Jornal
da Gíria Ano XIX- Nº 117 Junho de 2018
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portuguesa e que é do seu interesse conhecer.
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Veja o que mandou António Pinho, de Lisboa: A origem da língua portuguesa:
https://www.youtube.com/watch?v=EtBief6RK_I
Veja o que me mandou
Rubem Amaral Junior :
Diário do Nordeste, de
Fortaleza, saúda 9ª. edição do Dicionário de Gíria, do prof. JB Serra e
Gurgel,
com 34.260 gírias, 820 páginas, com gírias do Brasil, Portugal, Angola
e Moçambique
e gírias das redes sociais e de todos os Estados brasileiros. Malandragem da língua
O
cearense J.B. Serra e Gurgel lança
9ª edição de seu "Dicionário de Gírias", compilando mais de 30 mil
verbetes
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·
30.05.2018 / atualizado
às
02:03
As gírias mostram como uma língua permanece viva. Com o português não é diferente. Um dos idiomas mais ricos e diversos, ele conta com mais de 500 mil palavras, contabilizadas nos
vários
dicionários existentes.
A língua portuguesa se completa com mais de 30 mil palavras que escapam aos dicionários mais sisudos. Exatos 34.268 verbetes estão presentes no livro "Dicionário de Gíria: modismo linguístico,
o equipamento falado do brasileiro", de J. B.
Serra e Gurgel.
Jornalista veterano, natural de Acopiara (CE), o autor acaba de lançar a 9ª edição do dicionário, editado de forma independente. A obra pode ser adquirida direto com o autor, pelos e-mails: serraegurgel@gmail.com ou gurgel@cruiser.com.br.
São 820
páginas, documentando e explicando o significado de gírias hoje
obscuras e em
desuso e outra, no auge da moda.
Em Portugal, a gíria era chamada de calão (daí a composição de baixo-calão, como sinônima do palavrão). O primeiro dicionário de gírias da língua portuguesa data de 1712 e teve que passar pelo tribunal da Santa Inquisição.
O número de verbetes, claro,
era limitado. Algumas das palavras ali reunidas, curiosamente, seguem
sendo
usadas.
Redes
sociais
As gírias famosas das redes sociais, claro, estão no livro. "Fiz uma pesquisa com jovens que dominam essa linguagem nova. Algumas palavras que estão no dicionário aparecem em inglês mesmo. Eu respeito a grafia original.
Essa
incorporação é feita
porque o Brasil e todo o mundo está fazendo isso", explica J.B.,
referindo-se à disseminação dos estrangeirismos em ambiente digital.
"A juventude já faz uso desse linguajar, estou dando curso a uma atualização da língua", ressalta o autor. O modismo, nome que se encontra no subtítulo do livro, é um dos eixos da obra, sem que seja visto de forma negativa.
Observar
a
moda serve para pontuar uma importante mudança linguística. "O modismo
é
uma coisa que ajuda na difusão da gíria, elas vão e voltam. Há verbetes
que
surgiram há 300 anos e foram incorporadas na língua portuguesa",
detalha.
A
internet dá
continuidade à já antiga relação entre a gíria e as mídias. Jornais
populares,
a televisão e o rádio, outrora hegemônicos, ajudaram a disseminar estas
novas
expressões da língua.
Terreno
fértil
As questões de gênero, um território de embates acalorado, no livro, é um terreno fértil. Gírias relacionadas às mulheres contabilizam 1.645 verbetes. A ideia "mulher bonita" tem relacionada a ela 125 termos; "mulher feia", outros 122.
Para
se referir aos "homossexuais", são 329
gírias.
O propósito desta compilação, explica o autor, não é o de reforçar as discriminações. "Nós, que trabalhamos com dicionário, não estamos preocupados com essa visão estereotipada dada pela sociedade, nossa obrigação é registrar tudo.
Não
podemos nos ater a questões de qualquer ordem, ao politicamente
correto",
defende o autor.
Dentre
as mais de
30 mil palavras registradas no dicionário, 2.613 são originárias do Rio
de
Janeiro. Em segundo lugar se encontra o Ceará, com 656 palavras
listadas.
