Jornal
da Gíria Ano XVI- Nº98 – Maio e Junho de 2015
Ouça
aqui giria portuguesa e divirta-se ! (necessario PowerPoint )
Veja o que mandou António Pinho, de Lisboa: A origem da língua portuguesa:
https://www.youtube.com/watch?v=EtBief6RK_I
Veja o que me mandou
Rubem Amaral Junior :
Estamos
próximos das 100 edições do Jornal da Gíria, projeto
iniciado em Niterói em janeiro de 1999
Muito
caminho percorrido em defesa da gíria na língua portuguesa
e, principalmente,na
língua brasileira.
Com
dificuldades nos últimos tempos chegamos aos 619 mil
acessos, depois de termos chegado rapidamente aos 500 mil. A
desaceleração é o preço que pago pela concorrência desenfreada na gíria.
Quando
começamos, estávamos sozinhos nos sites de busca sobre
gíria.
Até
então a gíria brasileira apresentava duas vertentes muito
fortes: a do regionalismo e dos barbarismos, solecismos
e vícios de linguagem.
Coloco
no regionalismo, a malandragem carioca. Outras vertentes
se incorporaram com
as
linguagens dos grupos exclusivos, como surfistas, skatistas,
grafiteiros, pichadores,
jornalistas, futebol, celebridades, colunistas, “rappers”, “mcs”,
roqueiros,
funkeiros, motoboys, boys, policiais,
bandidos, malandros, prostitutas, sambistas, homossexuais, etc. A onda
da
periferia encontrou espaço nos jornais populares, no radio , na tevê e
nas
mídias sociais junto a com linguagem sincopada da web, que produz um
tremendo
impacto na estrutura da própria língua brasileira. Fomos pioneiros em
abrirmos
a gíria para todas as linguagens que se incorporaram ao nosso
patrimônio
linguístico.
Em
janeiro de 2015, tivemos 235 sessões, 223 usuários e 256
visualizações.
Fomos
visitados por nacionais de 29 países incluindo Portugal
(Lisboa) , Guatemala
(Guatemala City),Itália, Estados
Unidos (Quezon Crty), Índia (Nova Delhi e Mumbai), Argentina (Buenos
Aires) ,
Alemanha, Indonésia.
No
Brasil, fomos vistos em 113 cidades, inclusive São Paulo, Rio
de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Niterói.
Campinas, Goiânia,
Recife, Porto Alegre, Belém Osasco, Santos
Em
fevereiro, tivemos 305 sessões,289
usuários e 357 visualizações.
Fomos
visitados por nacionais de 27 países, inclusive Portugal
(Lisboa) , Estados
Unidos, Alemanha, Romênia, Costa
Rica, Indonésia, Ìndia (Nova Delhi) , Itália.
No
Brasil, fomos vistos em 134 cidades :
São Paulo Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Santo André.
Brasília,
Porto Alegre, Manaus, Campinas, Fortaleza, Goânia, Sinop, Belém,. Campina Grande, Recife, Santa Maria ,
Gramado.
Em
março, tivemos 498 sessões, 405 usuários e 569 visualizações.
Fomos
visitados por nacionais de 33 países: Estaos unidos, Índia(Nova Delhi e Mumbai),
Portugal, Bósnia-Herzegovina,
França, Itália.
No
Brasil, fomos vistos em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador,
Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Manaus, Goiânia
,
Curitiba, Campinas, Porto Alegre, São Luís, Belém , Brasília,
Uberlândia,
Campina Grande e Cuiabá.
NOVE MANEIRAS PARA CONFERIR SE ELE É OU NÃO
...
1 - Usa
superlativo sintético
Se
o homem usa expressões tipo “isso é
chiquérrimo”, “estou atrasadíssimo”, “é caríssimo”, “você está
lindérrima”.
O
Pitbull é Lassie.
***
2
- Cante
uma parte da música da Lady
Gaga
Se
ele continuar cantando e fizer a
coreografia, tome muito cuidado, são sinais de que:
Essa
Coca é Fanta.
***
3
- Usa
gola V profunda demais
Sim,
gola V agora é moda para homens também,
porém se o V é profundo demais, é por que ele curte explorar a
profundidade
dele também, cuidado:
Essa
tábua leva prego.
***
4
- Repara
no esmalte, maquiagem ou acessórios das amigas
Homem
nada sabe sobre isso! Ele mal sabe
diferenciar mulher maquiada de mulher não maquiada. Agora se ele diz
que a amiga
poderia usar SOMBRA diferente, que exagerou demais no BLUSH ou que o
RÍMEL
deixou os cílios lindos, MUITA
ATENÇÃO:
Essa
vodka é só ice.
