Jornal da Gíria Ano XV- Nº95 – Novembro e Dezembro de 2014



Ouça aqui giria portuguesa e divirta-se ! (necessario PowerPoint )

 Veja o que mandou António Pinho, de Lisboa: A origem da língua portuguesa:

https://www.youtube.com/watch?v=EtBief6RK_I

Veja o que me mandou Rubem Amaral Junior  :

http://youtu.be/sTVgNi8FFFM


O QUIPROCÓ DO ACORDO ORTOGRÁFICO

O Acordo deveria ter entrado vigor em 1° de janeiro de 1913. Não entrou. Foi adiado para 1º de janeiro de 2016. Também não vai entrar.

Mas os demais países de língua portuguesa não querem que entre em vigor. Não querem saber do acordo. Cada qual quer ficar com seu cada qual.
No Brasil, o Acordo já vigora com caça ao trema, ao hífen, ao traço de união, arroba, dois pontos, reticências. A ignorância é grande.
Já não se lia antes da Internet. Hoje, quase não se lê. Predomina o analfabeto funcional. O Ministério da Educação abandonou a língua mãe.
Prostituiu a língua. O Ministério da Cultura. Estamos nos tornando uma civilização ágrafa. Duas linguagens alternativas estão, neste momento,
salvando a pátria de um desmanche total: a gíria e o internetê, com um rico e variado equipamento linguístico. A gíria com os nossos regionalismos.
O internetês com a linguagem anglo-americana e sues reducionismos. O Seminario realizado pelo Senado (leiam os posts)  serviu para que  a
questão do Acordo continuasse em pauta. Mas repito: não é preocupação de Portugal, Angola e Moçambique.Oque deveria ser feito não está em pauta.
O que fazer para que os brasileiros, hoje com até 10 anos, estudem o portuges nas escolas e não integrem as maltas que estão assaltando e matando o nosso idioma.
Vejam nesta edição os que os espanhóis estão fazendo em defesa de sua língua.

Grupo de trabalho debate sugestões de ajustes em acordo ortográfico

Elina Rodrigues Pozzebom | 22/10/2014, 15h58 - ATUALIZADO EM 23/10/2014, 17h0

O professor Pasquale Cipro Neto, ao lado da senadora Ana Amélia.

Geraldo Magela/Agência Senado

As duas audiências sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa promovidas nesta semana pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) serviram para apresentar à sociedade parte das discussões realizadas por grupo de trabalho formado por professores e especialistas em língua portuguesa.

Instada por setores da sociedade que apontaram incongruências e dificuldades em pontos do acordo, a CE decidiu, em 2012, criar um grupo técnico para apontar e sistematizar sugestões de melhorias. Dois professores, Pasquale Cipro Neto e Ernani Pimentel, coordenam o grupo, oficialmente criado no ano passado. Ambos participaram das audiências desta semana.

Segundo a vice-presidente da CE, senadora Ana Amélia (PP-RS), o papel da comissão é garantir espaço para o tema ser discutido, mas não serão os senadores a propor qualquer alteração no acordo, até por não terem essa prerrogativa. Também não se discute a revogação do tratado que unificou a ortografia da língua.

De acordo com Ana Amélia, o grupo de trabalho vai sugerir ou não um texto para a comissão propondo alterações, e a CE então decidirá se as encaminhará como contribuição para o Executivo, que poderá tomar as devidas providências.

- Não vamos mexer na reforma, no conteúdo [do acordo], hífen, trema, x no lugar do ch. Isso não é função nossa, dos parlamentares. O grupo técnico vai sugerir e a comissão pode acatar ou não as sugestões. Vamos oferecer isso ao debate, como contribuição - explica.

A intenção do grupo, diz Ana Amélia, é abrir espaço para estudiosos e interessados no tema debaterem e apontarem incongruências nas regras do tratado. Há reclamações de que o acordo foi aprovado e implantado sem ter sido amplamente discutido com grupos representativos. Outras audiências públicas e reuniões serão realizadas nos próximos meses para subsidiar o trabalho.

