Jornal da Gíria Ano XVII- Nº106 – Setembro e Outubro de 2016
 


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Clique nos ícones abaixo e veja ou ouça o que a equipe do Jornal da Gíria pesquisou sobre a língua portuguesa e que é do seu interesse conhecer.

Ouça aqui giria portuguesa e divirta-se ! (necessario PowerPoint )

 Veja o que mandou António Pinho, de Lisboa: A origem da língua portuguesa:

https://www.youtube.com/watch?v=EtBief6RK_I

Veja o que me mandou Rubem Amaral Junior  :

http://youtu.be/sTVgNi8FFFM

veja a despedida do trema  ! (necessario PowerPoint)

giria de angola : https://www.youtube.com/watch?v=YZdSGL54f-Y

Brasileirismos ! (necessario PowerPoint)

NO TEMPO EM QUE DONDON JOGAVA NO ANDARAÍ

 
Um baita samba, de um grande sambista, de um excepcional letrista  , estudioso de cultura popular e autor do espetacular Dicionário  Banto do Brasil e do Dicionário  Escolar Afro Brasileiro;

 
Coloco Nei Lopes como poeta maior de um grupo que passeou com a gíria pela Música Popular Brasileira, incluindo Moreira da Silva, o Kid Morengueira, como autor e intérprete,  Bezerra da Silva (este como intérprete de uma plêiade de autores populares) e Dicró (autor e intérprete).

 
Eu ,Nei Lopes e Monarco temos algo em comum: sempre fomos torcedores do América e o América teve uma perna em Campos Sales, na Tijuca, e no Andarai, na Teodoro da Silva, onde hoje é o Iguatemy, Os times de futebol, do America e do Andaraí, seguiram trajetórias distintas e cruéis.

 
A musica é uma crônica de costumes , em idioma gírio, de um de um Rio de Janeiro que não existe mais.  Quem viveu ou vive no Rio de Janeiro tem dois tempos de leitura para a letra. A de um passado não tão distante de um que está caminhando para o passado distante e deixando de ser tão presente. Se o mundo gira, a lusitana roda  e  a fila anda, a gíria também. Vai se superpondo em cascata , como todos os  modismos , frutos da regeneração linguística.

 
Naquele tempo, não é exagero, admitirmos que tinha muito miserê (mao de vaca) e muito tititi.

 
O tititi virou busilis, confa, rebu, fofoca, futrica, disse-me disse, mexerico, coisa e tal.

 
A venda que virou super, hiper, mega, giga mercado e a quitanda e a tendinha que viraram hortifruti, mudaram a configuração dos espaços urbanos, sem falar no sumiço que os chineses deram aos portugueses com suas lavanderias, caldo de cana e pastelaria. Os portugas estão confinados ao bolinho de bacalhau.

 
Com fechamento dos puteiros de rua, hoje todo mundo come todo mundo em casa, peru caseiro e galinha caseira, acabou-se também o ovo cozido com cerveja caracu (preta).

 
“Fast food” era merenda, breakfast, café da amanh,e jeans era calça Lee, que a eufonia rimava com Andaraí. Conta a lenda que a calça Lee tinha também outra representação. Quando a crioula se metia na calça Lee  o malandro podia tratar de arrumar outro rolo ou outra parceria. Estava fechada para balanço. Mesmo porque era complicado desnudar-se da dita calça;

 
Lindo associar o desemprego ao desvio . Hoje, 12 mihões de brasileiros estão no desvio, com uma mao na frente e outra atrás, para se defender do mensalão e do petróleo, bem como dos petralhas, De lascar.

 
A pessoa metida era esnobe. Continua sendo emproada, nariz empinado, metida a sebo, geralmente grosseira ,estúpida, arrogante, ignorante

 
Chamar hoje afeminado de invertido ou invertido de afeminado é arranjar rolo com  a comunidade,GLP.  GLS, LGP. , toda a fauna e a flora deste jardim do lado do Atlantico. É melhor deixar a tropa de gorgotas, enrustidos, pedófilos, travecos, travestis fazendo suas megas passeatas em São Paulo, bem longe do Andaraí. Deixem o Dondon em paz.