***
5
- Separa
sílabas na hora de falar
Característica
muito marcada dos gays, é
separar as sílabas das palavras para dar ênfase no que
estão dizendo.
Se
ele diz, A-DO-RO, LOU-CU-RA, RI-DÍ-CU-LO
Esse
leite é Moça.
***
6
- Reclama
quando tira foto com a galera
Se
naquela hora que todo mundo tirou a foto no
bar, ele olha e diz “Ai, não gostei! Estou horrível, vamos tirar
outra?” FILHA
DO CÉU! Isso é coisa de mulher! Homem não tá nem aí se saiu feio na
foto, o
negócio era registrar o momento, não é pra ficar fazendo pose ou
biquinho.
Essa
salada leva palmito.
***
7
- Pergunte
o que tem nas unhas dele
Se
ele olhar com a mão fechada é hetero, se
olhar por cima do dorso da mão, é gay. Se ele confere com preocupação,
é
“viado”. Homem de verdade nem se preocupa em ver, responde “nem sei” ou
“deve
ser sujeira”. Então se ele se preocupa demais com as unhas, ou até
passa base
para dar um brilho, TENHA CERTEZA:
Esse
mate é erva doce.
***
8
- Sai
com amigas demais e amigos de menos
Nem
sempre quem está rodeado de mulheres é
pegador. Se ele não é visto muitas vezes com homens, é porque na
verdade tem
vergonha que as pessoas suspeitem de algo, então esconde a adoração
pelo mesmo
sexo.
Esse
galo bota ovo.
***
9
- Ele
fica ofendido se dizem que é gay
Homem
que é homem tem consciência da
masculinidade, nem presta atenção a comentários, e quando presta, entra
na
brincadeira e zoa com a galera. Mas se ele reagir com violência, ou
ficar todo
putinho….
Com
certeza esse Batman é Mulher Gato!
***
Fonte:
Internet (circulando por e-mail).
O
Verbo For
João Ubaldo Ribeiro (*
Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já
cheguei, à
altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros
coroas. O
vestibular, é claro, jamais voltará ao que era outrora e talvez até
desapareça,
mas julgo necessário falar do antigo às novas gerações e lembrá-lo às
minhas
coevas (ao dicionário outra vez; domingo, dia de exercício).
O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito
da
Bahia, tinha só quatro matérias: português, latim, francês ou inglês e
sociologia, sendo que esta não constava dos currículos do curso
secundário e a
gente tinha que se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha
ou
matérias que não interessassem diretamente à carreira. Tudo escrito tão
ruybarbosianamente quanto possível, com citações decoradas,
preferivelmente. Os
textos em latim eram As Catilinárias ou a Eneida, dos quais até hoje
sei o
comecinho.
Havia provas escritas e orais. A escrita já dava nervosismo, da oral
muitos
nunca se recuperaram inteiramente, pela vida afora. Tirava-se o ponto
(sorteava-se o assunto) e partia-se para o martírio, insuperável por
qualquer
esporte radical desta juventude de hoje. A oral de latim era
particularmente
espetacular, porque se juntava uma multidão, para assistir à performance
do saudoso mestre de Direito Romano Evandro Baltazar de Silveira.
Franzino,
sempre de colete e olhar vulpino (dicionário, dicionário), o mestre não
perdoava.
— Traduza aí quousque tandem, Catilina, patientia nostra — dizia ele ao
entanguido vestibulando.
— "Catilina, quanta paciência tens?" — retrucava o infeliz.
Era o bastante para o mestre se levantar, pôr as mãos sobre o estômago,
olhar
para a platéia como quem pede solidariedade e dar uma carreirinha em
direção à
porta da sala.
— Ai, minha barriga! — exclamava ele. — Deus, oh Deus, que fiz eu para
ouvir
tamanha asnice? Que pecados cometi,
que ofensas Vos
dirigi? Salvai essa alma de alimária. Senhor meu Pai!
Pode-se imaginar o resto do exame. Um amigo meu, que por sinal passou,
chegou a
enfiar, sem sentir, as unhas nas palmas das mãos, quando o mestre
sentiu duas
dores de barriga seguidas, na sua prova oral. Comigo, a coisa foi um
pouco
melhor, eu falava um latinzinho e ele me deu seis, nota do mais alto
coturno em
seu elenco.
O maior público das provas orais era o que já tinha ouvido falar alguma
coisa
do candidato e vinha vê-lo "dar um show". Eu dei show de português e
inglês. O de português até que foi moleza, em certo sentido. O
professor José
Lima, de pé e tomando um cafezinho, me dirigiu as seguintes palavras
aladas:
— Dou-lhe dez, se o senhor me disser qual é o sujeito da primeira
oração do
Hino Nacional!
