Jornal Mensal em idioma gírio – Edição 85 – Ano XII- Niterói/RJ –Maio eJunho de 2013

O PORTUGUÊS DO BRASIL E DE PORTUGAL.

SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

NOS DICIONÁRIOS PORTUGUES/PORTUGUES

Ouça aqui giria portuguesa e divirta-se ! (necessario PowerPoint )

500mil

No mês de novembro de 2012, chegamos a 592.175 visitas no site

 

No exterior, fomos visitados por pessoas dos Estados Unidos, Portugal, Argentina, Reino Unido, Japão e França, Holanda Angola e Bolívia, Canadá, Alemanha e Espanha, México , Paraguai e Rússia, Singapura e Venezuela

 

No Brasil, fomos visitados por pessoas  de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e Recife, Manaus, Brasília e Fortaleza, Curitiba, Belém e Goiânia, Porto Velho, Palmas e Teresina, Campinas, Vitória e Santa Maria, Santos , Joinville, Ribeirão Preto, Sorocaba, Osasco e São Luís.

 

 No mês de dezembro de 2012, chegamos a 593.236 visitas no site.

 

 no exterior, tivemos acessos em Portugal, Estados Unidos,  Argentina, França, Reino Unido, Albânia, Angola e Suiça.

 

No Brasil, fomos visitados por pessoas São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Recife, Niterói, Brasília, Curitiba, Porto Velho, Vitória, Goiânia, Campinas , Fortaleza, Maceió, Manaus, Feira de Santana , São José dos Campos, Teresina, Aracaju e Ribeirão Preto.

 

No mês de janeiro de 2013, chegamos a 593.919 visitas no site.

 

No exterior , fomos visitados  por pessoas de Portugal (Lisboa e Porto), Estados Unidos, França, Argentina ( Buenos Aires) , Canadá (Vancouver). Alemanha, Reino Unido e Porto Rico.

 

No Brasil,  fomos visitados por pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife , Fortaleza, Brasília, Vitória, Goiânia, Curitiba, Manaus, São Luis, Belém, Porto Alegre, Feira de Santana. Ribeirão Preto, Niterói, Campinas,

 

No mês de fevereiro de 2013,, chegamos a 594.997 visitas

 

No exterior, fomos visitados  por pessoas dos Estados Unidos, França, Portugal, Espanha, Canadá, Reino Unido, Peru e Emirados Árabes.

 

No Brasil, fomos visitados por pessoas de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Recife, Manaus, Curitiba, Salvador, Campinas, Fortaleza, Belém, Vitória, Osasco, Maceió, Porto Alegre, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Sorocaba, Esteio, Feira de Santana João Pessoa e Cascavel.

 

No mês de março de 2013, alcançamos  596.980 visitas.

 

No exterior, nos visitara gente dos Estados Unidos, Portugal, Argentina, França. Espanha, Reino Unido, Angola e Polônia.

 

No Brasil,  seguimos com acessos por gente do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Blumenau, Brasília, Fortaleza, Manaus, Vitória, Porto Alegre, Campinas, Goiânia, São Luís, Curitiba, Porto Velho, Cuiabá Belém, Joinville, Campo Grande, Natal, Uberlandia, Chapecó e Osasco.

 

 

O DICIONÁRIO DE GÍRIA CHEGOU A PARIS.

 

Vejam o email que recebi, em 28.02.2013

“Bom dia,
Gostariamos comprar :
12 ex. Dicionario de Giria (ultima edição).
Pode enviar direitamente ?
Qual seria o preço ?
Pode eventualmente vender os livros ao nosso intermediário no Brasil ( Liser-Sergio Pechman <sergiopechman@liser.com.br>) ?
Obrigado

Avec nos meilleurs sentiments,
M. Chandeigne
 
Librairie Portugaise & Brésilienne - Michel Chandeigne
19/21 rue des Fossés Saint-Jacques – Place de l’Estrapade - 75005 PARIS
Fondée en 1986
Tel. 01 43 36 34 37
Fax
. 09 70 62 46 07
Siret : 334 673 407 00014
librairie.portugaise@wanadoo.fr
www.librairie-portugaise.fr
Ouvert du lundi au samedi, 11h-13h 14h-19h (horaires souvent dilatés)
Métro : Place Monge, Cardinal Lemoine
RER :Luxembourg.
Bus : 21, 27, 82, 84, 89

 

Os livros já foram enviados.

