Jornal Mensal em idioma gírio – Edição 68 – Ano X- Niterói/RJ – setembro/outubro de 2010

 

500mil

 

 

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Em agosto, tivemos 5.048 acessos e passamos dos 500 mil. Exatos 502.734.

Uma marca respeitável.

Por paises: Brasil, 4.796, Estados Unidos, 97, Portugal, 40, Argentina ,21; Peru e Alemanha, 8;

França, 7; Reino Unido, Polonia e Espanha, 6; Canadá, 5; Venezuela, Italia, Holanda e Colombia, 4; Japão, Angola e Australia, 3, Israel, Chile, China e Moçambique, 2.

No Brasil, São Paulo, 725, Rio de Janeiro, 419. Belo Horizonte, 334; Salvador, 275; Brasília, 195; Fortaleza, 194; Recife, 191; Goiania, 140; Porto Alegre, 117, Curitiba, 112; Belém, 92; Campinas, 73; Nova Igualu, 69; Santos, 61, Porto Velho, 58; Santo André, 55; Natal 54

 

Em julho último, tivemos 3.992 acessos de nativos de 15 paises. Além do Brasil , tivemos visitantes dos Estados Unidos, Portugal, Canadá, Argentina, Itália, Reno Unido, Alemanha, China e Nova Caledônia.

NO Brasil, tivemos 2.897 acessos, sendo os maiores visitantes foram de São Paulo, 358, Salvador, 282; Rio de Janeiro, 247; Belo Horizonte, 218; Fortaleza, 97; Recife, 88, Porto Alegre, 86; Brasília, 85; Curitiba, 83; e Campinas, 63.

BIBLIOTECA NACIONAL DESTACOU O DICIONÁRIO DE GÍRIA

Transcrevemos ou clipamos a reportagem publicada na Revista HISTÓRIA, da Biblioteca Nacional, escrita por Claudia Bojunga, na edição de novembro de 2009, ano 5°, Nº 50.

 

 

 

 

 

 

GÍRIAS SOTEROPOPLITANAS, ISTO É, DE SALVADOR/BA

Enviadas por Gabriel Bispo

encarcando o dente = bebendo

titela = cara magro

migueloso = canguinha, sacana, mão de vaca

benga = penis, diminutivo de bengala, penis grande que vai até o chão

cabelo/cabeça de ninho de keré-kexé = cabelo embolado, cabeça confusa

chupando gelo = perdendo tempo

pentelho do olho = cílios

capota do olho = pálpebra

lasca de buceta = mulher coma uma vagina grande

lambe taca = pessoa conhecida por fazer sexo oral para o homem, vulgo boquete

chapista = homem que tem costume de transar sem camisinha

na chapa = transar sem camisinha, vai na chapa

 

15/07/2010 - 13h42

Drummond defendeu "Dicionário do Palavrão", censurado pelos militares nos anos 70

Autor teve seu glossário censurado pelos militares nos anos 1970

Obscena, grosseira, imprópria. Certas palavras adquiriram certa pecha ao longo do tempo. Considerados como "palavrões", que reportam à ideia de palavras crescidas demais, esses termos possuem fama, mas não luxo gramatical.

Interessado nesse universo léxico especial, o folclorista pernambucano Mário Souto Maior (1920-2001) decidiu percorrer várias regiões do país em busca dos palavrões mais impossíveis da língua portuguesa. O resultado pode ser encontrado na nova edição de

"Dicionário do Palavrão e Termos Afins".

Na última quarta-feira (14), data em que Souto Maior completaria 90 anos, o volume foi relançado por sua família em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco e a Editora Leitura, no Museu da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife.

Para ajudar o brasileiro a entender a origem dos vocábulos impróprios, o autor se empenhou em mais de cinco anos de pesquisas. Reuniu mais de 3.000 verbetes, tidos como chulos, entrevistou várias fontes e leu mais de 200 romances para finalizar o exemplar.

Divulgação

Folclorista pesquisou mais de cinco anos e leu mais de 200 romances

Do palavrão típico do Amazonas ao usado pela população do Rio Grande do Sul, o leitor também encontra sinônimos para determinados léxicos, como "prostituta", "homossexual" e "órgãos sexuais".