— As margens plácidas — respondi instantaneamente e o mestre quase
deixa cair a xícara.
— Por que não é indeterminado, "ouviram, etc."?
— Porque o "as" de "as margens plácidas" não é craseado.
Quem ouviu foram as margens plácidas. É uma anástrofe, entre as muitas
que
existem no hino. "Nem teme quem te adora a própria morte": sujeito:
"quem te adora." Se pusermos na ordem direta...
— Chega! — berrou ele. — Dez! Vá para a glória! A Bahia será sempre a
Bahia!
Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da
Escola
de Administração da Universidade Federal da Bahia e me designassem para
a banca
de português, com prova oral e tudo. Eu tinha fama de professor
carrasco, que
até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles
rapazes
e moças pálidos e trêmulos diante de mim. Uma bela vez,
chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante,
paletó,
gravata e abotoaduras vistosas. A prova oral era bestíssima. Mandava-se
o
candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não
sabiam ler) e
depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra,
qual era
o plural de outra e assim por diante. Esse mal sabia ler, mas não
perdia a
pose. Não acertou a responder nada. Então, eu, carrasco fictício,
peguei no
texto uma frase em que a palavra "for" tanto podia ser do verbo
"ser" quanto do verbo "ir". Pronto, pensei. Se ele
distinguir qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa
e seja o
que Deus quiser.
— Esse "for" aí, que verbo é esse?
Ele considerou a frase longamente, como se eu estivesse pedindo que
resolvesse
a quadratura do círculo, depois ajeitou as abotoaduras e me encarou
sorridente.
— Verbo for.
— Verbo o quê?
— Verbo for.
— Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo.
— Eu fonho, tu fões, ele fõe - recitou ele, impávido. — Nós fomos,
vós fondes, eles fõem.
Não, dessa vez ele não passou. Mas, se perseverou, deve ter acabado
passando e
hoje há de estar num posto qualquer do Ministério da Administração ou
na equipe
econômica, ou ainda aposentado como marajá, ou as três coisas.
Vestibular, no
meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado,
ele deve estar fondo para
quebrar. Fões tu? Com quase toda a certeza, não. Eu tampouco fonho. Mas
ele
fõe!
(*) João Ubaldo Ribeiro foi da
Academia Brasileira de Letras
A
letra P no português.
A
língua portuguesa, junto com a
francesa, são as ÚNICAS línguas neolatinas na face da Terra que são
completas
em todos os sentidos... Quem fala português ou francês de nascimento, é
capaz
de fazer proezas como esse texto com a letra "P"... Só o português e
o francês permitem isto...
Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas,
paredes,
portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos.
Partindo
para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir.
Posteriormente,
partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois
pretendia
praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque
Padre
Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos
para poder
pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para
Portugal
para pedir permissão para Papai para permanecer praticando pinturas,
preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos
Pirineus,
pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso,
percebeu
penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas
pedras pareciam
precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas
picadas
para pedirem pousada, provocando
provavelmente pequenas perfurações,
pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas.
Pisando
Paris, permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos
pitorescos,
pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos,
pestilentos,
perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Profundas privações
passou
Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões
passavam pelo pensamento, provocando profundos
pesares,
principalmente por pretender partir prontamente para Portugal.
Povo
previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque
pedem
para prestigiar patrícios, pintando principais portos
portugueses. Paris!
Paris! Proferiu Pedro Paulo. Parto, porém penso pintá-la
permanentemente, pois
pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais,
porém,
Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu
prontamente,
pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir
praticando
pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai.
Pedindo
permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio
puxando-o pelo
pescoço proferiu: Pediste permissão para praticar pintura, porém,
praticando,
pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque
pintas
porcarias? Papai proferiu Pedro Paulo, pinto porque permitiste, porém,
preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar
perseverança,
pois pretendo permanecer por Portugal. Pegando Pedro Paulo pelo pulso,
penetrou
pelo patamar, procurando pelos pertences,
partiu
prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão
perfeita:
pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir
peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém,
passando pouco
prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada
próxima, pois
pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro.
Pisando
por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo,
pedreiro
profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar
pequena
parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro
Paulo
pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois
precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro
Paulo preferia
pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se
pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo pereceu
pintando...
Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para
pensar... Para parar preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto pararei.
E você
ainda se acha o máximo quando
consegue dizer:
'O Rato
Roeu a Rica Roupa do Rei de Roma.'?
A
B
C
D
E
F
G
K
M
N
P
Q
R
S
T
U
V
Z