Estação de Tratamento de Água - ETA Laranjal

Situada em São Gonçalo / Vale a pena conhecer !


O conceito de potabilidade implica o atendimento a padrões mínimos exigidos para que a água a ser consumida não seja transmissora de doenças aos seres humanos. O processo utilizado com esta finalidade deve ser, portanto, bastante criterioso, pois envolve uma enorme responsabilidade.
O homem tem necessidade de água de qualidade adequada e em quantidade suficiente para todas as suas necessidades, não só para proteção de sua saúde, como também para o seu desenvolvimento econômico. Assim, a importância do abastecimento de água deve ser encarada sob os aspectos sanitários e econômicos.
O primeiro cuidado que se deve tomar é a da escolha de mananciais, evitando-se rios e lagos contaminados por esgotos e/ou despejos industriais. É importante, também, tomar providências para preservar o manancial escolhido. A qualidade e a quantidade de água a ser utilizada num sistema de abastecimento estão intimamente relacionados às características do manancial.
Após o dimensionamento da capacidade do manancial, é preciso construir uma Estação de Tratamento de Água - ETA, composta, principalmente, das seguintes etapas:
Mistura rápida e floculação;
Decantação ou sedimentação
Filtração
Cloração
Fluoretação
Alcalinização - correção de pH

A ETA Laranjal, hoje, está capacitada a tratar uma média de cinco metros cúbicos por segundo de água bruta, sendo aduzida de Imunana (Magé), à aproximadamente 15 km da ETA - Laranjal, e bombeada através de três tubulações: uma de 800mm, outra de 1000mm e, finalmente, uma de 1400mm.
A água bruta ao chegar na ETA, é analisada bacteriologicamente, para detectar o grau de contaminação que apresenta, como também são realizadas determinações físico-químicas. Essas determinações são realizadas em todas as etapas do processo, garantindo a eficiência do tratamento.

Acima, observamos a água bruta (vindo de Magé) e chegando a ETA para ser tratada.

Em linhas gerais, a água passa pelos seguintes processos de tratamento:


Coagulação e Floculação

Tem por objetivo transformar as impurezas que se encontram em suspensão (partículas finas, bactérias, etc), materiais coloidais (cor, ferro, manganês oxidado, etc) e alguns materiais dissolvidos (dureza, ferro, manganês não oxidado, etc) em partículas gelatinosas (flocos).

Para o processo de coagulação, é utilizado o coagulante químico sulfato de alumínio que, após determinação em laboratório da dosagem ótima, é adicionado à água bruta em zona de grande turbulência (ressalto hidráulico, medidor tipo Parshall ou vertedor).

Após a mistura rápida, a água escoa para o floculador (zona de mistura lenta) para uma boa constituição e agregação das impurezas. Na ETA do Laranjal o floculador é do tipo hidáulico, provido de chicanas, com fluxo horizontal. No floculador pode ser adicionado um produto químico coadjuvante para auxiliar a floculação (polieletrólito).
 
Ao lado, verificamos a água na zona de mistura lenta

A água floculada passa, através de canais, para a fase seguinte, que é a decantação.
Decantação

A água floculada escoa por gravidade para o decantador onde ocorre a separação das fases líquida (água) e sólida (flocos), em virtude de velocidade da água ser bem moderada nesta etapa. A ETA Laranjal possui sete decantadores retangulares, contendo vários poços para eliminação do lodo formado pelos flocos agrupados e decantados (sedimentados).

A qualidade da água decantada é excelente em relação a água bruta, mas não suficiente para distribuí-la à população. Faz-se necessário a eliminação, por filtração, das partículas finas ainda existentes na terceira etapa do tratamento.
 
A figura representa a água separada dos flocos. Observamos um "chuveirinho", que serve para desmanchar a espuma desenvolvida nesta etapa.
Filtração

A ETA Laranjal possui um total de quinze filtros para remoção das partículas finas. Nos filtros a água passa através de leitos de areia do tipo arestada ou rolada, com granulometria variando entre 0,50 a 0,65 mm, sustentada por camadas de seixos (cascalhos, pedras de diversos tamanhos), sob os quais existe um sistema de drenos.
Após a filtração são realizados as seguintes determinações:

A água, após filtração, encontra-se tratada do ponto de vista físico-químico sendo, então, necessário realizar-se a desinfecção.
Fluoretação

Após a filtração, é feita a fluoretação, através da adição de ácido fluossílicico, com objetivo de promover, principalmente nas áreas mais carentes, a prevenção da cárie dentária.
Desinfecção por Cloração

A desinfecção é realizada através da dosagem de cloro gasoso, por cloradores, até uma concentração na faixa de 2,5 a 3,5 mg/l. Para que a desinfecção se processe adequadamente é necessário que a água apresente um pH ácido (na faixa de 5,0 a 6,5), o que provavelmente foi atingido com a adição de sulfato de alumínio, na etapa de coagulação e adição de ácido fluossilícico após a filtração. Além disso é necessário um tempo de contato na faixa de 2 a 4 horas, que se realiza no reservatório da ETA.

Para se garantir a qualidade da água, é necessário que o teor de cloro nos pontos de consumo seja de pelo menos 0,3mg/l. Caso o comprimento das redes adutoras seja muito longo, é necessário a recloração em alguns pontos da rede de distribuição.
Alcalinização

A alcalinização tem como objetivo a correção do pH da água a ser distribuída à população, por adição de cal (hidróxido de cálcio), evitando-se uma água ácida, que pode trazer danos não só a população, como também, às tubulações que a água percorre até as residências.

Após ter atingido, finalmente, as condições ideais de consumo (padrão de potabilidade), a água é bombeada para um reservatório superior, de onde é distribuída, por gravidade, à população de São Gonçalo, Niterói e Paquetá.
 
Água pronta para ser distribuída à população.


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Atualizado em 01.08.99  /  Preparado por Rodrigo
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