 

DICIONÁRIO DE VOCÁBULOS BRASILEIROS DE BEAUREPAIRE-ROHAN, de 1889

 

No meu Dicionário de Gíria, há um estudo sob o titulo  UMA BREVE NOTICIA SOBRE ESTUDOS DE GÍRIA ‘que foi “uma breve noticia” e que será transformado em Capitulo na próxima edição,pois cresceu em dimensão e importância.

Foi uma primeira tentativa de estabelecer  a evolução da gíria na língua portuguesa, em Portugal e no Brasil.

No Brasil, mencionei como 1º. marco a publicação do livro Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antonio de Almeida, em 1854

, que afirmo ter sido escrito em “idioma gírio”, tal a quantidade de gírias da época, em boa hora resgatadas. Citei como 2º. Marco o livro O Cortiço, de Aluisio de Azevedo, publicado em 1890.

Como Dicionário de gírias propriamente dito o 1º. Marco está com o livro Vocabulário Sul-Riograndense, de 1898, de J, Romanguera Correa.

Recentemente, encontrei num sebo em Brasília o livro Dicionário de Vocábulos Brasileiros,de Beaurepaire -Rohan,edição facsimilar,  da Livraria Garnier, de Belo Horizonte de 2007,com 248,  cuja edição original foi publicada em 1889 - Ano da Proclamação da República -  pela Imprensa Nacional, constando na página inicial –

Diccionario de Vocábulos Brazileiros, pelo Tenente General Visconde de Beaurepaire- Rohanm ,natural do muncipio de Niteroy, Conselheiro d,Estado e de Guerra, Gran-Cruz da Ordem de Aviz, Dignatário da Rosa, Commendador da de Christo, condecorado com a medalha da rendição de Uruguayana, Gentil homem da Imperial Câmara, Presidente a Sociedade Central de Immigração,Membro Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brazileiro, correspondente de outras sociedades científicas e literárias, nacionaes e estrangeiras,  antes  do livro de J. Romanguera Correa, pois foi publicado com antecedência de nove anos

Mas outros registros serão necessários, pois o trabalho do Tenente General Visconde de Beaurepaire- Rohanm  faz novas e surpreendentes revelações:

Em1832, Luis Maria da Silva Pinto publicou o Dicionário de Língua Brasileira, de Luis Maria da Silva Pinto, goiano radicado em Ouro Preto, anterior ao livro de Manoel Antonio de Almeida,é “apontado como o primeiro dicionário da lexicografia brasileira”.

Em 1852, Antonio Álvares Pereira Coruja publicou “Coleção de vocábulos e frase usados na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul”, antes do  livro de J. Romanguera Correa.

Em 1853, Braz da Costa Rubim  publicou o Vocabulário Brazileiro,  “para servir de complemento aos dicionários de língua portuguêza

Em 1859, Ernesto Ferreira França publicou  Chrestomathia da Lingua Brazílica”.

Em 1888 A.J.Macedo Soares publicou Diccionario Brazileiro da Lingua Portuguesa”.

Em xxx,José de Alencar publicara um Léxico de Brazileirismos no seu romance DIVA.

O Visconde de Baurepaire-Rohan preocupou-se,como eu,em identificar o local de nascimento dos seus “vocábulos” (gírias)como Espírito Santo, ato Grosso,Paraíba do Norte, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,Rio Grande do Sul, Sergipe, Santa Catarina, províncias do Norte, provincias meridionais e vale do Amazonas.

A bibliogarfia é particularmente relevante e manifesta sua prepcupação com conceitos sistêmicos do idioma, relativos etimologia, fonética  e etnografia.

“Apresento-me em publico a sombara do seguinte conceito de Gresset: On doit s,honorer dês critiquesm mèpriser La satire , profiter de sés fautes e faire mieux”.

 

As gírias de 1889:

 

Abichornado – acovardado, acabrunhado; alcagüete – alcoviteiro; aporrear – espanca;

babaquara - caipira,Belchior – comerciante de brechó; bilontra =pessoa abjeta;bochinche – divertimento chinfrin; bocó – Mané; boliche – taberna de pouco sortimento;branquinha – esperteza, fraude;

caboré – mestiço de negro e índio;, cabra – mestiço de mulato e negra;  cafajeste – homem de ínfima plebe; cafundó – lugar ermo e longínquo; calundu – mau humor; cangueiro – preguiçoso, vagaroso,negligente;capadócio – parlapatão, fanfarrão, charlatão; capanga – valentão;capenga – coxo,manco; capiango,ladrão, gatuno;caraminguás – coisas de pouco valor; caritó – habitação de gente pobre; cocorote – pancadinha que se dá na cabeça com o nó dos dedos; cola- leitura ou cópia da lição;cornear – termo não admitido na sociedade polida; cutucar –tocar ligueiramente em alguém.

