Jornal Mensal em idioma gírio – Edição 85 – Ano XII- Niterói/RJ –Maio eJunho de 2013
O
PORTUGUÊS DO BRASIL E DE PORTUGAL.
SEMELHANÇAS
E DIFERENÇAS
NOS
DICIONÁRIOS PORTUGUES/PORTUGUES
Ouça
aqui giria portuguesa e divirta-se ! (necessario PowerPoint )
No
mês
de novembro de 2012, chegamos a 592.175 visitas no site
No
exterior, fomos visitados por pessoas dos Estados Unidos, Portugal,
Argentina,
Reino Unido, Japão e França, Holanda Angola e Bolívia, Canadá, Alemanha
e
Espanha, México ,
Paraguai e Rússia, Singapura e
Venezuela
No
Brasil, fomos visitados por pessoas de São Paulo,
Rio de Janeiro,
Salvador, Belo Horizonte e Recife, Manaus, Brasília e Fortaleza,
Curitiba,
Belém e Goiânia, Porto Velho, Palmas e Teresina, Campinas, Vitória e
Santa
Maria, Santos , Joinville, Ribeirão Preto, Sorocaba, Osasco e São Luís.
No mês de dezembro de 2012,
chegamos a 593.236
visitas no site.
no
exterior, tivemos
acessos em Portugal, Estados Unidos,
Argentina, França, Reino Unido, Albânia, Angola e Suiça.
No
Brasil, fomos visitados por pessoas São Paulo, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro,
Salvador, Belém, Recife, Niterói, Brasília, Curitiba, Porto Velho,
Vitória,
Goiânia, Campinas ,
Fortaleza, Maceió, Manaus, Feira
de Santana , São José dos Campos, Teresina, Aracaju e Ribeirão Preto.
No
mês
de janeiro de 2013, chegamos a 593.919 visitas no site.
No
exterior , fomos
visitados
por pessoas de Portugal (Lisboa e Porto), Estados
Unidos, França,
Argentina ( Buenos
Aires) , Canadá (Vancouver).
Alemanha, Reino Unido e Porto Rico.
No
Brasil,
fomos
visitados por pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Salvador,
Recife , Fortaleza, Brasília, Vitória, Goiânia, Curitiba, Manaus, São
Luis,
Belém, Porto Alegre, Feira de Santana. Ribeirão Preto, Niterói,
Campinas,
No
mês
de fevereiro de 2013,,
chegamos a 594.997 visitas
No
exterior, fomos visitados
por pessoas dos Estados Unidos, França,
Portugal, Espanha,
Canadá, Reino Unido, Peru e Emirados Árabes.
No
Brasil, fomos visitados por pessoas de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo
Horizonte, Brasília, Goiânia, Recife, Manaus, Curitiba, Salvador,
Campinas,
Fortaleza, Belém, Vitória, Osasco, Maceió, Porto Alegre, Presidente
Prudente,
Ribeirão Preto, Sorocaba, Esteio, Feira de Santana João Pessoa e
Cascavel.
No
mês
de março de 2013, alcançamos
596.980 visitas.
No
exterior, nos visitara gente dos Estados Unidos, Portugal, Argentina,
França.
Espanha, Reino Unido, Angola e Polônia.
No
Brasil,
seguimos
com acessos por gente do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte,
Recife,
Blumenau, Brasília, Fortaleza, Manaus, Vitória, Porto Alegre, Campinas,
Goiânia, São Luís, Curitiba, Porto Velho, Cuiabá Belém,
Joinville, Campo
Grande, Natal, Uberlandia,
Chapecó e Osasco.
O DICIONÁRIO
DE GÍRIA CHEGOU A PARIS.
Vejam
o email que recebi, em 28.02.2013
“Bom
dia,
Gostariamos comprar :
12 ex. Dicionario de Giria
(ultima edição).
Pode enviar direitamente ?
Qual seria o preço ?
Pode eventualmente vender os livros ao nosso intermediário no Brasil ( Liser-Sergio Pechman
<sergiopechman@liser.com.br>) ?
