Neusa Alba de Andrade O mendigo mora nos jardins do aterro
Passeia toda a sua demência, seu desterro
Pela Cinelândia e suas adjacências
Em branco e preto, o seguem, em silêncio
Quatros cachorros, gordos, dóceis e sábios.
Com o olhar feliz vagam de lixo em lixo.
Numa corda muito curta ele os puxa,
Entrelaça, amarra e tolhe os bichos.
Eles não latem, só caminham, submissos
Vão seguindo o homem em sua noite escura,
Que resmunga, que reclama, que proclama
Seu pátrio poder sobre as quatro criaturas.
Copiado por J.C.de S. Jr.