A I N T R U S A
Maria Stella de Souza
Certa noite, escura e fria
bateu-me à porta de leve.
Alguém, pensei, quem seria
Que em horas mortas e tristes,
Em noite negra de dor
viesse a mim procurar?
Abri, e insegura,
uma estranha criatura
entrou sentou se a meu lado
e começou a falar
Falou dos sonhos de outrora,
sonhos por mim já sepultos,
de noites insones e felizes,
de braços cheios de amor,
da flores lindas que um dia,
O tempo sempre inclemente
secou, deixando apenas
pequenas e poucas sementes.
Falou também da esperança
que, fora verde e que agora
trago guardada
no cofre do esquecimento.
Pedi-lhe que se calasse,
que dali se retirasse
e deixasse que a solidão,
imensa, mas sem lamentos,
me fizesse companhia...
Respondeu-me com candura:
Não posso, porque,
feliz ou infelizmente
estou ligada a você...
Não a conheço, não sei seu nome,
por caridade, quem é VOCÊ ?
Respondeu-me, simplesmente:
- Todos me chamam SAUDADE!
Copiado por J.C.de S.Jr.
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