Obrigado
Avec nos meilleurs sentiments,
M. Chandeigne
Librairie
Portugaise
& Brésilienne -
Michel Chandeigne
19/21
rue des
Fossés
Saint-Jacques – Place
de l’Estrapade - 75005
PARIS
Fondée
en 1986
Tel.
01 43 36 34 37
Fax.
09 70 62 46 07
Siret
: 334 673 407 00014
librairie.portugaise@wanadoo.fr
www.librairie-portugaise.fr
Ouvert
du lundi au
samedi,
11h-13h 14h-19h (horaires
souvent
dilatés)
Métro : Place Monge,
Cardinal Lemoine
RER :Luxembourg.
Bus : 21, 27, 82, 84, 89
Os
livros já foram enviados.
DICIONÁRIO
DE
VOCÁBULOS BRASILEIROS DE BEAUREPAIRE-ROHAN, de 1889
No
meu Dicionário de
Gíria, há um estudo sob o titulo UMA BREVE
NOTICIA SOBRE ESTUDOS DE
GÍRIA ‘que foi “uma breve noticia” e que será transformado em Capitulo
na
próxima edição,pois cresceu em dimensão e importância.
Foi
uma primeira
tentativa de estabelecer
a evolução da gíria na língua
portuguesa, em Portugal e no
Brasil.
No
Brasil, mencionei
como 1º. marco a
publicação do livro Memórias de um
Sargento de Milícias, de Manuel Antonio de Almeida, em 1854
,
que afirmo ter
sido escrito em “idioma gírio”, tal a quantidade de gírias da época, em
boa
hora resgatadas. Citei como 2º. Marco o livro O Cortiço, de Aluisio de
Azevedo,
publicado em 1890.
Como
Dicionário de
gírias propriamente dito o 1º. Marco está com o livro Vocabulário Sul-Riograndense, de 1898, de J,
Romanguera
Correa.
Recentemente,
encontrei num sebo em Brasília o livro Dicionário de Vocábulos Brasileiros,de Beaurepaire -Rohan,edição facsimilar,
da Livraria Garnier,
de Belo Horizonte de 2007,com 248,
cuja
edição original foi publicada em 1889 - Ano da Proclamação da República
- pela Imprensa
Nacional, constando na página
inicial –
Diccionario
de Vocábulos Brazileiros,
pelo Tenente General Visconde de Beaurepaire-
Rohanm ,natural
do muncipio de Niteroy,
Conselheiro d,Estado e de Guerra, Gran-Cruz
da Ordem
de Aviz, Dignatário da
Rosa, Commendador da de
Christo,
condecorado com a medalha da rendição de Uruguayana,
Gentil homem da Imperial Câmara, Presidente a Sociedade Central de Immigração,Membro Honorário do
Instituto Histórico e
Geográfico Brazileiro,
correspondente de outras
sociedades científicas e literárias, nacionaes
e
estrangeiras, antes do livro de J. Romanguera
Correa, pois foi publicado com antecedência de nove anos
Mas
outros registros
serão necessários, pois o trabalho do Tenente General Visconde de Beaurepaire- Rohanm faz novas e
surpreendentes revelações:
Em1832,
Luis Maria
da Silva Pinto publicou o Dicionário de Língua Brasileira, de Luis
Maria da
Silva Pinto, goiano radicado em Ouro Preto, anterior ao livro de Manoel
Antonio
de Almeida,é “apontado
como o primeiro dicionário da
lexicografia brasileira”.
Em
1852, Antonio Álvares
Pereira Coruja publicou “Coleção de vocábulos e frase usados na
Província de
São Pedro do Rio Grande do Sul”, antes do livro de J. Romanguera
Correa.
Em
1853, Braz da
Costa Rubim
publicou
o Vocabulário Brazileiro, “para servir de
complemento aos dicionários
de língua portuguêza”
Em
1859, Ernesto
Ferreira França publicou
“Chrestomathia
da Lingua
Brazílica”.
Em
1888 A.J.Macedo Soares
publicou Diccionario
Brazileiro da Lingua
Portuguesa”.