De deo em deo – pessoa que não se fixa em lugar algum; destabocado (CE) – individuo adoidado; dunga – valentão;

Empacar – emperrar; empapuçado- inchado; engabelar – engodar, embaçar com esperanças vãs; enxerido – intrometido; esmolambado – esfarrapado;

Faceiro – taful, elegante: fachudo (RS) lindo; forrobodó (RJ) – baile, sarau chinfrin; frege- espécie de tasca; fuxico – mexerico;

Galalau – homem de elevada estatura; guri (RS).

Ité (SP) – insípido, sem gosto

Jacuba – espécie de alimento ralo de farinha de mandioca;  jagunso – capanga; jamanta – homenzarrão; jimbo – dinheiro.

Lambança – jactância, bazófia; lombeira – moleza do corpo.

Malacafento – adoentado; mameluco – filho de europeu e índia;mandureba (CE) cachaça; Mané – indivíduo inepto, indolente, desleixado, negligente, palerma ; manjuba (BA) – comida;mascate – mercador ambulante (1710);matuto – caipira; milongas – enredos, mexericos;mofina –insistência;molecagem – procedimento mau; moleque – pessoa de maus sentimentos ; moleirão- indivíduo vagaroso, preguiçoso,negligente;muamba (CE) velhacaria,patranha -  fraude;munganga (CE) tregeito, careta,momice;

Pabulagem – impostura, pedantismo;pagos – a habitação de cada um; pandorga – papagaio de papel; papocar (CE)- pipocar;parati – aguardente; patife – (SP) pessoa débil, fraca, tímida; patureba –pessoa sem préstimo, tola; pendenga – contenda, rixa, luta, conflito;pererecar – ficar desnortado; perrengue – raivoso, emperrado,encanzinado, birrento; pileque – ligeira embriaguês;  pintar a manta – fazer diabruras;

piriquitete (PA) vestido sem luxo,mas com cuidado: pirralho- criança; pitium ou pituim (RJ), cheiro desagradável.

Queimado – zangado;

Rebordosa – repreensão ; roceiro – caipira.

Samango –(SE) indivíduo preguiçoso.

Tabaréu –caipira. ;taboquear – lograr, desapontar, desiludir; taco – (PE) pedaço, bocado, tico – mínima parte de alguma coisa; tijolo – namoro (fazer tijolo-namorar), ;tocaia – emboscada; topetudo – valente, destemido, traquejado –prático de qualquer coisa; turumbamba – barburdia, alteração, disputa , desordem, confusão.

Urca – (SE) grande;

Xilindró – cadeia ou calabouço, xingamento – aão de xingar, injúria verbal; xingar – insultar com palavras; xurumbambos cacaréos, badulaques

Zambeta = zambro ; cambaio

 

Mais chumbo sobre o malfadado acordo ortográfico, até agora spó assinado pelo Brasil e por mais nenhum pais da Comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa.

 

Quem está errado: eles ou nós?

 

Não custa lembrar que o apedeuta (?) se empenhou na ratificação do Acordo pelo Brasil  o que levou a receber ser premiado com o titulo de Doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra. Pobre Coimbra! Já não é mesma Universidade que liderou o pensamento português.

 

De acordo em acordo até ao desacordo final?

De acordo em acordo até ao desacordo final?

Teolinda Gersão

Público, 14/03/2013

O Acordo Ortográfico foi um processo infeliz, tratado nas costas da população dos países lusófonos, como se a língua fosse propriedade de um grupo de linguistas e os Governos tivessem legitimidade para mudar por decreto uma língua que não é propriedade sua, mas do país e dos cidadãos.