As regras do acordo deveriam entrar em vigor em definitivo em janeiro de 2013, mas decreto da presidente Dilma Rousseff alterou o início da adoção obrigatória para 1º de janeiro de 2016.

'Inensinável'

Pasquale Cipro Neto, um dos coordenadores do grupo de trabalho técnico, aponta vários problemas no texto do acordo, como o uso de hífen em pé-de-meia, uma exceção consagrada pelo uso, e a abolição em pé de moleque, que poderia levar hífen pela mesma justificativa. Não há uma explicação lógica para as escolhas, avalia. Há também muitos problemas com o prefixo pré.

- Do jeito que a coisa está hoje, pode se dizer que a grafia da língua portuguesa, de acordo com o que ficou decidido pelo acordo e pela nota explicativa, adendo imenso que a Academia Brasileira de Letras fez ao acordo, é 'inensinável'. Como vou explicar para o aluno por que determinada palavra é escrita com hífen ou não se elas estão no mesmo caso? – questiona.

Para ele, o acordo de unificação ortográfica na verdade é um “desacordo”, não foi feito ao mesmo tempo pelos países lusófonos, assim como a entrada em vigor não foi concomitante. Angola e Moçambique até hoje não ratificaram o acordo e Portugal ainda não elaborou o vocabulário comum.

- O acordo ficou dormindo nas gavetas. Foi assinado em 1990 e em 2008, de repente, houve um faniquito para colocar em vigor de forma atropelada, com publicação de livros cheios de problema. A Academia [Brasileira de Letras] publicou um dicionário recheado de problemas. Para que tudo isso? – indaga.

O professor é adepto da "lapidação" do atual acordo.

- Eu começaria tudo de novo, mas deixando de lado esse sonho. Vamos fazer o que é possível e, em minha opinião, é possível eliminar os problemas do texto oficial do acordo, limpar, melhorar, clarear – diz.

Fonética

Em relação à proposta de reforma pelo sistema fonético, que foi apresentada pelo professor Ernani Pimentel, Pasquale mais uma vez ressaltou que é um ponto a ser discutido e não uma proposta formal em tramitação na CE.

Pimentel diz ter o apoio de mais de 30 mil pessoas para deixar de lado o caráter etimológico da língua – com base na origem das palavras, seja latina, africana ou indígena, por exemplo – e valorizar o fonético. Com isso, por exemplo, chave passaria a ser escrita com x e sessão, seção e cessão teriam a mesma escrita: sesão.

- Isso é matéria de debate, não é uma proposta do Senado. É uma sugestão que pode ser debatida – diz Pasquale.

 

Especialistas defendem revisão de acordo ortográfico

Iara Guimarães Altafin | 22/10/2014, 15h57 - ATUALIZADO EM 23/10/2014, 10h53

Geraldo Magela/Agência Senado

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa deve ser mantido, mas com ajustes em situações de falta de clareza nas regras de grafia para facilitar a aplicação e o ensino das novas regras. Essa posição foi defendida pela maioria dos especialistas ouvidos nesta quarta-feira (22) na Comissão de Educação (CE).

Ouvidos pela Agência Senado, os especialistas discordam de proposta de simplificação ortográfica pelo critério fonético, ou seja, a escrita das palavras orientada pela forma como se fala. Esse sistema, se adotado, levaria ao fim do ch, ç, ss, do h inicial, como na palavra "hoje", entre outras mudanças. A proposta foi apresentada na terça-feira (21) pelo professor Ernani Pimentel, também em audiência sobre o acordo.

Assinado em 1990 pelos países lusófonos, o acordo entrará em vigor no Brasil em janeiro de 2016. No entanto, desde 2008, com a promulgação do texto, está em curso o processo de transição para as novas regras, já adotadas por editoras, escolas, veículos de comunicação e órgãos públicos. Desde então, o acordo tem sido criticado por imprecisões e regras pouco claras, que permitem diferentes interpretações.