Souto Maior distribuiu 8.000 formulários para penetrar em todas as regiões brasileiras. Seu intuito era consultar todas as camadas sociais, pessoas de diferentes níveis intelectuais, das mais variadas idades e condições econômicas.

Publicado originalmente em 1974, com prefácio assinado pelo sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987), o dicionário sofreu censura dos militares. Foi lançado somente na década de 1980, durante o governo de João Figueiredo (1918-1999). A primeira edição esgotou rapidamente.

O escritor Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) defendeu o glossário publicamente na edição de 20 de março de 1980 do "Jornal do Brasil". Leia um trecho:

"A carga de tais preconceitos é tamanha que o "Dicionário do Palavrão e Termos Afins", de Souto Maior, levou anos trancado em gavetas de censura, porque certo ministro da Justiça considerava atentatória aos costumes uma obra que tem similares de nível universitário na Alemanha, na França e outros países. Foi necessário que a opinião pública forçasse os governos militares à abertura democrática, embora tímida mas já hoje irrecusável, para que esse livro conquistasse direito de circulação e, portanto, de ser criticado. Seu autor, julgado sumariamente em sigilo de gabinete, seria assim um pornógrafo, quando na realidade se trata de um dos mais qualificados estudiosos da cultura nacional em seu aspecto de criação popular, de riquíssima significação."

 

Língua e pátria

hélio schwartsman, 01/07/2010

É em pequenos "insights" que descobrimos que estamos ficando velhos. Quando eu era criança, os livros de OSPB (Organização Social e Política Brasileira, disciplina obrigatória criada pelo regime militar para substituir a filosofia e a sociologia que haviam sido retiradas do currículo) se ufanavam da unidade linguística do país. Éramos uma nação continental falando um único idioma, enquanto Estados muito menores, como a Bélgica e a Espanha, eram rasgados por profundas rivalidades glotogênicas.

Hoje, leio numa interessante matéria que saiu na "Revista da Cultura" [publicação da livraria de mesmo nome] que existem iniciativas para inventariar os mais de 200 idiomas por aqui falados. Há cerca de um ano, um número do extinto caderno Mais! ia na mesma toada.

Será que fui eu que perdi algo e deixei de assistir ao desembarque de duas centenas de línguas ou alguém contou uma história um pouco inexata? Eu, como sempre, suspeito dos militares.

Vale a pena recuar um pouco e resvalar na filologia comparativa para tentar descobrir o que aconteceu.

Pode parecer estranho, mas ninguém sabe ao certo quantos são hoje os idiomas falados no mundo. As estimativas vão de 4.000 a 10.000, mas parece um bom palpite fixar seu número nas proximidades de 6.500. Tanta variação é possível porque as fronteiras entre língua, dialeto e falares regionais são tudo menos claras. Embora algumas definições engenhosas já tenham sido propostas, na prática não há critérios objetivos.

A discussão muitas vezes pode ficar mais política do que técnica. Em termos de semelhanças sintáticas e léxicas, é mais do que razoável afirmar que o servo-croata, por exemplo, é uma só língua. A diferença mais marcante está no fato de os sérvios empregarem o alfabeto cirílico, e os croatas, o latino. Variações no léxico existem, mas são mínimas. A rivalidade entre os dois povos, contudo, os leva a afirmar que seus respectivos modos de expressão têm identidade própria, constituindo-se em línguas independentes. Agora que sérvios e croatas travaram uma guerra para separar-se e fundar seus respectivos Estados, é mais do que provável que a divisão se cristalizará.

No polo oposto, o chinês é considerado um idioma. Por vezes se o divide em mandarim e cantonês. Na expressão escrita, não resta dúvida da unicidade da língua. Na forma oral, contudo, ocorrem diferenças marcantes até de aldeia para aldeia, a ponto de comprometer a intercompreensão. Não fosse a realidade de um partido único e fortemente centralizador, não seria absurdo dividir os "chineses" em vários idiomas.

As suspeitas em relação aos militares se justificam. Eles costumam mesmo transitar entre a supersimplificação e a falsificação da história. Muito antes do primeiro soldado desembainhar a primeira espada nestas terras, já havia por aqui enorme diversidade linguística. Muito maior, aliás, do que a atual. Evidentemente, vários idiomas indígenas pereceram com seus falantes, que foram dizimados após a chegada dos portugueses, por doenças, massacres e pela assimilação cultural.