 . Tempo   de Dondo

Dudu Nobre

  

No tempo que Dondon jogava no Andaraí
Nossa vida era mais simples de viver
Não tinha tanto miserê, nem tinha tanto tititi
No tempo que Dondon jogava no Andaraí
No tempo que Dondon jogava no Andaraí (2x)

Fast food era merenda
Breakfast, café da manhã
O hipermercado era venda
E "halls-mentolips", bala de hortelã
Hortifruti era tudo quitanda
E jeans era só calça Lee

No tempo que Dondon jogava no Andaraí
No tempo que Dondon jogava no Andaraí

Desemprego era desvio
Loteria era contravenção
Metida era pessoa esnobe
E quem fazia lobby, era "um bom pistolão"
INSS não tinha
Só IAPC, IAPETC e IAPI
No tempo que Dondon jogava no Andaraí
No tempo que Dondon jogava no Andaraí

Tinha cérebro eletrônico
E vitrola tocava Long Play
Afeminado, invertido,
Gorgota e enrustido era o nome dos gays.
Pedófilo era tarado
Transformista hoje é travesti
No tempo que Dondon jogava no Andaraí
No tempo que Dondon jogava no Andaraí

o Tempo Que Dondon Jogava no Andaraí

A música composta pelo sambista Nei Lopes e interpretada por Zeca Pagodinho tornou, além do bairro, o extinto clube e o obscuro jogador conhecidos no Brasil inteiro

Poucos cariocas conhecem a história desse simpático clube, que esteve durante décadas na elite do futebol do Rio de Janeiro. O Andarahy Athletico Club (nome do clube com a grafia da época) foi fundado em 9 de novembro de 1909 e participou diversas vezes do Campeonato Carioca de futebol da primeira divisão, entre os anos de 1916 e 1937.

O clube chegou a ser vice-campeão em 1934 da AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Athleticos). Naquele período existiam dois Campeonatos Cariocas por ano. No outro torneio o Vasco da Gama sagrou-se campeão. O Andarahy chegou à decisão da AMEA e enfrentou o Botafogo. Perdeu o jogo por 2x1, deixando escapar a oportunidade de chegar ao topo do futebol carioca. Constam entre suas glórias, também, os títulos da segunda divisão do Rio de Janeiro em 1915 e 1925.

O Andarahy teve dois uniformes ao longo de sua história: camisa verde e calções brancos e camisa com faixas verticais verdes e brancas e calção branco.

O jogador Dondon, que ficou famoso no samba, foi um zagueiro que atuou pelo Andarahy de 1932 a 1938 e fez parte do time vice-campeão carioca, em 1934. Além de Dondon o Andarahy teve outro atleta que possui história curiosa. Trata-se do ponta-esquerda Arubinha que, em 1937, depois de participar de humilhante derrota de seu clube para o Vasco por 12x0 teria enterrado um sapo com a boca costurada em São Januário na manhã seguinte à derrota. Ele então rogou praga afirmando que o rival ficaria 12 anos sem ganhar um título. A praga não deu certo, pois o Vasco foi campeão antes desse período e o mais curioso é que o jogo da goleada aconteceu no estádio do Fluminense, Laranjeiras.
O futebol no clube foi perdendo força a partir do final da década de 1930 e, em 1938, encerrou suas participações no Campeonato Carioca. 

O departamento de futebol do Andarahy resistiu contra a chegada do profissionalismo e durou até os anos 1950, praticando o esporte apenas de modo amador, nos campeonatos do departamento autônomo de futebol do Rio de Janeiro.

O estádio do alviverde da Zona Norte ficava na rua Barão de São Francisco, esquina com a rua Teodoro da Silva. Na década de 1960 o estádio foi vendido para o America Football Clube, que sediou seus jogos ali até meados dos anos 1990, quando construiu seu novo estádio na Baixada Fluminense e vendeu o antigo campo do Andarahy para que ali fosse construído o Shopping Iguatemi.