Carlos André Pereira Nunes, professor de Língua Portuguesa e Redação Jurídica, relatou divergência entre o acordo e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), editado pela Academia Brasileira de Letras (ABL).

— É preciso criar um protocolo mais rigoroso sobre fontes da ortografia da língua portuguesa. Qual é a fonte da ortografia? É o acordo? É o vocabulário [publicado pela ABL]? — questionou Nunes.

Texto nebuloso

Crítico do acordo, o professor Pasquale Cipro Neto, consultor de Língua Portuguesa, afirma que o texto é "nebuloso", permitindo duas grafias para a mesma palavra, como sub-humano e subumano, e critérios diferentes para palavras que deveriam ser regidas por uma mesma regra, como prequestionar e pré-qualificar, como consta do Volp.

— Não existe obra perfeita, mas os fatos mostram que houve atropelo. Fica evidente que o texto carece de polimento, de uma aparada, de soluções concretas. O acordo precisa passar por uma revisão, precisa ser clareado — disse.

Entre os ajustes sugeridos, Pasquale Neto destaca a necessidade de solução "mais racional e objetiva" para o uso do hífen, posição também defendida por Antônio Martins de Araújo, presidente da Academia Brasileira de Filologia.

— O acordo tem que ser celebrado, mas a Academia Brasileira de Filologia bate pé firme em favor da simplificação máxima do uso do hífen — disse Araújo.

Alteração multilateral

Na opinião da professora Stella Maris Bortoni, da Associação Brasileira de Linguística (Abralin), não há espaço para revisões unilaterais do acordo.

— A Abralin recomenda que se consolide acordo ortográfico. O Brasil é signatário do acordo, feito no âmbito da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], e não deve fazer alterações unilaterais. Qualquer alteração deve ser multilateral, no âmbito da CPLP — afirmou.

Stella Maris considera urgente a conclusão do vocabulário comum entre os países signatários do acordo. Ela sugeriu aos senadores da CE que lancem mão da autoridade da comissão para recomendar pressa na finalização desse compromisso da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Ao fim do debate, o gramático Evanildo Bechara, membro ABL e representante junto à CPLP, informou que o Instituto de Linguística Teórica e Computacional (Iltec) está encarregado de fazer uma revisão no acordo, o que vem sendo realizado por um grupo especialistas convocados junto aos oito países signatários do acordo.

As sugestões de ajustes apresentadas nos debates na Comissão de Educação, disse Bechara, poderão ser consideradas pelos especialistas do Iltec.

— Vou levar para eles as contribuições para a melhoria do texto do acordo de 1990 — afirmou.

Bechara, no entanto, enfatizou que não estará em exame a proposta de simplificação ortográfica que sugere a mudança do sistema misto atual, etimológico e fonético, para o sistema puramente fonético.

Mediação

Na condução do debate, a vice-presidente da CE, senadora Ana Amélia (PP-RS), explicou que a comissão exerce o papel de mediação, para que os especialistas cheguem a um entendimento para o aperfeiçoamento do acordo ortográfico.

—Não estamos aqui nem de um lado, nem de outro. Queremos chegar a esse ponto de reconhecer: existem falhas no acordo? Então, estamos buscando exatamente este centro para aperfeiçoá-lo, seja em forma de errata, na forma de explicação ou de qualquer outra forma. Esse é o nosso papel — observou.

 

Comissão de Educação retoma nesta quarta debate sobre acordo ortográfico

Da Redação | 22/10/2014, 10h03 - ATUALIZADO EM 22/10/2014, 11h03

 

A partir da esquerda, Carlos André, Bechara, Ana Amélia, Pasquale e Stella Maris

Geraldo Magela/ Agência Senado

O debate sobre o acordo ortográfico promovido pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) foi retomado há pouco nesta quarta-feira (22) sob a presidência da senadora Ana Amélia (PP-RS).

