À MULHER
 
Mulher: p'ra Ti eu 'screvo à guisa de conselho
Que não paternalista, mas sim por ser humano!
Confia em meu saber e em mim que já 'stou velho!
Confia, minha amiga! E vê que não te engano!
A vida me ensinou em Ti não confiar
Por seres um ser cruel, assaz inacabado.
Mas, mesmo assim mulher, eu quero acreditar
Que tudo o que aprendi, no fundo, está errado!
Além de carinhosa, sensata, meiga, terna,
Prendada, sensual, uma Mulher amante,
Deverás por à prova toda a sinceridade
Aceito plenamente o seres mulher moderna
Mas tens que te assumir, para teres o garante
De seres Mulher Feliz e dares Felicidade!

Oliveira de Azeméis, 13/07/86

                            Alfredo Louro

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           AO HOMEM
P'ra Ti, Homem valente: também 'screver eu quero
Sòmente duas linhas chamando-te à atenção
P'rá falsa valentia, fruto do desespero
Que faz de ti "machista", que faz de ti Vilão!
Se, de cada Mulher, te imaginares irmão;
Se a tratares com carinho, compreensão e esmero;
Se, em suas horas más, lhe 'stenderes tua mão;
Se, em vez de lhe mentires, fores sempre um Homem Vero
Se deres à tolerância o valor que ela tem;
Se tu vires na Mulher a Esposa, a Filha, a Mãe,
Terás -segundo creio- conduta bem diferente:
Passarás a beijá-la como quem afaga a flor,
Passarás a ser p'ra ela, de todos o Maior
E então sim, meu Amigo: Serás Homem Valente!...

Oliveira de Azeméis, 16/07/86

                             Alfredo Louro