O percurso errático do Acordo Ortográfico arrasta-se há 23 anos (ou melhor, há 38, porque começou a ser pensado em 1975) e ainda não está legalmente em vigor, porque as populações dos vários países lhe resistem e porque, quando se tentou impô-lo pela força de um decreto, o resultado foi o caos.
O que faltará acontecer para que os sucessivos Governos reconheçam que pretendem a quadratura do círculo e que estas tentativas pura e simplesmente não funcionam?
Recentemente a Presidente Dilma adiou para 2016 a entrada em vigor do Acordo Ortográfico no Brasil, e, a acreditar nos jornais, tomou essa decisão unilateralmente, sem consultar os seus parceiros.
Pretende-se vender-nos a ideia patética de que o português de grafia uniformizada (vulgo, o "acordês") é a língua do poder e dos negócios. Seguindo o "acordês" todos seríamos, a reboque do Brasil, grandes potências emergentes, a caminho de um mundo magnífico de poder e riqueza, partilhado por 240 milhões de falantes. Será que não percebemos a irracionalidade desta ideia?
A verdade é que o Brasil - ele sim - é uma grande potência emergente, o que nos alegra porque também nós o amamos. Mas Portugal, e outros pequenos países lusófonos, jamais serão grandes potências ou terão o peso do Brasil. Esse peso não é partilhável, a nível nenhum.
Manter em cada país a sua variante da língua é uma marca de identidade e um património, que está acima do poder de qualquer Governo. Porque os Governos passam e mudam, mas as línguas não podem passar nem mudar como se fossem Governos.
É natural que o Brasil pretenda maior protagonismo liderando estas alterações linguísticas. Mas os restantes países lusófonos não têm nada a lucrar com isso, só têm a perder. E o Brasil, como grande potência emergente que já é, não precisa de nós, a não ser a nível simbólico. Porque, com Acordo Ortográfico ou sem Acordo Ortográfico, o Brasil vai sempre cuidar dos seus negócios e dos seus interesses, e só deles, o que é normal e legítimo: os países cuidam de si próprios, e tomáramos nós ter em Portugal quem defendesse os nossos interesses como Dilma defende os do Brasil.
Os laços e afectos só existem a nível das pessoas. A nível dos países, há apenas interesses. Não sentimos isso na pele, aqui na Europa? Estas mudanças linguísticas são apenas uma jogada política. Em todos os outros aspectos, são incongruentes:
Só dois exemplos: se o Acordo Ortográfico é fundamental para que nos entendamos, então por que razão no Brasil os livros portugueses, escritos segundo o "acordês", são traduzidos para o português do Brasil como se estivessem escritos numa língua estrangeira? Por que razão "mesa de cabeceira" passa a "criado mudo", "ficou pasmado" a "ficou pasmo", "foi apanhado pela polícia" a "foi pego pela polícia" etc. etc.?
Por que razão a nós nunca nos passou pela cabeça traduzir para o português europeu Guimarães Rosa, João Ubaldo Ribeiro, Ruben Fonseca ou qualquer outro autor?
Por que razão as livrarias portuguesas têm bancas de livros brasileiros e a literatura do Brasil nos é tão familiar, quando o inverso não se verifica?
Por que razão há cada vez MENOS estudos de literatura portuguesa nas universidades brasileiras, e cada vez MAIS estudos de literatura brasileira nas universidades portuguesas?
A resposta é simples: porque Portugal se abriu há muitas décadas ao Brasil, cujos autores circulam livremente entre nós, porque os sentimos como se também fossem "nossos", enquanto o Brasil sempre levantou barreiras alfandegárias intransponíveis aos livros portugueses, que lá chegam a preços proibitivos, e na maior parte dos casos nunca chegam.
A solução não está em "acordizar", mas em ter um intercâmbio maior e mais simétrico, em conhecer-nos melhor, valorizando as nossas diferenças.
Quanto ao "acordês" ser a língua dos negócios, "acção" e "facto", por exemplo, são mais compreensíveis para qualquer estrangeiro do que "ação" e "fato" (porque mais próximas de "action" e "fact" em inglês, língua de recurso que é, e continuará a ser, a língua franca dos negócios internacionais).
No ponto em que estamos, temos dois caminhos:
O do senso comum, que é reconhecer que a língua portuguesa admite variantes, nos diferentes países onde é usada, o que só a enriquece. Não pode haver qualquer hierarquia entre os países lusófonos, nem entre as suas variantes linguísticas: Nenhum país é dono da língua, e nenhum é inquilino. Vamos deixar a língua evoluir naturalmente, a partir de dentro e não por decretos, porque ela é um organismo vivo, e cada país a usa a seu modo, como bem entende e quer, porque ela é sua e lhe pertence por direito próprio. Nenhum país tem o direito de policiar ou fiscalizar o uso da língua em qualquer outro país lusófono. O português não é uniformizável, qualquer acordo é um contra-senso. Mesmo que fosse possível "acordar" e "simplificar", o resultado seria imensamente empobrecedor.
Ou entendemos isto e desistimos de acordos, ou vamos persistir por muitas décadas neste processo delirante de acordos impossíveis - um acordo ortográfico falhado atrás de outro, seguido de um já anunciado acordo de vocabulário que irá ser igualmente falhado, e depois um acordo de sintaxe falhado, etc. etc. - ... até bater na parede de um imenso Desacordo final, que deixará profundo desgaste e feridas a todos os níveis, entre países que sempre souberam entender-se e conviver, respeitando e valorizando as suas diferenças.
Deixo ainda uma breve nota de carácter prático: certamente que é útil a existência de Vocabulários e Dicionários que abranjam as variantes usadas nos diversos países. Mas apenas como instrumentos de informação e de consulta, onde se encontrem respostas a perguntas como: em que variantes da língua se escreve húmido ou úmido, ou o que significam palavras como xiluva, caxinde, imbandas, quizumba, tambarina, cachupa, kebur, ipê etc. Mas considero que os Vocabulários e os Dicionários só fazem sentido sem qualquer valor normativo, cada país tendo direito exclusivo à sua variante da língua, sem imposições ou interferências de outro país.