A sede social do clube ainda funcionou durante curto período na av. 28 de Setembro, em Vila Isabel, até a extinção do Andarahy, na década de 1970.

Principais glórias do Andarahy Athletico Club:

- Vice-campeão carioca de 1934 (AMEA) 
- Campeão carioca da segunda divisão em 1915 e 1925
- Campeão do torneio início em 1924
- Campeão carioca de juniores em 1928

 

AS PRIMEIRAS LETRAS DA NOSSA LÍNGUA
INFLUÊNCIAS DA LÍNGUA ÁRABE NO PORTUGUÊS

Ronald de Carvalho
“A sabedoria dos Romanos residia no seu cérebro, a dos Indianos na sua imaginação e a dos Árabes na sua língua
O Português é uma língua derivada dos dialectos latinos, românicos peninsulares ou simplesmente romance, que resultaram da mistura do “latim vulgar”, falado pelos soldados romanos, com os dialectos locais existentes na Península Ibérica à data da sua ocupação. O Português, primitivamente Galaico-português, forma-se directamente a partir do Leonês ou Asturo-Leonês, e tem como substrato a língua nativa dos Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios.


O Português sofre inevitavelmente a influência da Língua Árabe, influência que ultrapassa em muito a extensão que a maioria dos autores refere, não só em termos de “marca” no seu léxico, como da própria forma como se opera.


Adalberto Alves, no seu “Dicionário de Arabismos na Língua Portuguesa”, esclarece que a influência da língua Árabe, para além dos seus aspectos evidentes ou visíveis, ou seja, do léxico Árabe directamente transposto para o português, deve considerar todos aqueles que chegam ao português de forma “encapotada”, através da tradução de textos Árabes por religiosos cristãos, cuja origem, “por preconceito religioso (…) a hierarquia da Igreja queria apagar” (ALVES, 2013, pág. 17). Adalberto rotula esses termos “algo jocosamente” de arabim ou arabrego. “A praga de usar nomes e verbos árabes sem reconhecê-los como tal, conseguiu vingar, até agora (…) nos dicionários europeus”. (ALVES, 2013, pág. 19)


Assim, a extensão da influência do Árabe no Português, que a maioria dos autores resumem a cerca de 1.000 substantivos, deve ser consideravelmente alargada, não só no seu número, que segundo Adalberto Alves é de 18.073 termos, como ao nível gramatical, já que inclui não só substantivos, como adjectivos, verbos, pronomes, artigos e interjeições. (ALVES, 2013, pág. 23)


A influência do Árabe no Português é bastante mais marcada do que no Castelhano ou no Catalão, línguas que, localizando-se geograficamente mais próximas de França recebem a sua influência directa e têm um efeito de tampão no Português. A título de exemplo refira-se que aos 18.073 termos que o Português recebeu correspondem cerca de 4.000 termos recebidos pelo Castelhano.


Convém também esclarecer que a arabização da Península não impôs nem a religião Muçulmana nem a língua Árabe como únicas, mantendo-se “activos” durante o período do Al-Andalus os dialectos moçárabes e o Hebreu, que aportaram termos próprios ao Português.
Até 1496, data do decreto de expulsão das minorias muçulmana que não aceitassem a conversão forçada ao cristianismo, o processo de influência do Árabe no Português persiste, não só nas chamadas “ilhas muçulmanas em território português”, as mourarias, como através da influência sofrida em Marrocos pelos portugueses via “Mouros de Pazes”. Com a instituição do terror da Inquisição em 1552, o Árabe é proibido, reduzindo-se à sua expressão mínima e clandestina, aescrita “aljamiada”. Inicia-se então um período de expurgação de tudo o que é ou soa a Árabe.


Apesar dos mais de 500 anos que durou a presença Árabe em Portugal essa influência refere-se essencialmente ao léxico, pelo que não podemos falar de uma influência estrutural. Um aspecto extremamente relevante é o da adopção de muitos termos Árabes na formação do calão português, a chamada “gíria dos rufiões“, que no período da inquisição terá tido grande incremento através da utilização de expressões e termos encapotados pelos mouriscos e cripto-muçulmanos.