Em
xxx,José de Alencar
publicara um Léxico de Brazileirismos
no seu romance DIVA.
O
Visconde de Baurepaire-Rohan
preocupou-se,como
eu,em identificar o local de nascimento dos seus “vocábulos”
(gírias)como
Espírito Santo, ato Grosso,Paraíba do Norte, Pernambuco, Rio de
Janeiro, Rio
Grande do Norte,Rio Grande do Sul, Sergipe, Santa Catarina, províncias
do
Norte, provincias
meridionais e vale do Amazonas.
A
bibliogarfia é
particularmente relevante e manifesta sua prepcupação
com conceitos sistêmicos do idioma, relativos
etimologia, fonética
e
etnografia.
“Apresento-me
em
publico a sombara do
seguinte conceito de Gresset:
On doit
s,honorer dês critiquesm mèpriser La satire , profiter
de sés fautes e faire mieux”.
As
gírias de
1889:
Abichornado
–
acovardado, acabrunhado; alcagüete
– alcoviteiro;
aporrear – espanca;
babaquara
- caipira,Belchior
– comerciante de brechó; bilontra =pessoa abjeta;bochinche
– divertimento chinfrin;
bocó – Mané; boliche –
taberna de pouco sortimento;branquinha – esperteza, fraude;
caboré
– mestiço de negro e índio;, cabra – mestiço de mulato
e negra; cafajeste
– homem de ínfima
plebe; cafundó – lugar ermo e longínquo; calundu – mau humor; cangueiro – preguiçoso,
vagaroso,negligente;capadócio
– parlapatão, fanfarrão, charlatão; capanga –
valentão;capenga – coxo,manco; capiango,ladrão,
gatuno;caraminguás – coisas de pouco valor; caritó – habitação de gente
pobre;
cocorote – pancadinha que se dá na cabeça com o nó dos dedos; cola-
leitura ou
cópia da lição;cornear –
termo não admitido na
sociedade polida; cutucar –tocar ligueiramente
em
alguém.
De
deo em deo
– pessoa que não se fixa em lugar algum; destabocado (CE) – individuo
adoidado;
dunga – valentão;
Empacar
– emperrar;
empapuçado- inchado; engabelar – engodar, embaçar com esperanças vãs;
enxerido
– intrometido; esmolambado – esfarrapado;
Faceiro
– taful, elegante: fachudo (RS) lindo; forrobodó
(RJ) – baile, sarau chinfrin;
frege- espécie de tasca; fuxico – mexerico;
Galalau
– homem de
elevada estatura; guri (RS).
Ité
(SP) – insípido, sem gosto
Jacuba
– espécie de
alimento ralo de farinha de mandioca; jagunso –
capanga; jamanta – homenzarrão; jimbo – dinheiro.
Lambança
– jactância, bazófia; lombeira – moleza do
corpo.
Malacafento
–
adoentado; mameluco – filho de europeu e índia;mandureba (CE) cachaça; Mané –
indivíduo inepto, indolente,
desleixado, negligente, palerma ; manjuba (BA) – comida;mascate –
mercador
ambulante (1710);matuto – caipira; milongas – enredos, mexericos;mofina
–insistência;molecagem – procedimento mau; moleque – pessoa de maus
sentimentos
; moleirão- indivíduo vagaroso, preguiçoso,negligente;muamba (CE)
velhacaria,patranha - fraude;munganga (CE) tregeito,
careta,momice;
Pabulagem
– impostura, pedantismo;pagos
– a habitação de cada um; pandorga – papagaio de papel; papocar (CE)-
pipocar;parati – aguardente; patife – (SP) pessoa débil, fraca, tímida;
patureba –pessoa
sem préstimo, tola; pendenga – contenda,
rixa, luta, conflito;pererecar – ficar desnortado;
perrengue – raivoso, emperrado,encanzinado, birrento; pileque – ligeira
embriaguês; pintar
a manta – fazer
diabruras;
piriquitete
(PA) vestido sem
luxo,mas com cuidado: pirralho- criança; pitium
ou pituim (RJ), cheiro
desagradável.
