Jornal Mensal em idioma gírio – Edição 78 – Ano XII- Niterói/RJ –Março-Abril de 2012


 

500mil
500mil

 

O caminho para os 600 mil acessos continua sendo um objetivo.

Alcançamos 569.300 ao final de fevereiro.

Convenhamos que é muito para um site de gíria.

Lento e gradual.

Chagaremos lá.

Em janeiro tivemos 1.642 visualizações e 1.248 visitantes de 36 países

Entre os países, Estados Unidos, Portugal, Argentina, Reino Unido, Espanha, Alemanha, França e Angola.

Entre as cidades brasileiras com mais visitantes estiveram, pela ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, Salvador, Curitiba, Goiânia, Belém e Recife.

Em fevereiro, tivemos3.167 visualizações e 2.516 visitantes de 33 países.

Entres os países, Estados Unidos, Portugal, Argentina, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão.

Entres as cidades brasileiras com mais visitantes estiveram, pela ordem, São Paulo (319), Belo Horizonte (159), Rio de Janeiro (150) , Brasília (143) , Recife (106), Fortaleza (72), Salvador (70), Manaus (62), Curitiba (57) e Belém (50).

O Dicionário em Paris e em Zurique

Recebi do sr. Pierre Vaineau, colaborador permanente do Jornal da Gíria, e-mail em que me conta que um exemplar do meu Dicionário de Gíria foi parar numa livraria de Paris.

Nem sei como.

"Por sinal, seu livro se encontra numa livraria portuguesa de Paris (vide os dados abaixo)onde eu tinha descolado já há tempo o dicionário do Professor Audubert. O dono (Michel Chandeigne) desta livraria é também o dono de uma editora (Editions Chandeigne) cujos livros são voltados para Portugal e o Brasil e tem uns bilíngues. M. Chandeigne me falou de um projeto que ele tem, de lançar um livro de palavrões, gírias,expressões... que as pessoas usam em Portugal e no Brasil em situações como no trânsito, campos de futebol, canteiros de obras... Qualquer ajuda é bem vinda! Daqui há uns dias vou dar um pulinho nesta livraria para saber se este projeto do qual ouvi falar em julho do ano passado já "saiu do papel", depois lhe conto.

Eu ia me esquecer de lhe dizer que antes de deixar a Suíça deixei um exemplar de seu Dicionário no Instituto Cultural Brasileiro de Zurique ,uma ótima escola para aprender ou aperfeiçoar seu português.

Librairie Portugaise

Editions Chandeigne

10, rue Tournefort

75005 Paris

Tél. : 01 43 36 34 37

Librairie.portugaise@wanadoo.fr

Dicionário de gíria capixaba

Em meu poder o DICIONARIO REGIONAL DE GÍRIAS E JARGÕES, de Clério José Borges,  Com destaque para as gírias capixabas. A edição é do Clube dos Trovadores Capixabas, presidido pelo autor. São 236 páginas. O Prólogo foi escrito pelo poeta, trovador e escritor Albércio Nunes e o prefácio é de Geovane Teixeira Xavier.

Voltarei ao assunto

O registro de Paulo Gurgel

Remetente:

Paulo Gurgel Carlos da Silva

Para:

João Bosco

Data:

02.01.2012 20:19

DICIONÁRIO DE GÍRIA

Caro Paulo Gurgel,
Certamente, herdamos de nossos antepassados o gosto pelos livros. Esta é minha melhor contribuição ao estudo da língua falada do povo brasileiro. Um retrato vivo, sem retoques: a gíria é isto e muito mais.