São Paulo é o terceiro estado a contribuir na escrita do dicionário, com 403 verbetes. Do Distrito Federal listam-se 252 gírias, 206 de Minas Gerais, 206 da Bahia, 191 do Amazonas, 110 de Paraná, 109 do Pará, 103 de Goiás.
Maranhão
soma à lista 55
jargões, Rondônia, 46, Pernambuco, 39, Espírito Santo, 37 e Paraíba
contribui
32 verbetes.
"O
regionalismo é um dos maiores contribuintes do mostruário das gírias. O
regionalismo, quando ele é restrito a
sua região, não
é uma gíria. Mas quando ele transcende e se torna uma palavra que, em
qualquer
lugar onde se fala, é entendida, aí temos uma gíria", pontua J.B.
Finalizam
os
registros das gírias Roraima (7) e Alagoas e Acre, cada uma com 5
palavras
marcadas no manual. Além das regiões brasileiras, o dicionário usa
termos de
Angola, Portugal e Moçambique, fazendo do "Dicionário de Gírias" um
material rico para futuras pesquisas.
Ceará
O
cearense, nascido
em Acopiara, ressalta que a nossa presença é muito forte em todo o
Brasil. Sua
pesquisa exaustiva sobre as invencionices linguísticas do País o
ajudaram a ter
uma dimensão disso.
"É
uma cultura
muito rica. A contribuição do Ceará no contexto da gíria é muito
grande. Têm
muitos livros editados nessa maneira. O cearense gosta de se fazer
conhecer e
muita coisa no Estado acaba virando gíria falada não só no Nordeste,
mas também
até no Sul do País", finaliza.
Livro
Dicionário
de Gíria
JB Serra e Gurgel
O
livro pode ser
adquirido pelos e-mails gurgel@cruiser.com.br e serraegurgel@gmail.com
Independente
2018, 820 páginas
R$
75 (frete
incluso)
Comentário
sobre a 9ª. edição do
Dicionário de Gíria, feto pelo mministro Carlos Atila.
Oi
Serra! Parabéns pela 9a edição do seu pai-dos-burros - ( para
ficar no gênero...) que o Ciro me repassou e que lhe agradeço muito.
Seus comentários nas duas orelhas e nas Notas estão muito pertinentes,
sobretudo quando você assinala que o crescimento das novas mídias
reflete a
implosão das regras e padrões convencionais da sociedade - se é que
temos isso
no Brasil.
É
o "choque do futuro", identificado por Alvin Tofler, que
se repete a intervalos cada vez menores, deixando a gente atordoado
diante do
que nos espera na próxima esquina... Parece que surge um povo diferente
a cada
nova década, falando outra língua que pouco tem a ver com a
anterior.
Será que a gíria vai ser nossa verdadeira língua? Sua obra faz
suspeitar que
sim! Abraço, Atila
Nas
principais
bibliotecas do mundo civilizado.
A 9ª. edição do Dicionário de Gíria já chegou às principais bibliotecas do Planeta.
Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos;
Biblioteca do Senado Federal do Brasil;
Biblioteca da Câmara dos Deputados do Brasil;
Biblioteca da Universidade de Brasília;
Biblioteca do Uniceub;
Biblioteca do IESB;
Biblioteca da Universidade de Columbia dos Estados Unidos;
Biblioteca da universidade de Oxford da Inglaterra;
Biblioteca do Instituto Latino Americano de Hamburgo;
Biblioteca da Universidade do Porto;
Biblioteca da Universidade de Lisboa;
Biblioteca da Universidade de Coimbra;
Biblioteca da Comunidade dos Países de Lingua Portuguesa, em Lisboa;
Embaixada de Portugal em Brasília;
Embaixada de Angola em Brasília
Embaixada de Moçambique em Brasíia
Biblioteca do STF;
Biblioteca do STJ;
Biblioteca do TCU;
Biblioteca do TSE;
Biblioteca do TST;
Biblioteca do STM;
Biblioteca da Academia Brasileira de Letras;
Biblioteca da Academia Cearense de Letras;
Biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
Biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico do Ceará;
Biblioteca embaixador Azeredo da Silveira do Itamaraty;
Autor
do Dicionário de Gíria, em
9ª. edição, afirma que os regionalismos são
São os mais contribuintes
para as gírias que compõem,
hoje, a 2ª. segunda
lingua dos brasileiros de todos os credos e idade.
