Jornal Mensal em idioma gírio – Edição 86 – Ano XII- Niterói/RJ –Julho e Agosto de 2013
O
PORTUGUÊS DO BRASIL E DE PORTUGAL.
SEMELHANÇAS
E DIFERENÇAS
NOS
DICIONÁRIOS PORTUGUES/PORTUGUES
Ouça
aqui giria portuguesa e divirta-se ! (necessario PowerPoint )
Fechamos o mes
de abril com
598.349 visitas
No mês de abril fomos
visitados por gente dos
Estados Unidos, Canadá, França,
Portugal, Angola, Reino Unido,
Polônia e Argentina.
No Brasil, por gente de São Paulo,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Manaus, Brasília,
São Luís,
Recife, Belém, Porto Alegre, Goiânia, Campinas, Vitória, Cuiabá, Porto
Velho,
Blumenau, Jacobina, Curitiba, Niterói, Florianópolis, Joinville,
Maringá e
Maceió.
Fechamos o mês de maio com
599.310 visitas
No mês de maio fomos
visitados por gente dos Estados Unidos, França, Reino Unido, Portugal,
Argentina, Alemanha, Japão e Venezuela.
No Brasil, por gente de São
Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Piracicaba,
Manaus,
Recife, Campinas, Fortaleza,
Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Belém, Cuiabá, Joinville,
Londrina,
Florianópolis, Patos de Minas, Feira de Santana, Guanambi, Vitória,
Goiânia,
Campina Grande.
NO mês de junho passamos
finalmente dos 600 mil acessos.
Fomos visitados por gente dos
Estados Unidos, Reino Unido (Liverpool), Portugal, Japão,
Paraguai, Angola e Bélgica.
No Brasil, por gente de São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Brasília,
Manaus,
Recife, Vitória, Belém, Campinas, Guanambi, Vitória da Conquistam
Natal,
Florianópolis, Guarulhos, Fortaleza, Uberlandia , João Pessoa, Porto Alegre, Sçao
Bernardo do Campo, São José dos Campos e Patos de Minas.
600
mil acessos – agora vamos para os 700 mil
- que é um fato surpreendente para um site de gíria, algo discriminado
no país,
mas cujo uso se tornou muito freqüente.
Na medida em
que a escola é ruim, a gíria se expande fortuitamente. As pessoas
precisam se
comunicar entre si e falam como querem. Ainda não há censura. Os que
conhecem a
língua distinguem facilmente
quem fala correto ou não. Domina o
idioma. Usa a linguagem
padrão, a norma culta ou não.
De qualquer forma, mantenho
minha tese: a linguagem do brasileiro adulto médio é
pobre. Paupérrima. Cada vez mais
pobre. Seu equipamento lingüístico
é inferior a de
uma criança alfabetizada em uma boa escola. Algo inferior a mil
palavras. O
índice de leitura que era baixo agora tende a ficar mais
baixo, depois da internet. Você
pode acumular conhecimento, mas não sabe se expressar. Faltam palavras.
Está
crescendo a indigência mental e linguística.
Muitas vezes vejo na TV
Globo, que ainda mantem o Padrão Globo de Qualidade, e
fico surpreso com a
ignorância de repórteres. Os textos dos telejornais e das novelas e dos
programas
em
que neles se apóiam são
corretos ! Mas os “reporteros”
da
Globo, como dos demais canais, falam errado quando se
metem a falar de
improviso. Não sabem juntar lé
com crê. Coisas
“como vou em São Paulo”, “a moça
desembarcou em Recife”.
Dia deste, uma repórter da Globo
falou que “vão acabar
com o estoque dos dias mães”. Outro
dito: “o
taxi tá pegando
passageiro por telefone” Uma repórter da Band disse:
”como vocês podem ver no meu fundo”... E por aí
vai.
Bom e barato
Eduardo Almeida Reis (*)
Talvez não seja o
mais antigo, porque há notícia de profissionais atuando desde a década
de 70, mas Roldão Simas
Filho sempre foi o maior ombudsman da imprensa brasileira. Em rigor,
ombudsman é jornalista contratado de fora ou pertencente ao quadro de
funcionários da empresa, que, de maneira independente, critica o
material publicado e responde às queixas dos leitores.