Desta vez, serão ouvidos Pasquale Cipro Neto, professor e consultor de Língua Portuguesa; Stella Maris Bortoni de Figueiredo Ricardo, professora e membro da Associação Brasileira de Linguística; Evanildo Cavalcante Bechara, professor e Membro da Academia Brasileira de Letras; e Carlos André Pereira Nunes, professor de Língua Portuguesa e Redação Jurídica.

A CE formou um grupo de Trabalho Técnico (GTT) para debater dificuldades na implantação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que deveria entrar definitivamente em vigor em janeiro de 2013. Graças à sua interferência, a implantação definitiva foi adiada para janeiro de 2016 por decreto da presidente Dilma Rousseff

 

Especialistas divergem em relação ao acordo ortográfico

Elina Rodrigues Pozzebom e Iara Guimarães Altafin | 21/10/2014, 18h27 - ATUALIZADO EM 22/10/2014, 10h08

Bechara e Pimentel, com o senador Cyro Miranda ao centro, divergiram em relação a novas mudanças

Edilson Rodrigues/Agência Senado

m debate nesta terça-feira (21) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), o gramático Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), defendeu o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, enquanto Ernani Pimentel, presidente do Centro de Estudos Linguísticos da Língua Portuguesa, cobrou maior simplificação gramatical.

As regras do acordo já são adotadas no país, por exemplo por editoras, mas só serão obrigatórias a partir de 2016. Pimentel, no entanto, é contra as mudanças, argumentando que não houve diálogo com a sociedade e com quem atua na área.

Ele lidera movimento para adoção de critério fonético na ortografia, ou seja, a escrita das palavras orientada pela forma como se fala. Por esse critério, a palavra "chave", por exemplo, seria escrita com x (xave), sem preocupação em considerar a etimologia.

– O ensino baseado na etimologia, na pseudoetimologia, é dos séculos que se foram. Podemos agora discutir formas mais objetivas e racionais – diz Pimentel, ao afirmar que a simplificação evitaria que as novas gerações sejam submetidas a “regras ultrapassadas que exigem decoreba”.

Em sentido oposto, Evanildo Bechara considera que a simplificação fonética, “aparentemente ideal”, resultaria em mais problemas que soluções, pois extinguiria as palavras homófonas - aquelas que têm o mesmo som, mas escrita e significados diferentes. Como exemplo, ele citou as palavras seção, sessão e cessão, que ficariam reduzidas a uma só grafia – sesão –, o que prejudicaria a compreensão da mensagem.

– Aparentemente teríamos resolvido um problema ortográfico, mas criaríamos um problema maior na função da língua, que é a comunicação entre as pessoas – frisou.

Facilitação no ensino

No debate, Pimentel afirmou que a simplificação da gramática tornaria mais eficiente e racional o ensino da língua portuguesa nas escolas, facilitando o aprendizado e reduzindo custos. Ele ressaltou que simplificação já conta com 36 mil apoiadores, entre professores e alunos do ensino médio e superior.

Já Bechara disse que, para a ABL, dificuldades na alfabetização e no ensino da língua escrita não se resolvem com a simplificação ortográfica. Se fosse assim, afirmou, seria grande o número de analfabetos na França e na Inglaterra, uma vez que as ortografias francesa e inglesa estão entre as mais complicadas. Ao contrário, observou, são países que estão “na vanguarda da civilização”, resultado de escolas de qualidade e professores competentes.

Na opinião do gramático, o acordo ortográfico reúne qualidades e representa um avanço para o uso do idioma e para unificar regras entre os países lusófonos. Ele ressaltou que os países que assinaram o acordo poderão, depois da implementação das novas regras, aprovar modificações e ajustes, caso necessário.