NE: Artigo enviado por Antonio Correia de Pinho, autor de  Vertentes Cariocas da Língua Portuguesa”.

 

 

Variantes cariocas da língua portuguesa

 

 

António Correia de Pinho me mandou email com as considerações do amigo Miguel Faria de Bastos, de Luanda, Angola, sobre seu livro Variantes cariocas da língua portuguesa

 

“Caríssimo António:

 

1. Acho que ainda não te disse que fiquei muito impressionado pela

oportunidade, profundidade, abrangência, incisividade  e qualidade da

tua obra. Impressionado porque, tendo-te na qualidade de intelectual de primeira água, para mais polivalente, não te sabia vocacionado para a linguística, no caso para um manancial da variante diatópica do

Português do Rio de Janeiro.

Não li tudo, mas li muita coisa solta. Sinto-me à vontade para ajuizar que a tua obra é uma “jóia da Coroa” no seu género. Conquistaste, com todo o mérito, um lugar no Panteão dos que se vão da lei da morte libertando,pelo menos no tocante  à lusofonia plurivarietal.

 

2. Também não te disse – por vergonha, tanto quanto julgo conhecer-me– que fui nos últimos 7 anos (salvo erro de cálculo) presidente do Conselho Científico  da Sociedade de Língua Portuguesa (SLP), a única  instituição de utilidade pública no ramo em Portugal. O caso é que o Conselho é constituído por catedráticos e sumidades mediatizadas da Linguística e Filologia, destoando o meu estatuto, por isso mesmo, sem falsa humildade, do desses meus colegas. Acho que a minha nomeação  teve algo a ver com a minha vivência telúrica das línguas e do

problema linguístico do planeta. Até agora frequentei cursos e cursilhos talvez de cerca de 40 línguas (é claro que até os rudimentos destes cursilhos de  1 semana são esquecidos, mas não  esquece a “arquitectura” geral da língua). Passo todos os anos 15 dias no meio de linguistas dos mais famosos do mundo, mas limito-me a ouvi-los,

arriscando perguntas uma vez por outra, porque não tenho nada para lhes ensinar (v.g., um foi reitor da Universidade de Nova Iorque e dirige, com outros vultos, a “Linguistic planning”, revista mundialmente divulgada sobretudo entre interlinguistas, outros, professores de Universidades como “La Sapienza”, têm publicados mais de 50 livros sobre linguística -- Interlinguística, Planeamento linguístico, Sociologia linguística, Antropologia  linguística, Psicologia linguística, Dialetologia mundial da língua  inglesa, etc., etc.).

 

3.A língua veicular comum nos encontros anuais e em muitas das suas publicações científicas é o Esperanto, mas nenhum deles abdica da sua  língua parental como língua da sua paixão, primeira de todas no plano  identitário, cultural ou comunicacional. No ano passado o Congresso  Mundial foi no Vietname com extensão ao Cambodja e este ano será na  Islândia com extensão à Gronelândia. Eu e a Mizé (que só tem aquilo a  que os linguistas chamam “competência linguística passiva”) temos  andado pelos quatro cantos do mundo, há 20 e muitos anos, a beber cultura (o Esperanto é quase só  língua veicular, muito pouco língua-objecto nesses Congressos)  enquanto nos divertimos com palestras de temas variadíssimos (desde a astrobiologia até ao estudo separado, comparado, histórico ou etiológico das religiões e ateísmos, passando pelo Direito, Economia, Literaturas, Geologia,Física,etc.), visitas, excursões, espectáculos, recepções oficiais e tantos outros arranjos programáticos. A única novidade triste, para mim, é que morreu recentemente a presidente da SLP e com ela, nomeio da crise geral, que absorve todas as atenções, está prestes a morrer a própria SLP,  riquíssima de história e de espólio. Considero isto como uma tragédia,  culturalmente falando. Ninguém, até agora, deitou a mão para evitar o  descalabro e, na minha última curta estadia, não encontrei interlocutores que me fizessem ciente do estado e sequelas da SLP.