Queimado
– zangado;
Rebordosa
– repreensão ; roceiro –
caipira.
Samango
–(SE) indivíduo preguiçoso.
Tabaréu
–caipira.
;taboquear
– lograr, desapontar, desiludir; taco – (PE) pedaço, bocado, tico –
mínima
parte de alguma coisa; tijolo – namoro (fazer tijolo-namorar), ;tocaia
–
emboscada; topetudo – valente, destemido, traquejado –prático de
qualquer
coisa; turumbamba – barburdia,
alteração, disputa , desordem,
confusão.
Urca
– (SE) grande;
Xilindró
– cadeia ou
calabouço, xingamento – aão
de xingar,
injúria verbal; xingar – insultar com palavras; xurumbambos cacaréos,
badulaques
Zambeta
= zambro ; cambaio
Mais
chumbo sobre o
malfadado acordo ortográfico, até agora spó
assinado
pelo Brasil e por mais nenhum pais da Comunidade dos Paises
de Lingua Portuguesa.
Quem
está errado:
eles ou nós?
Não
custa lembrar
que o apedeuta (?) se
empenhou na ratificação do
Acordo pelo Brasil o
que levou a receber
ser premiado com o titulo de Doutor Honoris Causa da Universidade de
Coimbra.
Pobre Coimbra! Já não é mesma Universidade que liderou o pensamento
português.
Teolinda
Gersão
Público,
14/03/2013
O
Acordo Ortográfico foi um processo infeliz, tratado nas costas da
população dos
países lusófonos, como se a língua fosse propriedade de um grupo de
linguistas
e os Governos tivessem legitimidade para mudar por decreto uma língua
que não é
propriedade sua, mas do país e dos cidadãos.
O
percurso errático do Acordo Ortográfico arrasta-se há 23 anos (ou
melhor, há
38, porque começou a ser pensado em 1975) e ainda não está legalmente
em vigor,
porque as populações dos vários países lhe resistem e porque, quando se
tentou
impô-lo pela força de um decreto, o resultado foi o caos.
O que faltará acontecer para que os sucessivos Governos reconheçam que
pretendem a quadratura do círculo e que estas tentativas pura e
simplesmente
não funcionam?
Recentemente a Presidente Dilma adiou para 2016 a entrada em vigor do
Acordo
Ortográfico no Brasil, e, a acreditar nos jornais, tomou essa decisão
unilateralmente, sem consultar os seus parceiros.
Pretende-se vender-nos a ideia patética de que o português de grafia
uniformizada (vulgo, o "acordês")
é a
língua do poder e dos negócios. Seguindo o "acordês"
todos seríamos, a
reboque do Brasil, grandes potências
emergentes, a caminho de um mundo magnífico de poder e riqueza,
partilhado por
240 milhões de falantes. Será que não percebemos a irracionalidade
desta ideia?
A verdade é que o Brasil - ele sim - é uma grande potência emergente, o
que nos
alegra porque também nós o amamos. Mas Portugal, e outros pequenos
países
lusófonos, jamais serão grandes potências ou terão o peso do Brasil.
Esse peso
não é partilhável, a nível nenhum.
Manter em cada país a sua variante da língua é uma marca de identidade
e um
património, que está acima do poder de qualquer Governo. Porque os
Governos
passam e mudam, mas as línguas não podem passar nem mudar como se
fossem
Governos.
É natural que o Brasil pretenda maior protagonismo liderando estas
alterações
linguísticas. Mas os restantes países lusófonos não têm nada a lucrar
com isso,
só têm a perder. E o Brasil, como grande potência emergente que já é, não precisa de nós, a não ser
a nível simbólico. Porque,
com Acordo Ortográfico ou sem Acordo Ortográfico, o Brasil vai sempre
cuidar
dos seus negócios e dos seus interesses, e só deles, o que é normal e
legítimo:
os países cuidam de si próprios, e tomáramos nós ter em Portugal quem
defendesse os nossos interesses como Dilma defende os do Brasil.