J. B. Serra e Gurgel

Com a dedicatória acima o jornalista J. B. Serra e Gurgel me presenteou um exemplar de seu "Dicionário de Gíria".
Natural de Acopiara-CE e radicado no Distrito Federal, onde é um dos editores do mensário CEARÁ EM BRASÍLIA, o autor é um grande estudioso do equipamento linguístico falado do brasileiro.
Este livro, que tem 32.500 verbetes, 736 páginas e que se encontra em sua 8ª edição (com capa de Audifax Rios e Morais Rios), é inegavelmente uma obra de referência sobre o assunto.
Obrigado, João Bosco. Antevejo-me a consultar de montão este dicionário.
Como comprar o "Dicionário de Gíria":

www.cruiser.com.br

A gíria ou o calão presente na obra de Eça de Queiroz

Por JB Serra e Gurgel (*)

Já me disseram que Eça de Queiroz escrevia mal,era descuidado com a língua, que não era um purista, coisas do gênero dos que querem minimizar o impossível. Eça nasceu em 25.11.1845 e morreu em 16.08.1900. De 1872 a 1874, com 22 anos, serviu em Havana, de 1874 a 1878, em Londres, de 1878 a 1900, em Paris. O Brasil não tem um Eça. O que viu em Portugal lhe assegurou a glória de ser o maior escritor da língua portuguesa e ponto final, expressão máximo do realismo português.

O embaixador Dario Castro Alves (Fortaleza) escreveu "O Vinho do Porto na obra de Eça de Queiroz e "Roteiro de os Maias de Eça de Queiroz , e de todas as comidas e bebidas do romance",além de "Era Lisboa e Chovia" – roteiro histórico, literário, artístico e sentimental da cidade de Lisboa em toda a obra de Eça de Queiroz, ontem e hoje", "Era Tormes e Amanhecia" – Dicionário de gastronomia cultural de Eça de Queiroz" e "Era Porto e Entardecia– de Absinto a Zurrapa" dicionário de bebidas na obra de Eça de Queiroz". Na sua cuidadosa e caudalosa pesquisa, deu mais dimensão à monumental obra de Eça.

Quem sou eu, diante do mestre Dario?. Um aprendiz de Eça de Queiroz, que ouso identificar calão (gírias) em apenas um dos seus romances, "A Correspondência de Fradique Mendes", da L&PM Pocket, com apresentação, posfácio e notas de Fabio Bortolazzo Pinto, reimpressão de agosto de 2010.

Os portugueses que dicionarizaram o termo gíria no clássico Dicionário do padre Raphael Bluteau, em 1712, há 300 anos, marco da gíria na língua portuguesa ,não tem o hábito de utiliza-lo, preferindo o termo calão.

Carlos Fradique Mendes, criado por ele, Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, surgiu em 1869. Em 1870, segue vivo com Ramalho Ortigão. Em 1888, Eça coloca biografia e correspondência em Fradique. Logo depois do nascimento do livro. Não viu o seu imenso sucesso que passou de um centenárioNo livro, há uma referência de Fradique segundo a qual "Lisboa é uma cidade traduzida do Frances em calão"(linguajar típico de um país ou de uma região, gíria), numa crítica azeda a papalva, a saloia, a macaqueação que corria na vida social de Lisboa, na vã tentativa de seguir o mundanismo de Paris".

Acrescentaria Fradique o provincianismo reles "põe em calão as comédidas de Labiche e os acepipes de Gouffe. Estamo-nos nutrindo miseravelmente dos sobejos democráticos do Boulevard, requentados e servidos em chalaça e galantina".

No ´presente caso, os calões de Eça de Queiroz, para nós, gírias, tem mais de um século.