 

4. A tua obra é uma oferta de luxo para alguns amigos que prezam a Língua portuguesa. Se tens alguns exemplares, reserva-me pelo menos 5. Na primeira oportunidade, levanto-os e pago-tos.

 

5. Acho que já te expliquei que, em consequência de uma cisão na FBL – Faria de Bastos & Associados – Advogados, mudei-me, com o meu filho (também advogado) e não só, para um novo escritório com as coordenadas abaixo.

Trabalhamos em Direito dos petróleos. Conto com a tua ajuda, quando  necessária, preciosíssima no campo terminológico e não só.

Abração do

Miguel Faria de Bastos

 

Dicionário Ingles Madeirense Português

Recebi do Antonio Correia de Pinho algumas expressões deste estranho dicionáario

Can’t – que não está frio – ex. O café está can’t

Can – usado por quem sofre de amnésia – ex.can sou eu?

To see – onomatopeia que representa tosse. Ex. eu nunca to see tanto na minha vida.

Cream – roubar, matar. Ex. ele cometeu um cream.

Dark – generosidade, dar. ex. é melhor dark receber.

Ice – exprime desejo. Ex. ice se ele me desse um beijo.

Maygo –pessoa dócil afável . ex. ele é muito may go

Monday – usado para mandar. Ontem Monday lavar o carro

Must go – mastigar.. ex ele colocou a pastilha na boca e must go

New – sem roupa. Ex. ele saiu de casa new

Part – lugar para onde se mandam as pessoas . ex. va ára o raio que o part

Parker – bastante, muito. Ex. eu gosto dela parker-amba

Paint – artefato para pentear o cabelo.e x empresta-me p paint?

River – pior que feio, ex. ele é o river

Curso Intensivo de  inglês, no Ceará,  para a Copa das Confederações e  a Copa do mundo:.

 

What the hell is that? - Diabéisso?

Hurry up! - Avia, homi!

Take it easy! - Se avexe não!

Don’t to be stupid! - Deixe de ser jumento!

Let’s go fellows! - Rumbora, negada!

No thanks! - Carece não!

This way...!- Pêrali..

More or less! - Marromeno!

Straigh ahead! -  rumo da renta! Ou no  rumo da venta!

Set out of the way, ! - Ó, umei...! ou Sai do mei! Ou  arreda, negada

That’s cool!- É paidégua!

I give up! --Eu peço pinico!

Hey, mister!  Psiu! Ei, seu Zé!

Son of the bitch! - Fii duma égua, fii de rapariga!

Come to me,baby.- Ande , Tonha!

Where you are going? -Onturrai?

Where you coming from? -Donturreim?

 

Coisas que só acontecem no nosso Brasil!!!


Atenção ao texto, senão vai ficar atrapalhado como o africano.

O português praticado no Brasil não é para amadores . . . nem turistas!

Na recepção dum salão de convenções, em Fortaleza

- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição para o Congresso.
-
Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da África.

- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que  meia oito? Sessenta e oito, assim, veja: 68.
- Ah, entendi, meia é seis.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização

do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material:

DVD, apostilas, etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia.
- Hmmm! que bom. Ai está: seis reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? Meia é cinco?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom, meia é cinco.
- Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
- Então já começou há quinze minutos, são nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia.
- Pensei que fosse as 9:05, pois meia não é cinco? Você pode escrever aqui a hora que

começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9:30
- Ah, entendi, meia é trinta.
- Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel

que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está

hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro?
- No Trinta Bocas.
- Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria no Seis Bocas?
- Isso mesmo, no bairro Meia Boca.
- Não é meia boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser cinco bocas.
- Não, Seis Bocas, entende, Seis Bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis

ruas, por isso seis bocas. Entendeu?
- E há quem possa entender?



 

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Do Prof. JB Serra e Gurgel

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