É bem verdade que também aportaram algumas línguas novas, notadamente o português e os idiomas africanos que vieram com os escravos. Estes últimos, porém, tampouco sobreviveram, embora tenham deixado algumas marcas no idioma hoje falado no Brasil.

Numa segunda fase, vieram as línguas dos imigrantes europeus e asiáticos, que teimam em existir em ilhas linguísticas como o pomerano, das comunidades de origem alemã do Espírito Santo.

Aos militares, é claro, que parecem ter um fetiche pelo nacionalismo --em tempos de Copa do Mundo é oportuno lembrar os "90 milhões em ação, pra frente Brasil, Brasil"--, nunca interessou contar essa história. Era melhor afirmar a unidade da língua e do povo, mesmo que ela fosse um pouco forçada.

De quebra, esse silêncio permite não abordar outros temas que nos fazem ter uma história menos lustrosa, como o fato de que Getúlio Vargas proibiu famílias de ascendência italiana e alemã de usar sua própria língua e que o marquês de Pombal fez o mesmo com a língua geral, um "pidgin" de tupi que era o idioma dominante no Brasil até o século 18, falado tanto por brancos como por índios e escravos.

Agora, em tempos de valorização do multiculturalismo, louvamos a poliglossia e o fato de o Brasil encontrar-se entre as oito nações mais linguisticamente diversas do planeta, que, juntas, falam a metade dos idiomas do mundo. Segundo o linguista Tove Skutnabb-Kangas, que mantém um interessante site sobre o tema (www.terralingua.org), o Brasil conta hoje com 219 línguas --eram mais de 1.000 no século 16. Ficamos atrás apenas de Papua-Nova Guiné (850), Indonésia (670), Nigéria (410), Índia (380), Camarões (270), Austrália (250) e México (240).

O problema é que, ao contrário do que quer o multiculturalismo, esses idiomas não estão em pé de igualdade. A maioria deles não conta com mais de umas poucas centenas de falantes e muitos já estão com data programada para ser extintos. O fenômeno, é claro, não é uma exclusividade brasileira. Línguas podem ser colocadas em três grandes grupos em relação a suas perspectivas de sobrevivência. São chamadas de "moribundas" quando já não são aprendidas pelas crianças. Acredita-se que de 20% a 50% dos idiomas estejam nessa situação. Diz-se que estão "ameaçadas" quando se encontram em vias de deixar de ser aprendidas por crianças. E são consideradas "seguras" quando não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores. Apenas 10% dos idiomas são robustos o bastante para se encaixar nessa última definição; 90% do total não chegarão até o ano 2100.

O fenômeno de surgimento e extinção de línguas não é novo. Acredita-se que o pico da diversidade linguística tenha ocorrido 15 mil anos atrás, quando uma população brutalmente menor do que a atual falava mais de 10 mil idiomas.

Mesmo assim, é razoável afirmar que a extinção --que alguns chamam de genocídio linguístico-- foi muito intensificada nas últimas décadas. O evento mais notável é a urbanização. Se é relativamente fácil que populações isoladas permaneçam falando uma língua, a questão se complica bastante nas cidades. No começo, os filhos consideram o idioma dos pais, falado apenas na família, inútil e o aprendem meio a contragosto. Seus filhos, contudo, já não o aprenderão e, no espaço de duas ou três gerações, a língua perece.

Louvo o esforço dos linguistas e antropólogos que se desdobram para tentar salvar essas línguas ou pelo menos preservar algo delas, mas receio que suas chances de sucesso são escassas. É mais fácil preservar baleias e micos-leões-dourados. Em princípio, basta deixar de caçá-los ou de destruir o ambiente de que dependem. Com as línguas, é preciso convencer seus falantes, atuais e potenciais, a utilizá-la, muitas vezes contra tendências políticas, econômicas e culturais bastante poderosas.

E não se pode censurar um jovem por querer viver sua vida como lhe pareça melhor. Apenas a um militar ocorreria obrigar as pessoas a falar uma língua que não desejam.

Hélio Schwartsman, 44 anos, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha.com.

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