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Assim, na Parte I do livro,Memórias e Notas, facundo significa, falador,- rojos, rastos quinzena de alpaca, jaquetão de alpaca,- airosa, elegante enfardelar, colocar em embalagem – boleeiro, condutor de carruagem – carrascão, vinho forte intrujar, enganar – tipóia ,carruagem simples ,de aluguel – bater, ir –pilecas, cavalos reles, pangarés – bem catita, bonita, admirável – escachar pitéu, petisco, iguaria delicada – maganão 1, figurão, brincalhão – rabona, fraque, jaquetão de abas curtas – pudibunda, pudica, recatada – frascário, libertino , devasso – femeeiro, mulherengo - abichei, obtive, consegui

- paxá, influente, boa vida– anafados, bem alimentados - casaca de cook, roupa de uso doméstico – fiacre, carruagem de aluguel – fato feito, roupa sob medida – escarolado, lavado, limpo – gloríola, boa reputação imerecida morgadinho, rapaz exageradamente elegante, afetado – telega, antiga carroça – pecamente, estupidamente – cavaqueira, conversa informal, agradável, sem assunto específico – politiquice, adjetivo pejorativo –politiquete, político insignificante, sem expressão– papalva, palerma, tola – saloia, grosseira, rude macaqueação , imitação – frandulagem, quinquilharia, reunião de objetos sem valor – sécio, afetado, artificial – alfaias, objetos usados como enfeites –estofo, mobília – cocotte, cortesã – caturreira, caturrice – coupé, carruagem de dois lugares – carrejão, carregador ,moço de fretes, - especioso, enganador, ilusório – bolçando, vomitando –maninho, inculto, estéril.

Na Parte II, as Cartas, geba, significa corcunda da idade avançada- flerte, paquera – quintarola, pequena quinta – trolha, servente de pedreiro, operário de baixa hierarquia – chinós, cabeleira postiça – panegírias, discurso laudatório rabulice, prática desleal de advogado – nédio, lustroso, devido à gordura, brilhante –guedelhudo, cabeludo - amolgado, amassado – sabujice, servilismo – escroqueria, ato do escroque, ladrão – garrulice, tagarelice – fâmulo, criado – aurispice, vidente, profeta – blagues, patranhas, enganações, falsidades boceta, caixinha para guardar pequenos objetos – tresmalhada, dispersa – gonzo, dobradiça relassa, corruptela de relapsa, contumaz –palreiras, faladoras – langor, preguiça – mundanal,mundano – esbatida, pálida – ganga, tecido vulgar , de segunda – prestamista, indivíduo que empresta dinheiro - regrantes, seguidores de regras monásticas – tulhas depósitos – pingue, farto, abundante – comezaima, reunião para beber e comer rebuçado, doce feito de calda de açúcar endurecida- gárrulo, falador –maganão 2, malandro, inescrupuloso - tagarela , falador – chalaça, gracejos, ditos espirituosos – esparrinha, amontoa confusamente - quimérica, utópica, fantástica – gemebundo, gemedor – alambicadamente, pretensiosamente – ceitis, trocados, centavos – mastins, cães de guarda – patos, parvos,tolos fero, feroz violento – hoste, tropa, exército.

(*) JB Serra e Gurgel (Acopiara), jornalista e escritor, autor do Dicionário de Gíria, com 35 mil gírias do Brasil, Portugal, Angola e Moçambique. O artigo foi originalmente publicado no Jornal Ceará em Brasília, da Casa do Ceará em Brasília, em novembro de 2011

Baianês

Não levem a mal o dicionário abaixo, pois ele não é pornográfico, é apenas regionalista. Mais propriamente baiano, pois quem bolou este dicionário da porra foi logo avisando "na Bahia porra é a palavra mais comum. Usada em milhares de casos, como nos exemplos abaixo, porra pode ser usado até como vírgula. ("No churrasco porra você tem que ter carne porra e sal grosso também.")"

Então porra, vamos ao dicionário:

Como a porra - Pra caramba. ("Esse cara fala como a porra!")
Da porra - Do caralho, bem feito, bonito; algo muito grande. ("Confusão da porra!")
Êta porra! - Ê, lasqueira!, Puta que pariu!
Êta porra! - Poxa!
E as porra - Etc. ("Eu levei as roupas, óleo de amêndoa e as porra toda.")
Feito a porra - Pra cacete. ("Esse cara come feito a porra!")
Fudeu a porra toda! - Foi tudo pro espaço, fudeu geral.
Lá na casa da porra - Longe pra cacete.
Passar a porra - Dar um pau, dar porrada.
Picar a porra - Bater. ("Vou lhe picar a porra!")
Porra, velho! - Podes crer!..