De seguida procura-se dar, apenas a título de exemplo, uma visão geral relativa aos aspectos mais evidentes desta influência.


Antes de mais uma referência a quatro exemplos paradigmáticos e que fazem supor que algumas expressões de caracter religioso perduraram pelo engenho popular:
Oxalá (law xá Allah ou incha Allah, se Deus quiser).
Olá (wa Allah, Deus, saudação).
Olé (wa Allah, Deus, interjeição utilizada como aplauso ou incentivo).
Olarilolé (la illaha ila Allah, não há divindade senão Deus, profissão de fé muçulmana).


A grande maioria dos substantivos começa com o artigo definido Al (o ou a), muitas vezes com o lassimilado à consoante inicial do substantivo, concretamente quando esta é uma consoante solar. No alfabeto Árabe não existem vogais, mas apenas consoantes, e as consoantes dividem-se em consoantes lunares e consoantes solares. As consoantes lunares não têm influência na pronúncia do l do artigo Al, quando constituem a letra inicial da palavra, como por exemplo em Alferes (o cavaleiro), Almeida (a mesa) ou Alcântara (a ponte). Mas as consoante solares quando colocadas na mesma posição assimilam o l do artigo Al, duplicando o seu valor.


Por exemplo Azeite escreve-se Alzeite em Árabe, mas pronuncia-se Azzeite pelo facto de o z ser uma consoante solar. Daí a origem de termos como Azulejo, Açorda ou Atalaia.


Outras formas comuns de início de termos de origem Árabe são as palavras que começam por x(Xadrez, Xarope ou Xerife) ou por enx (Enxaqueca, Enxoval ou Enxofre).
Outras palavras são caracterizadas pela terminação, como as que terminam em i (Javali, Muftiou Sufi), em il (Cordovil, Mandil ou Anil), em im (Alecrim, Carmesim ou Cetim) e as terminadas em afe ou aque (Alcadafe, Almanaque ou Atabeque).


Algumas consoantes Árabes não entram nos vocábulos portugueses por uma questão de não se adaptarem à forma de pronunciar do português, como o h que geralmente se transforma em f, como em Alfama (do Árabe Alhammam), Alfazema (do Árabe Alhuzaima) ou Alface (do ÁrabeAlhassa).


“Volta do Mercado Saloio” de Roque Gameiro . Saloio é a designação dos muçulmanos expulsos de Lisboa após a sua conquista pelos portugueses, que se instalaram na área rural situada a Norte e Poente da cidade; a origem do termo não reúne consenso, sendo a explicação mais plausível a que defende que deriva da palavra
صلاة salat ou oração, já que designava aqueles que rezavam 5 vezes por dia fazendo o çala”, e que eram chamados na época “çaloyos”; esta seria também a origem de “çalayo”, nome do imposto pago sobre o pão na região de Lisboa; outra explicação é a origem do termo na palavra ساحلي saheli, que significa habitante do litoral; outra ainda é a origem em سلاوي salaui ou habitante da cidade marroquina de Salé, designação local para a população rural


Os substantivos podem ser agrupados em v
árias categorias, maioritariamente relativas a inovações ou contributos que os Árabes introduziram na nossa sociedade, e a topónimos, que se observam de Norte a Sul do País e que muitas vezes aportam informações sobre o passado das próprias localidades.


No primeiro caso refiram-se as designações de cargos públicos (Alcaide, Almoxarife ou Alferes), termos de tipologias de edificações (Alcácer, Alcáçova ou Aljube), de construção (Alvenaria,Azulejo ou Açoteia), de instituições administrativas (Aldeia, Arrabalde ou Alfândega), de plantas (Arroz, Alfazema ou Alfarroba), de frutos (Tâmara, Romã ou Ameixa), de profissões (Alfaiate,Almocreve ou Alfaqueque), de termos relacionados com a agricultura (Enxada, Alcatruz ouAzenha), com a actividade militar (Adaga, Arsenal ou Arrebate), de termos médicos (Xarope,Enxaqueca ou Alcalino), de termos geográficos (Azinhaga, Lezíria ou Albufeira), de unidades de medida (Alqueire, Arroba ou Arrátel), de animais (Alcatraz, Lacrau ou Javali), de adereços (Alfinete, Almofada ou Alcatifa), de instrumentos musicais (Adufe, Alaúde ou Rabeca), de produtos agrícolas e industriais (Azeite, Álcool ou Alcatrão), das ciências exactas (Álgebra,Algarismo ou Cifra).