Isso na rubrica
imprensa, porque a palavra sueca também se aplica à pessoa encarregada
pelo Estado de defender os direitos dos cidadãos, recebendo e
investigando queixas e denúncias de abuso de poder ou de maus serviços
por parte de funcionários ou instituições públicas. E tem, por extensão
de sentido, nas empresas públicas ou privadas, o indivíduo encarregado
do estabelecimento de um canal de comunicação entre consumidores,
empregados e diretores.
Interessa-me, em
nossa conversa de hoje, o ombudsman midiático. Roldão é químico
aposentado pela Petrobras, do tempo em que a empresa era a Petrobrás
pujante e acentuada. Mora em Brasília para fugir das alergias que o
atenazavam em Niterói, RJ.
Do tanto que criticou
meu português e meus errores,
ficamos amigos. Fui boxeador peso-pesado e aprendi que, numa luta de
boxe, quando o atleta está em maus lençóis, recorre ao clinch,
prendendo os braços do adversário sob os seus próprios braços. É
recurso lícito, esportivo e pode ser visto em quase todas as lutas de
boxe. Da amizade, hoje velha de mais de 15 anos, resultou convite que
muito me honrou: prefaciar um dos livros que Roldão publica ainda este
ano, ou “vai estar publicando”
no divertido gerundismo das operadoras de telemarketing.
A
conselho do ombudsman brasiliense, que me mandou e-mail, comprei o Dicionário
de Gíria, 8ª edição, do professor J.B. Serra e Gurgel. Aliás,
comprei dois exemplares, porque há destinatária para o segundo
exemplar. Tenho mania de dicionários e já alinhava
nas estantes uns quatro só de gírias. Pois muito bem: o livro de Serra
e Gurgel é mais que bom, é muito bom e barato.
São 734 páginas em
letras miúdas. Do seu sucesso falam melhor as oito edições. Mandei um
cheque de 60 pratas para o professor e recebi em domicílio, na Zona da
Mata de Minas, os dois pesados exemplares metidos numa caixa de
papelão. Jornalismo é serviço, portanto aí vai o endereço brasiliense
do autor, Prof. J. B. Serra e Gurgel: SQS 302 Bloco A apto. 607 –
70330-010, Brasília, DF.
Só agora vejo que o
autor também tem endereço em Icaraí, Niterói, RJ, o que talvez explique
sua amizade com Roldão, que foi de Niterói para a Capital Federal. E o
fato é que, desde ontem, meu exemplar do Dicionário de Gíria está na
estante rotativa, móvel de quatro prateleiras que rodam aqui ao lado do
computador, enquanto as demais estantes estão espalhadas pelos cômodos
do apê, um deles que só
tem estantes de aço e atende pelo nome pomposo de biblioteca.
A estante que roda
foi copiada, em Minas, de uma foto de móvel à venda no Rio, onde
custava R$ 4.000,00 há exatos sete anos. Copiada, custou-me 800 pratas
e ficou uma beleza que só vendo. Quem vive de escrever para fora merece
conforto no local de trabalho, como a estante rotativa e o monitor de
40 polegadas. Trabalhei séculos usando monitores pequenos ou médios.
Gostei tanto deste de 40 polegadas, um televisor Sony com seis anos de
uso, que o leitor nem pode imaginar.
Publicado
no Correio Braziliense de 16.05.2013
Assunto: |
Agradecimento |
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Para: |
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Data: |
Hoje 09:51 |
Caro Eduardo,
Foi uma surpresa
agradável a sua crônica "Bom e
Barato" na coluna que assina no Correio Braziliense, de 17.05.
Bem cedo, recebi uma
ligação de um mestre amigo que me avisou sobre a publicação.
No decorrer do dia,
mais ligações de cumprimentos e homenagens, fruto da generosidade
alheia.
Li o texto e me
surpreendi.