 

Ainda dizem que as mulheres são todas iguais. 

 O sabor das mulheres
Atualmente tem se convencionado chamar algumas mulheres associando seu tipo com algumas frutas :

mulher melancia, mulher pêra, mulher jaca, mulher moranguinho, mulher melão... e por ai vai.
Diante desta nova moda, achamos algumas definições que ainda estão faltando:

Mulher Lagosta: só come quem tem muito dinheiro.
Mulher Camarão: só tem merda na cabeça, mas é gostosa e você come assim mesmo.
Mulher Caranguejo: é feia e peluda, mas você bate nela, limpa direitinho e come numa boa.
Mulher Pão: tem sempre o mesmo gosto, mas você come todo dia pela manhã.
Mulher Aperitivo: bem dosada você come bebe e acha bom.
Mulher Maracujá: é toda enrugada, depois que come sente vontade de dormir.
Mulher Caviar: você sabe que alguém está comendo, mas não é ninguém que você conheça.
Mulher Bacalhau: você só come uma vez por ano.
Mulher Maionese de Fim de Festa:todo mundo te avisa pra não comer, mas como você está desesperado come assim mesmo; depois passa mal e se arrepende.
Mulher Rã: todo mundo já comeu, menos você.
Mulher Salada: é bonita, mas quando você come descobre que não é tão gostosa assim.
Mulher Marmita: não é lá essas coisas, mas você come rapidinho e, às vezes, em pé.
Mulher Cafezinho de Supermercado: você nem faz questão, mas como é de graça, você não rejeita.
Mulher Jiló: é horrível, mas você conhece alguém que come.
Mulher Docinho de Festa: você fica com vergonha de chegar junto, então vem outro e come e deixa
você chupando dedo.
Mulher Cogumelo Venenoso: comeu, tá fudido.
Mulher Feijoada: você come e ela fica te enchendo o dia todinho.
Mulher Coqueiro: pode trepar que não tem galho.
Mulher Miojo: em três minutos tá pronta pra comer.
Mulher Coca 2 litros: dá prá seis.
Mulher Bandeira de Pirata: é só pano e osso, mas ta sempre pendurada na vara.
Mulher Maverick: antiga, já esteve na moda e bebe pra caralho.

(Circula likvementea Internet. Mensagem grosseira e discriminatória contra as mulheres.)

A seguir alguns dos importantes usos do jornal:

Uso doméstico:
Amadurecer banana, abacate...
Recolher lixo.
Limpar vidros.
Dobradinho, serve para alinhar os pés da mesa.
Embrulhar louças na mudança.
Recolher a sujeira do cachorro.
Forrar a gaiola do passarinho.
Cobrir os móveis e o piso antes de pintar a casa.
Evitar que entre água por baixo da porta.
Proteger o piso da garagem quando o carro está vazando óleo.
Matar moscas, baratas e demais insetos.
Na época da crise econômica, usá-lo como papel higiênico, mesmo que seja um
pouco duro.


Uso educativo:
Bater no focinho do cachorro quando faz xixi dentro de casa.
Fazer barquinhos de papel.
Arrancar um pedacinho em branco para anotar número de telefone.


Usos comerciais:
Alargar o sapato.
Rechear bolsas para conservar a forma.
Embrulhar peixes.
Embrulhar pregos na loja de produtos para construção.
Fazer um chapeuzinho para o pintor ou para o pedreiro.
Cortar moldes para o alfaiate ou para a costureira.
Embrulhar quadros.
Embrulhar flores.


Uso festivo:
Acender a churrasqueira.
Rechear a caixa de presente-surpresa.