Também Thais Nicoleti, consultora de língua portuguesa da Folha de S. Paulo e do portal UOL, elogiou mudanças promovidas pelo acordo ortográfico. Ela pediu, por outro lado, que o ensino do português nas escolas seja aprimorado, com exigência de mais leitura.

– A criança deve ser levada a ler, para que saiba se comunicar oralmente e por escrito. Temos que mudar nossas aulas, e não mudar a língua para ficar mais fácil de ensinar – criticou.

Adesão ao acordo

Ao comentar relatos de resistência ao acordo ortográfico em Portugal, Bechara afirmou que as críticas seriam localizadas e que revelam desconhecimento das mudanças propostas. Ele destacou que as novas regras têm a aprovação dos especialistas que representam Portugal nos fóruns de discussão do assunto.

Quanto à dificuldade de adesão em Angola e Moçambique, o gramático considera normal que implantação do acordo seja mais demorada nesses países, devido à existência de diversas línguas locais, ao lado do português.

 

Debate revela divergências sobre acordo ortográfico

Da Redação | 21/10/2014, 13h10 - ATUALIZADO EM 21/10/2014, 16h12

Edilson Rodrigues / Agência Senado

Debate realizado na Comissão de Educação (CE) expõe divergências quanto à implantação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990 e que deverá estar implantado no Brasil em janeiro de 2016.

Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, defende a adoção das regras previstas no acordo para a uniformização gramatical entre os países que têm a língua portuguesa como idioma oficial — Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

Ele nega que o acordo tenha sido rejeitado por Portugal e diz ser compreensível que países que tenham, ao lado do português, línguas locais, como Angola e Moçambique, tenham mais dificuldade em implantar a unificação gramatical.

Já Ernani Pimentel, presidente do Centro de Estudos Linguísticos da Língua Portuguesa, defende a simplificação gramatical com a adoção de critério fonético, ou seja, a escrita das palavras se daria pela forma como se fala.

Para Pimentel, esse sistema tornaria mais simples o processo de alfabetização e atenderia à rapidez da comunicação pela internet, que submete as pessoas a inúmeras palavras novas a cada dia.

Ao discordar do argumento, Bechara afirma que o francês e o inglês são idiomas com gramáticas mais complexas e mesmo assim o ensino dessas línguas é eficiente, devido a boas escolas e professores competentes.

Também participam do debate Thaís Nicoleti, consultora de Língua Portuguesa da Folha de S.Paulo e do UOL, para quem as dificuldades de adaptação ao novo acordo vêm sendo superadas; e Antônio Martins de Araújo, presidente da Academia Brasileira de Filologia, que destacou a necessidade de maior atenção a acentos e hífens numa nova grafia da língua portuguesa.

 

Especialistas discutem acordo ortográfico em audiência na CE

Da Redação | 21/10/2014, 10h19 - ATUALIZADO EM 21/10/2014, 15h36

A partir da esquerda, Martins, Bechara, Cyro, Ernani Pimentel e Thais Nicoleti, no debate desta terça na CE

Edilson Rodrigues / Agência Senado

A Comissão de Educação (CE) realiza neste momento audiência pública para discutir o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990 e que deverá estar implantado em janeiro de 2016. As novas regras devem valer para os oito países que têm o português como língua oficial: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

O debate integra as atividades do grupo de trabalho criado em 2013 pela CE para propor a simplificação e o aperfeiçoamento do acordo ortográfico. Os especialistas devem apresentar até março de 2015 uma proposta aos senadores, que será então levada ao Executivo, para ser discutida com os outros países de língua portuguesa.

Participam do debate Ernani Pimentel, presidente do Centro de Estudos Linguísticos da Língua Portuguesa e membro do grupo de trabalho da CE; Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras; Antônio Martins de Araújo, presidente da Academia Brasileira de Filologia; e Thais Nicoleti, consultora de Língua Portuguesa da Folha de São Paulo e do UOL.