Os laços e afectos só
existem a
nível das pessoas. A
nível dos países, há
apenas interesses. Não sentimos isso na pele, aqui na Europa? Estas
mudanças
linguísticas são apenas uma jogada política. Em todos os outros
aspectos, são
incongruentes:
Só dois exemplos:
se o Acordo Ortográfico é
fundamental para que nos entendamos, então por que razão no Brasil os
livros
portugueses, escritos segundo o "acordês",
são traduzidos para o português do Brasil como se estivessem escritos
numa
língua estrangeira? Por que razão "mesa de cabeceira" passa a
"criado mudo", "ficou pasmado" a "ficou pasmo",
"foi apanhado pela polícia" a "foi pego pela polícia" etc.
etc.?
Por que razão a nós nunca nos passou pela cabeça traduzir para o
português
europeu Guimarães Rosa, João Ubaldo Ribeiro, Ruben Fonseca ou qualquer
outro
autor?
Por que razão as livrarias portuguesas têm bancas de livros brasileiros
e a
literatura do Brasil nos é tão familiar, quando o inverso não se
verifica?
Por que razão há cada vez MENOS estudos de literatura portuguesa nas
universidades brasileiras, e cada vez MAIS estudos de literatura
brasileira nas
universidades portuguesas?
A resposta é simples: porque Portugal se abriu há muitas décadas ao
Brasil,
cujos autores circulam livremente entre nós, porque os sentimos como se
também
fossem "nossos", enquanto o Brasil sempre levantou barreiras
alfandegárias intransponíveis aos livros portugueses, que lá chegam a
preços
proibitivos, e na maior parte dos casos nunca chegam.
A solução não está em "acordizar",
mas em
ter um intercâmbio maior e mais simétrico, em conhecer-nos melhor,
valorizando
as nossas diferenças.
Quanto ao "acordês" ser
a língua dos negócios,
"acção" e "facto", por
exemplo,
são mais compreensíveis para qualquer estrangeiro do que "ação" e
"fato" (porque mais próximas de "action"
e "fact" em inglês,
língua de recurso que
é, e continuará a ser, a língua franca dos negócios internacionais).
No ponto em que estamos, temos dois caminhos:
O do senso comum, que é reconhecer que a língua portuguesa admite
variantes,
nos diferentes países onde é usada, o
que só a
enriquece. Não pode haver qualquer hierarquia entre os países
lusófonos, nem
entre as suas variantes linguísticas: Nenhum país é dono da língua, e
nenhum é
inquilino. Vamos deixar a língua evoluir naturalmente, a partir de
dentro e não
por decretos, porque ela é um organismo vivo, e cada país a usa a seu
modo,
como bem entende e quer, porque ela é sua e lhe pertence por direito
próprio.
Nenhum país tem o direito de policiar ou fiscalizar o uso da língua em
qualquer
outro país lusófono. O português não é uniformizável, qualquer acordo é
um contra-senso.
Mesmo que fosse
possível "acordar" e "simplificar", o resultado seria
imensamente empobrecedor.
Ou entendemos isto e desistimos de acordos, ou vamos persistir por
muitas
décadas neste processo delirante de acordos impossíveis - um acordo
ortográfico
falhado atrás de outro, seguido de um já anunciado acordo de
vocabulário que
irá ser igualmente falhado, e depois um acordo de sintaxe falhado, etc.
etc. - ... até bater na parede de um
imenso Desacordo final, que deixará profundo desgaste e feridas a todos
os
níveis, entre países que sempre souberam entender-se e conviver,
respeitando e
valorizando as suas diferenças.
Deixo ainda uma breve nota de carácter prático: certamente que é útil a
existência de Vocabulários e Dicionários que abranjam as variantes
usadas nos
diversos países. Mas apenas como instrumentos de informação e de
consulta, onde
se encontrem respostas a perguntas como: em que variantes da língua se escreve húmido ou úmido, ou o que
significam palavras como xiluva,
caxinde, imbandas, quizumba, tambarina, cachupa, kebur, ipê
etc. Mas considero que os Vocabulários e os Dicionários só fazem
sentido sem
qualquer valor normativo, cada país tendo direito exclusivo à sua
variante da
língua, sem imposições ou interferências de outro país.