Alguns nomes próprios e apelidos têm também a sua origem em nomes Árabes, como por exemplo Leonor (em Árabe Li an-Nur, ou que vem da luz), Abel (Abu l-, pai de), Fátima (nome de uma das filhas do Profeta Maomé), Albuquerque (Abu-l-qurq, ou o do sobreiro), Bordalo(Badala, abundante) ou Almeida (Al maida, a mesa).


Muitos termos do calão português, do mais brejeiro ao mais indecente, têm origem no Árabe. Por exemplo Marafada (Mraa Khaina, ou mulher que engana), Mânfio (Manfi, desterrado ouproscrito) ou ainda Marado (Marid, ou doente).


No caso dos topónimos, para além da grande maioria de termos iniciados pelo artigo Al ou pela sua forma com o l assimilado, existem outros com origem comum, que podemos agrupar.
Por exemplo, os topónimos iniciados por Ode (do Árabe Ued ou Rio), como Odemira, Odeceixeou Odeleite.
Os iniciados por Ben (em Árabe Ben ou Ibn significa Filho, mas em toponímia tem o significado de Lugar), como Bensafrim, Benfarras ou Benamor.


A título de curiosidade refiram-se alguns topónimos de origem Árabe com indicação do seu significado:
Albarraque (Albarrak, o brilhante), Albufeira (Albuhaira, a pequena barragem), Alcabideche(Alqabidaq, a “mãe de água”), Alcácer (Alqassr, o castelo), Alcáçovas (Alqassba, a cidadela fortificada), Alcalar (Alqalaa’, o forte), Alcaidaria (a chefia), Alcaide (o chefe), Alcains(Alkanissa, a igreja), Alcanena (Alqanina, a cabaça), Alcântara (a ponte), Alcantarilha(diminutivo de Alcântara), Alcaria (a aldeia), Alcobaça (Alkubasha, os carneiros), Alcochete(Alqucha, o forno), Alcoentre (Alqunaitara, a ponte pequena), Alcoitão (Alqaiatun, a tenda),Alcongosta (Alkunasa, o areal), Alcoutim (Alkutami, o falcão), Alfama (Alhamma, a fonte),Alfambras (Alhamra, a vermelha), Alfarelos (Alfahar, a louça), Alfeizerão (Alhaizaran, o canavial), Alfarim (Alfaramin, os decretos), Alfarrobeira (Alharruba, o mesmo que em português), Alferce (Alfarz, o que separa, entre duas colinas), Algarve (Algharb, o Ocidente),Algeruz (o canal), Algés (Aljaich, o exército), Algueirão (Aljairan, as grutas), Alhandra(Alandar, a debulha), Alijó (Alaja, telhado plano), Aljezur (Aljuzur, as ilhas), Almacave(Almaqabara, os cemitérios), Almada e Almádena (Almadana, a mina), Almansil (a estalagem),Almargem (Almarj, o prado), Almarjão (Almarjun, o pedregal), Almedina (a cidade), Almeida (a mesa), Almeirim (Almirin, o limite), Almoçageme (a água que corre), Almodôvar (Almuduar, o meandro), Almoster (Almustar, lugar de aprovisionamento), Alpedrinha (Albadri, luarento),Alpiarça (Albiraz, o duelo), Alqueidão (Alhaima, a tenda), Alte (Altaf, elegante), Alvaiázere(Albaiaz, o falcoeiro), Alvalade (Albalad, o campo), Alverca (Albirka, o pântano), Alvor (Albur, a charneca), Alvorge (Alburj, a torre), Anadia (delicada), Arouca (Aruqa, a bela), Arrábida(edifício religioso fortificado), Arrifana (Arihana, a murta), Arronches (Arauxan, as penhoras),Arruda (Aruta, planta silvestre), Asseca (o caminho recto e plano), Atalaia (lugar alto de onde se exerce vigilância), Aveiro (Aluarai, retirado, resguardado), Azambuja (o zambujeiro), Azeitão(Azeitun, a oliveira), Azóia (Azauia, a ermida).
Belamandil (Banu Mandil, nome de tribo), Bela Salema (Banu Salam, filhos da paz, nome de tribo), Belixe (garça), Benaciate (Ben sayyad, lugar ou filho do caçador), Benaçoitão (Ben As-Sultan, filho do poder), Benafin (Ben ‘Affan, filho do puro), Benagil (Ben Ajawid, filho do generoso), Benamor (Ben ‘Ammar, filho do devoto), Benavente (Ben ‘Abbad, lugar do devoto),Bencatel (Ben Qatil, filho da vítima), Benevides (Ben ‘Abid, lugar do adorador), Benfarras (Ben Farraj, filho da consolação), Benfica (Ben Fiqa, filho da calmeirona ou da mulher alta),Bensafrim (Ben Saharin, lugar dos feiticeiros), Beringel (beringela), Birre (Bir, poço), Bobadela(Bu abdallah, pai do escravo de Deus), Boliqueime (Bu Alhakim, nome próprio), Borba (Birba, labirinto), Bucelas (Basala, cebola), Budens (Bu Danis, nome de tribo que governou Alcácer do Sal), Burgau (Burqa, zona com o solo pedregoso).