Outros Usos:
Para os sequestradores usarem suas letras nas cartas.
Fazer bolinhas para jogar nos companheiros de classe.
Fazer uma capinha para o machado ou foice.
Fazer proteção na cabeça para não estragar a chapinha quando estiver
garoando.
Nos filmes, para os bandidos esconderem o revolver.
Para esconder-se atrás dele quando não quiser que te vejam.

Eventualmente, entre os alfabetizados,

Ah! e claro, evidentemente: para ler as notícias.

Entre os não alfabetizados, para ser usados como papel higiênico

Poderia me dizer se você consegue fazer tudo isso com o computador?

NE: No país de mais baixo nível de leitura, nada nos surpreende.

A soma da tiragem diária de todos os jornais impressos, auditados, não chega a 4.0 milhões de exemplares. Incluindo os não auditados, não ultrapassa os 6,0 milhões

Aos domingos, chega aos 5,0 milhões. Com os não auditados, talvez 8,0 milhões

Para uma população de 200 milhões, é muito pouco. Menos do que Uruguai, Chile, Argentina.

Mesmo em São Paulo, o índice de leitura per capita é baixo.

Se o fenômeno é visível em jornal, em relação a livros, a situação é dramática. 90% dos livros brasileiros tem tiragem inferior a 3 mil exemplares.

É muito difícil um livro chegar a uma livraria. A livraria só aceita livro pela distribuidora. Ambos ficam com mais de 60% e até 80% do preço de capa. O escritor fica no máximo com 20% . Além do que os livros que chegam são aceitos em consignação. Se não vender, em 30 dias, o autor tem que arcar o prejuízo e receber os livros de volta. Contam-se nos dedos os autores brasileiros, hoje, que vivem de escrever livros. Não chegam a 500 em 200 milhões de brasileiros.

Os velhos ditados na era digital

Como estamos na "Era Digital", foi necessário rever os velhos ditados existentes e adaptá-los a nova realidade. Veja abaixo: 

1. A pressa é inimiga da conexão.
 
2. Amigos, amigos, senhas à parte.
 
3. A arquivo dado não se olha o formato.
 
4. Diga-me que chat freqüentas e te direi quem és.
 
5. Para bom provedor uma senha basta.
 
6. Não adianta chorar sobre arquivo deletado.
 
7. Em briga de namorados virtuais não se mete o mouse.

8. Hacker que ladra, não morde. 
  9. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando. 
10. Mouse sujo se limpa em casa.
 
11. Melhor prevenir do que formatar.
 
12. Quando um não quer, dois não teclam.
 
13. Quem clica seus bons ares multiplica.
 
14. Quem com vírus infecta, com vírus será infectado.
 
15. Quem envia o que quer, recebe o que não quer. 
16. Quem não tem banda larga, caça com modem.
 
17. Quem semeia e-mails, colhe spams.
 
18. Quem tem dedo vai a 
Roma.com 
19. Vão-se os arquivos, ficam os back-ups.
 
20. Diga-me que computador tens e direi quem és.
 
21. Uma impressora disse para outra: Essa folha é sua ou é impressão minha ?
 
22. Aluno de informática não cola, faz backup.
 
23. Na informática nada se perde nada se cria... Tudo se copia... E depois se cola.

Publicado pela Embaixada de Portugal - Brasíliaem22.2.12

2012 é último ano de adaptação ao Acordo Ortográfico no Brasil


No último ano de adaptação ao Acordo Ortográfico no Brasil, professores afirmam que neste ano letivo vão exigir mais o uso das novas normas pelos alunos. Muitos professores reclamam que não receberam treino ou orientações das secretarias de Educação sobre a nova ortografia, que ainda provoca muitas dúvidas nas salas de aula. E ainda há algumas escolas usando livros não adaptados às novas regras, em casos considerados excepcionais.