NE:
Artigo enviado por Antonio Correia de Pinho, autor de Vertentes
Cariocas da Língua
Portuguesa”.
Variantes
cariocas da língua portuguesa
António
Correia de Pinho me mandou email com as considerações do amigo Miguel
Faria de
Bastos, de Luanda, Angola, sobre seu
livro Variantes cariocas
da língua portuguesa
“Caríssimo
António:
1.
Acho que ainda não te disse que fiquei muito impressionado pela
oportunidade,
profundidade, abrangência, incisividade e
qualidade da
tua
obra. Impressionado porque, tendo-te na qualidade de
intelectual de primeira água, para mais polivalente, não te sabia
vocacionado
para a linguística, no caso para um manancial da variante diatópica do
Português
do Rio de Janeiro.
Não
li tudo, mas li muita coisa solta. Sinto-me à vontade para ajuizar que
a tua
obra é uma “jóia da
Coroa” no seu género.
Conquistaste, com todo o mérito, um lugar no Panteão dos que se vão da
lei da
morte libertando,pelo
menos no tocante à
lusofonia plurivarietal.
2.
Também não te disse – por vergonha, tanto quanto julgo conhecer-me– que
fui nos últimos 7
anos (salvo erro de cálculo) presidente do
Conselho Científico da
Sociedade de
Língua Portuguesa (SLP), a única instituição
de utilidade pública no ramo em Portugal. O caso é que o Conselho é
constituído
por catedráticos e sumidades mediatizadas da Linguística e Filologia,
destoando
o meu estatuto, por isso mesmo, sem falsa humildade, do desses meus
colegas.
Acho que a minha nomeação teve algo a ver
com a minha vivência
telúrica das línguas e do
problema
linguístico do planeta. Até agora frequentei cursos e cursilhos
talvez de cerca de 40 línguas (é claro que até os rudimentos destes
cursilhos
de
1 semana são
esquecidos, mas não esquece
a “arquitectura” geral
da língua). Passo todos os anos 15 dias
no meio de linguistas dos mais famosos do mundo, mas limito-me a
ouvi-los,
arriscando
perguntas uma vez por outra, porque
não tenho nada para lhes ensinar (v.g., um foi reitor da Universidade
de Nova
Iorque e dirige, com outros vultos, a “Linguistic
planning”, revista
mundialmente divulgada sobretudo entre
interlinguistas, outros, professores de Universidades como “La Sapienza”, têm publicados mais
de 50 livros sobre
linguística -- Interlinguística, Planeamento linguístico, Sociologia
linguística, Antropologia linguística,
Psicologia linguística, Dialetologia mundial da língua
inglesa, etc., etc.).
3.A
língua veicular comum nos encontros anuais e em muitas das
suas publicações científicas é o Esperanto, mas nenhum deles abdica da
sua língua parental
como língua da sua paixão,
primeira de todas no plano identitário, cultural ou
comunicacional. No ano passado o
Congresso Mundial
foi no Vietname com
extensão ao Cambodja
e este ano será na Islândia
com extensão
à Gronelândia. Eu e a Mizé
(que só tem aquilo a que
os linguistas chamam “competência linguística passiva”) temos andado pelos quatro cantos
do mundo, há 20 e
muitos anos, a beber cultura (o Esperanto é quase só
língua veicular, muito pouco língua-objecto
nesses Congressos) enquanto
nos divertimos com palestras de
temas variadíssimos (desde a astrobiologia até ao estudo separado,
comparado,
histórico ou etiológico das religiões e ateísmos, passando pelo
Direito,
Economia, Literaturas, Geologia,Física,etc.), visitas, excursões, espectáculos, recepções oficiais
e tantos outros arranjos
programáticos. A única novidade triste, para mim, é que morreu
recentemente a
presidente da SLP e com ela, nomeio da crise geral, que absorve todas
as
atenções, está prestes a morrer a própria SLP,
riquíssima
de história e de espólio.