É muita areia para o
meu caminhão que começou a sair do atoleiro, depois que Antônio Houaiss
me sugeriu dar forma de livro ao meu pequeno acervo de então de 5 mil gírias. Quem leu a 1a. edição
e a 8a. deve ter ficado
surpreso com as mudanças introduzidas a partir das sugestões do mestre
da Filologia brasileira.
Na 8a, edição, estão
35 mil gírias, mais de 10% do que está
dicionarizado na língua viva do
Aurélio (160 mil) e Houaiss(220 mil).
Gírias do Brasil,
Portugal, Angola e Moçambique. Muitas delas com data e local de
nascimento. Muitas delas, mortas. Muitas vivas, mesmo com mais de 250
anos de nascimento.
Agradeço suas
palavras que me estimulam a preparar a 9a.
edição quando
chegarei às 40 mil gírias, não considerando as gírias da Internet e
RAP, do internetês e do
rapês, que correm
por fora como uma nova linguagem, ignorada como a gíria, pelos nossos
linguistas e filólogos oficialistas defensores do Acordo Ortográfico
que só vige no Brasil.
Também a Academia
Brasileira de Letras que em outros tempos teve Antenor Nascentes,
respeitável filólogo, e que foi autor do 1º dicionário de gíria da
Academia em 1953, hoje abomina a gíria. Suas excelências desconhecem
que a Academia de Letras da Argentina tem chancelado um Dicionário da
língua falada da Argentina, organizado por um dos seus acadêmicos.
Ps. Agradeci ao
Roldão.
Atenciosamente
JB serra e Gurgel
Brasília/Niterói
E
o Brasil quer um acordo ortográfico com os países de línguas lusófonas.
Para quê?! Os portugueses não o assinaram até hoje! Graças a Deus!
* Veja minha
observação no fim da mensagem
|
|
* Minha Observação: A maioria destas
palavras são de uso exclusivo em Lisboa. Assim, muito raramente
teríamos algum problema de comunicação, exceto com algum regionalismo -
o que vale para os habitantes dos dois países: Portugal e Brasil. A
síndrome da imunodeficiência adquirida, aqui chamada de AIDS, por
puxa-saquismo e mania do anglicismo, é conhecida por SIDA em todo o
mundo neolatino, incluída a França. Cona ou Crica,
nem vale a pena explicar o significado. Breque, freio e travão são
óbvios sinônimos. Boceta ou Caixa são sinônimos desde a época do
império romano e grego. Resta-nos aprender e guardar o significado do
ARDINA, para jornaleiro, além do Paneleiro e fufa, termos sem
importância e dedicados aos viados
e sapatões. Ademais, basta guardar o CU para as orações populares que
usamos e continuarmos com a BUNDA.
Enfim, não vejo
nenhuma necessidade de acordo. Cada um deve falar como lhe convier... sem problemas de comunicação.
António Pinho, autor
de “Variantes Cariocas da Língua Portuguesa”.
Fala Ceará
Comprei
n o Mercado de Fortaleza uma camiseta com os dizeres Fala Ceará
Abestadfo –
lesado
Acochado – apertado
Amancebado – amigado, junto
Aaarengar – b rigar, implicar
Ariado – desnorteado
Arre égua – alegria, irritação,
surpresa...
Arriégua –
expressão de admiração ou protesto
Arrochado – metido a valente
Assungar –
levantar
Avexado – apressado
Batiola – gay
Baixa da égua
–lugar distante
Balançar a roseira – peidar
Barrer –
varrer
Bico – chupeta
Buchuda – mulher grávida
Bulir - mexer
Cruzeta cabide
Foló –
frouxa, folgada
Gaiato – brincalhão, gozador
Jumento batizado – pessoa muito
bruta
Marmota – coisa estranha
Mungango –
caretas e trejeitos
Ontonte – dois
dias atrás
Pau da venta – nariz
Peba – de má qualidade, chinês
Pegar o beco – ir embora
Perainda –
espera aí
Queima raparigal – grito de guerra]
Xirca - xícara
Sem
vergonha - Explicação de Carlos Brickmann
Nosso idioma é muito rico, cheio de
sutilezas. Serve para dizer muitas coisas, sem que haja a necessidade
de mudar as palavras ou expressões que utilizamos. As mesmas palavras
ou expressões podem exercer diversas funções no texto, sem que seja
preciso decliná-las, como no Latim, ou modificá-las.