Cacela (Qassila, seara), Cacém (Qassim, nome próprio, que significa aquele que testemunha),Cacilhas (Hasila, lixeira), Caneças (Kanissa, igreja), Cartaxo (Qar at-Taj, residente do Tejo),Caxias (Kashih, inimigos), Charneca (Xarnaqa, terreno inculto), Chelas (Xila, arco), Colares (Kula, pequeno lago), Coruche (Quraichi, nome de tribo), Cuba (cúpula), Elvas (Ilbax, risonha),Estoi (Ustul, esquadra), Estômbar (Ustuwanat, arcos), Falacho (solo gretado), Faro (Harun, nome próprio), Fatela (Fath Allah, vitória de Deus), Fátima (nome da filha do Profeta Muhammad), Golegã (Ghalghal, entrar ou penetrar), Leça (Laza, ferrolho), Loulé (Al’ulia, a elevada), Loures (Lawr, lira), Lousã (Lawha, ardósia), Luz (amêndoa).
Mafamede (Muhammad, muçulmano), Mafamude (Mahmmud, louvável), Mafra (Mahfra, cova),Magoito (Maqhut, árido), Malhada (lugar de travessia de um rio), Marateca (Mar’a at-Taqia, mulher devota), Marvão (Marwan, nome próprio), Massamá (Maa as-Sama’, água do céu),Mesquita (Massjid, o mesmo que em português), Messejana (prisão), Messines (elogioso),Mora (Murah, pastagem), Moscavide (Maskbat, sementeira), Mucifal (Mussafa, vale inundável),Muge (Muhja, alma), Murça (Mussa, nome do conquistador Árabe do Gharb Al-Andalus), Nexe (Naxa, juventude), Niza (disputa).
Odeceixe (Ued Sayh, rio da torrente), Odeleite (Ued Layt, rio do eloquente), Odelouca (Ued Luqat, rio das sobras), Odemira (Ued Amira, ou rio da princesa), Odiáxere (Ued Arx, rio da punição), Odivelas (Ued Ballas, rio da terracota), Oeiras (Urwah, moitas), Olhão (‘Ullyah,elevado), Oura (Awra, esconderijo), Ourén (Wahran, nome de cidade na Argélia), Ourique (Wariq, verdejante), Ovar (‘Ubr, curso de água), Palmela (Bismillah, ou em nome de Deus),Parchal (Barjal, circuito), Penela (Ben Allah, filho de Deus), Peniche (Ben ‘Aixa, filho de Aixa),Quelfes (Kallaf, moço de estrebaria), Queluz (vale da amendoeira), Retaxo (Ritaj, entrada).
Sacavém (Xaqaban, próximo), Safara (Sahara, deserta), Salema (Salama, paz), Sameiro (Samar, junco), Samouco (Samuq, alto), Sargaçal (Xarqwasi, arbusto), Serpa (Xarba, poção),Sertã (Saratan, caranguejo), Setil (Sabtil, de Ceuta), Sever (Sabir, colina), Sines (Sin, fortaleza),Sor (Sur, cerca), Tarouca (Turuq, caminhos), Tavira (Tabira, ruína), Tercena (Dar as-Sina, casa da industria), Trofa (Taraf, extremidade), Valada (Balat, planície), Vau (Wad, rio), Vieira (Bayara, concha), Xabregas (desfazer), Zambujal (de Zabbuj, oliveira brava), Zavial (Zauia, azóia),Zêzere (Za’za’a, agitação).