Em 1990, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, mas ele só passou a valer no Brasil depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o promulgou, em setembro de 2008. Ficou estabelecido um período de transição de 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, com o convívio das duas normas no país. A partir de 1º de janeiro de 2013, as novas regras passam a ser obrigatórias.

O acordo alterou 0,5% das palavras do vocabulário comum do brasileiro, menos que em Portugal, que teve 1,6% das palavras atingidas.

O Ministério da Educação do Brasil (MEC), que encaminha livros didáticos para 99% das escolas públicas de todo país, afirma que todo material que enviou para uso a partir de 2010 para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental já estava de acordo com as novas regras.

Segundo o MEC, livros com a nova ortografia começaram a ser usados por estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental em 2011. O ministério diz que distribuiu publicações adaptadas para o ensino médio em 2012. A compra dos livros é feita a cada três anos e são usados por igual período.

No entanto, a distribuição de dicionários escritos com a nova ortografia será feita pelo MEC apenas entre junho e setembro deste ano, para 1 milhão de salas de aula. Mas alguns estados não esperaram o MEC e já compraram seus próprios dicionários.

Além de livros e dicionários, o MEC investiu na compra de 204 mil exemplares do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (conhecido pela sigla Volp), editado pela Academia Brasileira de Letras para esclarecer dúvidas sobre a grafia das palavras. Todos os exemplares, segundo o ministério, já foram distribuídos.

Relembre as principais mudanças do acordo ortográfico:


- As paroxítonas terminadas em 'o' duplo não terão mais acento circunflexo; ao invés de 'abençôo', 'enjôo' ou 'vôo', agora se escreve 'abençoo', 'enjoo' e 'voo'

- Mudam as normas para o uso do hífen no meio das palavras: o hífen vai desaparecer do meio de palavras, com exceção daquelas em que o prefixo termina em `r´, casos de 'hiper-', 'inter-' e 'super-', pelo que se passa a escrever 'extraescolar', 'aeroespacial' e 'autoestrada'

- Não se usa mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do substantivo dos verbo 'crer', 'dar', 'ler','ver' e seus decorrentes. Passa a ser correta a grafia 'creem', 'deem', 'leem' e 'veem'

- Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como 'louvámos' em oposição a 'louvamos' e 'amámos' em oposição a 'amamos'

- O trema (brasileiro) desaparece completamente. É correto escrever 'linguiça', 'sequência','frequência' e 'quinquénio' ao invés de 'lingüiça', 'seqüência', 'freqüência' e 'qüinqüénio'

- O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de 'k', 'w' e 'y'

- O acento deixa de ser usado para diferenciar 'pára' (verbo) de 'para' (preposição)

- No Brasil, foi eliminado o acento agudo nos ditongos abertos 'ei' e 'oi' de palavras paroxítonas, como 'assembléia', 'idéia', 'heróica' e 'jibóia'. Desde 2010, o certo é 'assembleia', 'ideia', 'heroica' e 'jiboia'

Ministério Público quer retirar Dicionário Houaiss das estantes por definir o cigano como ‘velhaco’

O Ministério Público Federal protocolou, em Uberlância (MG), uma ação judicial contra a Editora Objetiva e o Instituto Antônio Houaiss. Na peça, o procurador da República Cléber Eustáquio Neves pede que seja retirado de circulação o famoso Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa.

Por quê? Segundo o procurador, o dicionário atribui ao vocábulo "cigano" significados que, por pejorativos, difundem o preconceito e potencializam o racismo contra cidadãos de origem cigana. Uma comunidade que, segundo o procurador, soma 600 mil pessoas no Brasil.

No Houaiss, o verbete cigano inclui acepções como: "Aquele que trapaceia; velhaco, burlador". Ou ainda: "aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro, agiota, sovina". Zelosa, a publicação anota que esses significados são usados em sentido "pejorativo". Para o procurador, não resolve.