O prof. JB Serra e Gurgel , autor do Dicionário de Gíria, Modismo Linguístico, o Equipamento Falado do Brasileiro, em 9ª. edição, com 34.268 verbetes, disse hoje que os regionalismos
são os maiores formadores da gíria no país, seja pela morfologia seja pela fonética, e que isto é uma diversidade que enriquece os valores da sociedade brasileira, pois são respeitadas a cultura dos diferentes povoadores dos estados.
O Rio de Janeiro, que foi berço da gíria no nosso país, e sempre funcionou como “caixa de a ressonância”, pouco a pouco, vem perdendo a supremacia, pois os regionalismos deixaram de ser exclusivos dos grupos dos estados e
ganharam força para as diversas regiões do país. Além do que os meios de comunicação impressos que usavam as gírias com asteriscos, aspas e itálicos aboliram esta prática os meios eletrônicos, especialmente as televisões, passaram
a usar as girias intensamente e os meios digitais virilizaram as gírias que estão presentes não apenas nas telas mas nas conversações interpessoais.
O prof. JB Serra e Gurgel que tem uma rica coleção de publicações regionais, destacou as contribuições de Marcus Gadelha (Dicionário de Cearês), Fernando Alexandre (Dicionário da Ilha-Santa Catarina),Luis Augusto Fischer (Dicionario de Porto-Alegrês),
Nivaldo Lar[u (Dicionário de Baianês) Bertrand Bernardino (Minidicionário de Pernambuquês), Paulo José Cunha (Grande Encilopédia Internacional do PIauiês), Raymundo Mario Sobral (Dicionário Papachibé/Pará) Nair Ferreira Gurgel do Amaral (O Portovelhês),
Geraldo Queiroz (Gerigonça do Nordeste), Horacio de Almeida (Dicionário Popular Paraibano) Carlos Mota (Fanadês, Jequitinhonhês e Minerês) e Fred Navarro (Dicionário do Nordeste).
A
biblioteca de gíria do prof.JB
Serra e Gurgel
Hoje, frisou, são dezenas de páginas com regionalismos de todos os estados, todos voltados para facilitar o entendimento da linguagem usual das pessoas em determinado território. Claro que , em futuro, próximo uma filtragem indicará que as gírias estão deixando as fronteiras de um estado e se fixando numa região.
As contribuições de Geraldo Queiroz e Fred Navarro apontam nesta direção, quando se vê o Nordeste onde o patrimônio linguístico é muito vasto.
Uma das distinções que pode ser feita é em relação ao regionalismo mineiro que prima pela supressão de silabas, aliterações e contrações que leva o interlocutor a ter dificuldade de compreender e entender a mensagem: jizdefora (Juiz de Fora) é um simples exemplo, onquetô (onde é que estou?) essonpasnasavass (Estê ôibus passa na Savassi?) .
São regionalismos e podem ser considerados gírias. O fenômeno está em processo, carregado pela simplificação linguagem em perder o seu sentido.
Não custa lembrar, neste momento, que o radio foi o primeiro meio de comunicação de massa a abraçar a gíria, por uma razão simples. O radio se dirige ao público C/D/E, baixa de baixa escolaridade. Dizia-se que o radio baixou tom ou nivelou por baixo, mas criou grande públicos. Os jornais populares fizeram o mesmo caminho,
rasgaram o véu do puritanismo e foram a luta atrás de seus leitores, de baixa escolaridade e poder aquisitivo. Os jornalões toda vez que recorriam a gíria para explicar uma situação o faziam com asteriscos, aspas, itálico o u sublinhavam as palavras, quando não punha um glossário.
As televisões voltadas para os públicos AB resistiram enquanto puderam. Usaram dos modismos induzidos e tecnificados, os bordões dos humoristas e as palavras de ordem publicitárias, para chegar as classes C/D/E A “bastilha” começou a cair pelos programas de humor para chegar às novelas que tinham uma linguagem ininteligível para a massa.
Era preciso ser alfabetizado para entender o contexto, Mas logo, o rebuscado cedeu a linguagem decodificada e os regionalismos ocuparam os espaços gírios.