Muitos brasileiros não entendem tudo o que leem, diz estudo

Estudo mostra que o Brasil reduziu o número de analfabetos. Hoje 73% sabem ler e escrever, mas 65% tem algum nível de dificuldade.

19/02/2016 21h43 - Atualizado em 19/02/2016 21h43

Uma pesquisa sobre alfabetização chamou atenção pra dificuldade que os brasileiros têm para entender o que leem. O reflexo disso aparece no mercado de trabalho.
Começamos pela notícia boa para os brasileiros. Nos últimos 15 anos o número de analfabetos no Brasil caiu de 12% para 4% da população. Se unirmos analfabetos com os que até leem o nome ou o letreiro do ônibus temos os analfabetos funcionais. Número que também caiu em 2001 eram 39%, hoje são 27.
A notícia ruim vem dos alfabetizados. Hoje 73% sabem ler e escrever, mas 65% tem algum nível de dificuldade.
Então de acordo com a pesquisa, só 8% dos brasileiros estão nesse melhor índice de alfabetização, conseguem ler e interpretar qualquer tipo de texto, por mais complicado que ele seja. Agora se a gente for olhar a divisão por trabalho, por área de trabalho, tem três setores que tem uma média bem melhor, até maior que o dobro da média nacional.
São eles: comunicação, artes e cultura com 26%, administração publica 18% dos trabalhadores desses setores estão nesse melhor nível de alfabetização e educação com 16%. Esses são os melhores resultados nacionais. Agora, vamos combinar que esses não são números muito bons não.
Os resultados são ainda piores em outros setores. Construção civil ou indústria tem só 3% no melhor nível de alfabetização. Comércio 10%. E a área de saúde apenas 11%.
“Saúde e educação encontram até um percentual de profissionais proficientes maior do que outros setores. Mas se você pensar especificamente nos dois setores, na importância do letramento, do alfabetismo, na saúde e principalmente na educação, o nível é baixo”, diz Ana Lúcia Lima, coordenadora da pesquisa.
Quer ver um exemplo? Muita gente que vai prestar concurso corre atrás de reforço.
“A maioria das questões não é você resolver o problema da matemática. Conta qualquer um faz. Só que você tem que pegar a interpretação do texto pra passar pra conta”, explica Alan Galvão, eletricista.
Mas como estamos falando de profissionais, já adultos e formados, os pesquisadores garantem que a melhoria da escola não vai resolver o problema desse pessoal. A ajuda tem que vir do próprio mercado.
Coisa que uma gigante do setor de vestuário já percebeu. Oferece para os funcionários cursos, aulas, programas pra estudar em casa. Foi um bom negócio?
“Treinar é muito melhor do que trocar, não só pelo custo, pelo desempenho. É um dos fatores de retenção muito claros da nossa equipe”, diz Michel Sarkis, empresário.