 

 

Acordo ortográfico será tema de audiências na próxima semana

Da Redação | 17/10/2014, 14h20 - ATUALIZADO EM 17/10/2014, 15h13

giria2509b

Edilson Rodrigues/Agência Senad

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa será tema de duas audiências públicas na próxima semana. Devem ser relatadas nas reuniões, na terça (21) às 10h e na quarta (22) às 9h30, as discussões realizadas por um grupo de trabalho formado por professores e linguistas por iniciativa da Comissão de Educação (CE).

O acordo ortográfico, assinado em 1990 e em vigor desde 2007, teria de ser seguido obrigatoriamente no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2013, mas o prazo foi prorrogado até 1º de janeiro de 2016, por decreto da presidente da República, Dilma Rousseff. Parte dos países lusófonos, como Portugal, é contrária às mudanças propostas para a unificação da ortografia.

Em outubro de 2013, a CE criou, a pedido da senadora Ana Amélia (PP-RS), vice-presidente da comissão, um grupo de trabalho formado por professores e linguistas para analisar o acordo e sugerir meios de facilitar a implantação das novas regras.

Os especialistas têm usado o espaço para trocar opiniões a respeito da implantação definitiva do acordo e de possíveis alterações em seu conteúdo. Qualquer proposta formal de mudança, no entanto, dependerá da concordância dos senadores. Em agosto deste ano, o presidente da CE, Cyro Miranda (PSDB-GO), refutou que o Senado esteja tentando reformar a língua portuguesa, como chegou a ser veiculado na imprensa e disseminado pelas redes sociais.

Foram convidados para os debates da próxima semana o professor e membro da Academia Brasileira de Letras Evanildo Bechara; o professor Pasquale Cipro Neto; o professor Ernani Pimentel; o presidente da Academia Brasileira de Filologia, Antônio Martins de Araújo; a professora Stella Maris, da Associação Brasileira de Linguística (Abralin); e a consultora de Língua Portuguesa da Folha de São Paulo, Thaís Nicoleti.

 

Nossa língua vai ficar mais simples

Reforma Orotgráfica.

Considerações do jornalista Wilson Ibiapina

O omem disse que oje vai xover. É assim que passaremos a escrever se forem aprovadas as mudanças sugeridas para na nova reforma ortográfica da língua portuguesa. A proposta de mudança feita pelo professor Ernani Pimentel, dono de uma rede de cursos preparatórios, inclui também outras mudanças. Por exemplo, palavras grafadas com “Ç”, “SS” e XC passariam a ser escritas com um “S”.

A simplificação do idioma inclui a extinção do H no inicio das palavras, bem como do CH, que seria substituído por X. Professores de português de todo o país já se manifestaram contra. Alguns acham uma besteira sem tamanho o argumento de Pimentel de que a simplificação facilitaria o aprendizado.

A dificuldade de alfabetizar não diz respeito à grafia das palavras, mas sim ao método de ensino do professor. O assessor do Museu da Língua Portuguesa e professor da USP, Ataliba de Castilho, diz que “é preciso o professor ajudar o estudante a compreender as diferenças entre língua falada e escrita. Mudar as letras não muda esse processo.”

O professor Ernani Pimentel faz parte do grupo de trabalho técnico do Senado criado no ano passado para revisar o acordo ortográfico de 2009. O senador goiano Cyro Miranda, presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado diz que as ideias do professor Pimentel não representam a opinião do grupo formado também pelo professor Pasquale Cipro Neto e os senadores Cristovam Buarque e Ana Amélia Lemos.

Essas mudanças lembram-me a história do cara que pede a secretaria para redigir uma convocação de todos os empregados para uma reunião na sexta feira. A moça para de escrever e levanta sua dúvida : - chefe, sexta é com s ou com x? E o chefe: transfere pra quinta.