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Ouça-se Cléber Neves, o autor da ação: "Ao se ler em um dicionário, por sinal extremamente bem conceituado, que a nomenclatura cigano significa aquele que trapaceia, velhaco, entre outras coisas do gênero, ainda que se deixe expresso que é uma linguagem pejorativa, […] fica claro o caráter discriminatório assumido pela publicação."

Para o procurador, o dicionário afronta a Constituição ao "semear […] a prática da intolerância, especificamente da intolerância étnica". Viola também a lei que tipifica o crime de racismo ao "albergar posturas preconceituosas e discriminatórias."

Por isso, além de retirar o Houaiss das estantes, Cléber Neves deseja impor à editora e ao instituto responsáveis pelo dicionário o pagamento de indenização de R$ 200 mil por "dano moral coletivo" à comunidade dos ciganos.

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A ação judicial tem origem numa investigação aberta há três anos. O escritório da Procuradoria em Uberlândia recebeu, em 2009, representação de um brasileiro de origem cigana. Queixava-se da discriminação e do preconceito difundido contra sua etnia pelos dicionários de língua portuguesa.

O procurador Cléber Neves expediu ofícios a diversas editoras. Munido das respostas, deu razão ao cigano queixoso. E recomendou às editoras que fossem varridas dos dicionários as expressões tidas por preconceituosas. Duas delas –a Editora Globo e a Melhoramentos— atenderam ao pedido.

A Editora Objetiva recusou-se a fazer o mesmo. Alegou que é mera detentora dos direitos de publicação do dicionário. O conteúdo é de resposabilidade do Instituto Houaiss. Em novos ofícios, o procurador insistiu. Editora e instituto deram de ombros.

"Não tivemos outra saída a não ser ingressar em juízo para garantir o respeito às leis e à própria Constituição, que proíbem não só a prática, mas o próprio ato de induzir à discriminação ou ao preconceito étnico", diz Cléber Neves.

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O signatário do blog está em pânico. Para preencher seus lapsos de conhecimento, o repórter socorre-se de um velho Caudas Aulete. Tem cinco volumes. A versão original é da Editora Pinto Basto e Cia. Ltda., de Portugal.

Os cinco tomos foram impressos no Brasil, no ano da graça de 1964, pela Editora Delta S/A.. A definição de "cigano"consta da página 796 do primeiro tomo. Entre as várias acepções, anota: "Indivíduo que transaciona em animais, mas sempre de má fé. Astuto, velhaco, trapaceiro. Esperto, ladino."

Ao tomar conhecimento da ação do doutor Cléber Neves, o repórter passou a recear que a polícia lhe invada o escritório a qualquer momento, para recolher da estante seu velho Caldas Aulete. Um amigo de tantas horas, agora alcançado pela pecha de politicamente incorreto. Pior: o pobre Caldas, já morto e enterrado, descobre-se um insuspeitado criminoso.

Penso eu - Se o MP for processar os prender alguem por conta de chamar cigano de "esperto", mesmo aplicando antes o "pejorativo", basta cercar o Brasil e teremos uma prisão de um só bloco.

 

COMO COMPRAR O DICIONÁRIO DE GÍRIA

Do Prof. JB Serra e Gurgel

Os internautas poderão comprar diretamente ao autor:

A PROMOÇÃO DE PRIMAVERA/VERÃO

Um exemplar apenas R$ 40,00,com frete incluso
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A compra poderá ser feita mediante depósito na conta:
825754-x, agencia 2873-8, do Banco do Brasil
Ou
261.644-6, agencia 0005, da Caixa Econômica Federal.
Confirme a data de transferência pelo e-mail:

gurgel@cruiser.com.br

O pagamento poderá ser feito por cheque nominal para
JB Serra e Gurgel
SQS 302 Bloco A, apto. 607
Asa Sul
Brasília-DF
70.338.010

Para o exterior, por U$ 30 dólares ou E 20 euros, com despesas postais incluídas