Por exemplo, "sem-vergonha", que aqui tomamos como exemplo, sem
qualquer referência político-partidária, varia muito de função conforme
a frase. Um bom exemplo: é adjunto adnominal em "Votei num corrupto
sem-vergonha".
Já em "o corrupto é um sem-vergonha", trata-se de objeto direto, e o
sujeito da frase é "corrupto". As funções se invertem quando a frase é
modificada.
Em "Esse sem-vergonha é um corrupto", é sujeito. "Corrupto" é objeto
direto.
Na frase "agora nega o roubo, sem-vergonha!", é vocativo.
Em "o corrupto, aquele sem-vergonha, participou do Mensalão", é aposto.
Aposto é aqu ela
expressão, normalmente entre vírgulas, que descreve o sujeito da frase.
Algo como "o ex-presidente, silencioso desde a descoberta dos pontos
turísticos de Porto Seguro, continua afastado das entrevistas de que
tanto gosta".
Há uma variação importantíssima, que não pode ser esquecida: "Afastado
há anos da Esplanada dos Ministérios e condenado em última instância
por corrupção, continua ordenando a seus adeptos que se exponham para
defendê-lo e para tentar prejudicar a reputação dos juízes que o
julgaram".
Nesse caso, "sem-vergonha" é o sujeito oculto.
Publicado
pelo colunista Carlos Brickman,
em 19,02.2013
carlos@brickmann.com.br
www.brickmann.com.br
O tal do "meia" em português...
-
Por favor, gostaria de fazer minha inscrição neste Congresso.
-
Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
-
Sou de Maputo, Moçambique.
- Da
África, né?
-
Sim, sim, da África.
-
Aqui está cheio de africanos, vindo de toda parte do mundo.
- O
mundo está cheio de africanos.
- É
verdade.
- Se
pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço
antropológico da humanidade ...
-
Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
-
Desculpe, qual sala?
-
Meia oito.
-
Podes escrever?
-
Não sabe o que é meia oito, sessenta e oito, assim, veja: 68
-
Ah, entendi, meia é seis.
-
Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: a
organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem
quiser ficar com o material, DVD, apostilas, etc., gostaria de
encomendar?
-
Quanto tenho que pagar?
-
Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam meia.
-
Hummm... que bom. Ai está, seis reais.
-
Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
-
Pago meia? Só cinco? Meia é cinco?
-
Isso, meia é cinco.
- Tá
bom, meia é cinco.
-
Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
-
Então já começou, são nove e vinte.
-
Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia.
-
Você pode escrever aqui a hora que começa?
-
Nove e meia, assim, veja: 9h30min.
-
Ah, entendi, meia é trinta.
-
Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder
de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o
senhor já está hospedado?
-
Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em
que bairro.
-
Nas trinta bocas.
-
Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria nas seis
bocas?
-
Isso mesmo, no bairro meia boca.
-
Não é meia boca, é um bairro nobre.
-
Então deve ser cinco bocas.
-
Não, seis bocas, entende, seis bocas. Chamam assim porque há um
encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu?
- E
há quem possa entender?
(((do
livro: PLANTÃO DA ALEGRIA)))
COMO COMPRAR O DICIONÁRIO DE GÍRIA
Do Prof. JB Serra e Gurgel
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PRIMAVERA/VERÃO
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A compra poderá ser feita
mediante depósito na conta:
825754-x,
agencia 2873-8, do Banco do Brasil
Ou
261.644-6,
agencia 0005, da Caixa Econômica Federal.
Confirme a data de transferência
pelo e-mail:
gurgel@cruiser.com.br
O pagamento poderá ser
feito por cheque nominal para
JB Serra e Gurgel
SQS 302 Bloco A, apto. 607
Asa Sul
Brasília-DF
70.338.010
Para o exterior, por U$ 30 dólares ou E 20 euros, com despesas postais incluídas