O novo acordo ortográfico, assinado em 2008 só entrará em vigor em 2016. Até lá, vão tentar fazer mais mudanças na “última flor do Lácio, inculta e bela”, como diria Olavo Bilac

 

 

LENGUAJE

Los americanismos crecen en el nuevo diccionario de la Lengua Española

Amigovio, lonchera o basurita, los americanismos crecen en la nueva edición del diccionario de la Lengua Española presentado este jueves en la Real Academia española de la Lengua (RAE) en Madrid, coincidiendo con el tricentenario de la institución.

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La nueva edición del Diccionario de la Real Academia española de la Lengua. Foto: EFE

MADRID AFP

La vigésimo tercera edición del Diccionario, elaborada en estrecha colaboración con las academias americanas de la lengua, incluye 18.712 acepciones de origen americano. "Desde una marca general de América a la de un país cualquiera", explicó el director de la obra, Pedro Álvarez de Miranda.

La nueva edición del Diccionario, trece años después de su última salida en 2001, se ha armonizado con el Diccionario de Americanismos, de manera que se "ha acordado la inclusión de los americanismos que se usen al menos en tres países", añadió Álvarez de Miranda.

Así aparece ahora "amigovio", una voz coloquial usada en Argentina, México, Paraguay y Uruguay, para referirse a la "persona que mantiene con otra una relación de menor compromiso formal que un noviazgo", fruto de la fusión de amigo y novio.

También se incluye "lonchera", el "recipiente pequeño de plástico u otro material, que sirve para llevar comida ligera, especialmente los niños cuando van a la escuela", o "basurita", para referirse a "la partícula de suciedad, especialmente la que se introduce en un ojo".  

 

Escrache tendrá que esperar .

 

Sin embargo, algunas palabras tendrán que esperar mejor ocasión, como el argentinismo "escrache", "que tuvo una vida fulgurante hace como un año y que podía haber entrado, pero los académicos han decidido esperar", explicó Álvarez de Miranda.

"Hubo una colaboración muy entusiasta de las academias americanas", aseguró el cubano Humberto López Morales, secretario general de la Asociación de Academias de la Lengua Española.

Con 93.111 entradas, frente a las 88.421 que tenía la 22ª edición, la obra también da cabida a un lenguaje renovado, con sitio para las palabras procedentes de las nueves tecnologías como "tuit", "tuitero", "hacker" o "pantallazo", para la "captura del contenido que se visualiza en la pantalla de una computadora".

"Hemos sido más rápidos de lo habitual aceptando 'tuit' y 'tuitero'", dijo el director de la RAE, José Manuel Blecua.
El diccionario "intenta reflejar como un modelo lo que es la situación de la lengua en estos momentos", explicó Blecua.  

100.000 ejemplares .

Álvarez de Miranda explicó que se empezó a trabajar en esta nueva edición desde que salió la anterior, pero "se aceleraron los trabajos desde 2011 a 2014" para que pudiera coincidir con el tricentenario de la RAE.

El diccionario llegó este mismo jueves a las librerías "con una tirada de best-sellers de 100.000 ejemplares entre España y América", dijo la directora general de la editorial Espasa, Ana Rosa Semprún.

Se vende como un solo tomo de tapa dura en España a un precio de 99 euros, mientras que en América también se ha puesto a la venta una edición "en dos tomos a un precio más bajo" de 70 euros, añadió Semprún.

"Estamos trabajando para la versión que ofreceremos en la red, en la página de la Real Academia. Esperamos que en plazo de 2 o 3 meses se pueda ver la nueva versión" del diccionario, aclaró el secretario de la RAE, Darío Villanueva.

Mientras tanto, se podrá seguir consultando en línea la 22ª edición del diccionario, añadió Villanueva.

La nueva obra tendrá su puesta de largo oficial el viernes en una ceremonia en la que los reyes de España, Felipe y Letizia, presidirán la sesión institucional de clausura del tricentenario de la Real Academia española de la Lengua