, nome próprio, que significa
aquele que testemunha),Cacilhas
(Hasila, lixeira),
Caneças (Kanissa, igreja), Cartaxo (Qar at-Taj, residente do
Tejo),Caxias
(Kashih, inimigos), Charneca (Xarnaqa, terreno inculto), Chelas (Xila,
arco),
Colares (Kula, pequeno lago), Coruche (Quraichi, nome de tribo), Cuba
(cúpula),
Elvas (Ilbax, risonha),Estoi (Ustul, esquadra), Estômbar (Ustuwanat,
arcos),
Falacho (solo gretado), Faro (Harun, nome próprio), Fatela (Fath Allah,
vitória
de Deus), Fátima (nome da filha do Profeta Muhammad), Golegã (Ghalghal,
entrar
ou penetrar), Leça (Laza, ferrolho), Loulé (Al’ulia, a elevada), Loures
(Lawr,
lira), Lousã (Lawha, ardósia), Luz (amêndoa).
Mafamede (Muhammad, muçulmano), Mafamude (Mahmmud, louvável), Mafra
(Mahfra,
cova),Magoito (Maqhut, árido), Malhada (lugar de travessia de um rio),
Marateca
(Mar’a at-Taqia, mulher devota), Marvão (Marwan, nome próprio), Massamá
(Maa
as-Sama’, água do céu),Mesquita (Massjid, o mesmo que em português),
Messejana
(prisão), Messines (elogioso),Mora (Murah, pastagem), Moscavide
(Maskbat,
sementeira), Mucifal (Mussafa, vale inundável),Muge (Muhja, alma),
Murça
(Mussa, nome do conquistador Árabe do Gharb Al-Andalus), Nexe (Naxa,
juventude), Niza (disputa).
Odeceixe (Ued Sayh, rio da torrente), Odeleite (Ued Layt, rio do
eloquente),
Odelouca (Ued Luqat, rio das sobras), Odemira (Ued Amira, ou rio da
princesa),
Odiáxere (Ued Arx, rio da punição), Odivelas (Ued Ballas, rio da
terracota),
Oeiras (Urwah, moitas), Olhão (‘Ullyah,elevado), Oura (Awra,
esconderijo),
Ourén (Wahran, nome de cidade na Argélia), Ourique (Wariq, verdejante),
Ovar
(‘Ubr, curso de água), Palmela (Bismillah, ou em nome de Deus),Parchal
(Barjal,
circuito), Penela (Ben Allah, filho de Deus), Peniche (Ben ‘Aixa, filho
de
Aixa),Quelfes (Kallaf, moço de estrebaria), Queluz (vale da
amendoeira), Retaxo
(Ritaj, entrada).
Sacavém (Xaqaban, próximo), Safara (Sahara, deserta), Salema (Salama,
paz),
Sameiro (Samar, junco),
Samouco (Samuq, alto),
Sargaçal (Xarqwasi, arbusto), Serpa (Xarba, poção),Sertã (Saratan,
caranguejo),
Setil (Sabtil, de Ceuta), Sever (Sabir, colina), Sines (Sin,
fortaleza),Sor
(Sur, cerca), Tarouca (Turuq, caminhos), Tavira (Tabira, ruína),
Tercena (Dar
as-Sina, casa da industria), Trofa (Taraf, extremidade), Valada (Balat,
planície), Vau (Wad, rio), Vieira (Bayara, concha), Xabregas
(desfazer),
Zambujal (de Zabbuj, oliveira brava), Zavial (Zauia, azóia),Zêzere
(Za’za’a,
agitação).
Muitos
brasileiros não
entendem tudo o que leem, diz estudo
Estudo
mostra que o Brasil reduziu o número de
analfabetos. Hoje 73% sabem ler e escrever, mas 65% tem algum nível de
dificuldade.
19/02/2016
21h43 - Atualizado em 19/02/2016 21h43
Uma
pesquisa sobre alfabetização chamou atenção pra
dificuldade que os brasileiros têm para entender o que leem. O reflexo
disso
aparece no mercado de trabalho.
Começamos pela notícia boa para os brasileiros. Nos
últimos 15 anos o número de analfabetos no Brasil caiu de 12% para 4%
da
população. Se unirmos analfabetos com os que até leem o nome ou o
letreiro do
ônibus temos os analfabetos funcionais. Número que também caiu em 2001
eram
39%, hoje são 27.
A notícia ruim vem dos alfabetizados. Hoje 73%
sabem ler e escrever, mas 65% tem algum nível de dificuldade.
Então de acordo com a pesquisa, só 8% dos
brasileiros estão nesse melhor índice de alfabetização, conseguem ler e
interpretar qualquer tipo de texto, por mais complicado que ele seja.
Agora se
a gente for olhar a divisão por trabalho, por área de trabalho, tem
três
setores que tem uma média bem melhor, até maior que o dobro da média
nacional.
São eles: comunicação, artes e cultura com 26%,
administração publica 18% dos trabalhadores desses setores estão nesse
melhor
nível de alfabetização e educação com 16%. Esses são os melhores
resultados
nacionais. Agora, vamos combinar que esses não são números muito bons
não.
Os resultados são ainda piores em outros setores.
Construção civil ou indústria tem só 3% no melhor nível de
alfabetização.
Comércio 10%. E a área de saúde apenas 11%.
“Saúde e educação encontram até um percentual de
profissionais proficientes maior
do que outros
setores. Mas se você pensar especificamente nos dois setores, na
importância do
letramento, do alfabetismo, na saúde e principalmente na educação, o
nível é
baixo”, diz Ana Lúcia Lima, coordenadora da pesquisa.
Quer ver um exemplo? Muita gente que vai prestar
concurso corre atrás de reforço.
“A maioria das questões não é você resolver o problema
da matemática. Conta qualquer um faz. Só que você tem que pegar a
interpretação
do texto pra passar pra conta”, explica Alan Galvão, eletricista.
Mas como estamos falando de profissionais, já
adultos e formados, os pesquisadores garantem que a melhoria da escola
não vai
resolver o problema desse pessoal. A ajuda tem que vir do próprio
mercado.
Coisa que uma gigante do
setor de vestuário já percebeu. Oferece
para os
funcionários cursos, aulas, programas pra estudar em casa. Foi um bom
negócio?
“Treinar é muito melhor do que trocar, não só pelo
custo, pelo desempenho. É um dos fatores de retenção muito claros da
nossa
equipe”, diz Michel Sarkis, empresário.