Considero isto como uma tragédia, culturalmente
falando. Ninguém, até
agora, deitou a mão para evitar o descalabro e,
na minha última curta
estadia, não encontrei interlocutores que me fizessem ciente do estado
e
sequelas da SLP.
4.
A tua obra é uma oferta de luxo para alguns amigos que prezam a Língua
portuguesa. Se tens alguns exemplares, reserva-me pelo menos 5.
Na primeira oportunidade, levanto-os e pago-tos.
5.
Acho que já te expliquei que, em consequência de uma cisão na FBL –
Faria de
Bastos & Associados – Advogados, mudei-me, com o meu filho
(também
advogado) e não só, para um novo escritório com as coordenadas abaixo.
Trabalhamos
em Direito dos petróleos. Conto com a tua ajuda, quando necessária,
preciosíssima no campo
terminológico e não só.
Abração
do
Miguel
Faria de Bastos
Dicionário
Ingles
Madeirense Português
Recebi
do Antonio
Correia de Pinho algumas expressões deste estranho dicionáario
Can’t
– que não está frio – ex. O café está can’t
Can
– usado por quem sofre de amnésia – ex.can
sou eu?
To
see – onomatopeia
que representa tosse. Ex. eu nunca to see
tanto na minha vida.
Cream
– roubar,
matar. Ex. ele cometeu um cream.
Dark
– generosidade, dar. ex.
é melhor dark receber.
Ice
– exprime
desejo. Ex. ice se ele me desse um beijo.
Maygo
–pessoa
dócil afável . ex.
ele é muito may go
Monday
– usado para mandar. Ontem Monday
lavar o carro
Must
go – mastigar.. ex ele colocou a
pastilha na boca e must go
New
– sem roupa. Ex.
ele saiu de casa new
Part
– lugar para onde se mandam as pessoas
. ex. va
ára o raio que o part
Parker
– bastante,
muito. Ex. eu gosto dela parker-amba
Paint
– artefato para pentear o cabelo.e
x empresta-me p paint?
River
– pior que feio, ex. ele
é o river
Curso
Intensivo de inglês,
no Ceará, para a
Copa das Confederações e a
Copa do mundo:.
What the hell is that? - Diabéisso?
Hurry up! - Avia,
homi!
Take it easy! - Se avexe
não!
Don’t to be stupid! - Deixe
de ser jumento!
Let’s go fellows! - Rumbora,
negada!
No thanks! - Carece
não!
This way...!-
Pêrali..
More or less! - Marromeno!
Straigh ahead! -
rumo da renta!
Ou
no
rumo da venta!
Set out of the way,
! - Ó, umei...!
ou
Sai do mei! Ou arreda,
negada
That’s
cool!- É paidégua!
I
give up! --Eu peço pinico!
Hey,
mister! Psiu! Ei, seu Zé!
Son of the bitch! - Fii
duma
égua, fii de rapariga!
Come to me,baby.-
Ande , Tonha!
Where you are going? -Onturrai?
Where
you coming from?
-Donturreim?
Coisas
que só acontecem no nosso Brasil!!!
Atenção
ao texto, senão vai ficar atrapalhado
como o africano.
O
português praticado no Brasil não é para amadores
. . . nem
turistas!
|
COMO COMPRAR O DICIONÁRIO DE GÍRIA
Do Prof. JB Serra e Gurgel
Os internautas poderão
comprar diretamente ao autor:
A PROMOÇÃO DE
PRIMAVERA/VERÃO
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2 exemplares apenas R$ 60,00, com
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A compra poderá ser feita
mediante depósito na conta:
825754-x,
agencia 2873-8, do Banco do Brasil
Ou
261.644-6,
agencia 0005, da Caixa Econômica Federal.
Confirme a data de transferência
pelo e-mail:
gurgel@cruiser.com.br
O pagamento poderá ser
feito por cheque nominal para
JB Serra e Gurgel
SQS 302 Bloco A, apto. 607
Asa Sul
Brasília-DF
70.338.010
Para o exterior, por U$ 30 dólares ou E 20 euros, com despesas postais incluídas