Jornal Mensal em idioma gírio – Edição 78 – Ano XII- Niterói/RJ –Maio-Junho de 2012


 

500mil
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Fechamos o mês de abril com 579.353 visitas.

A audiência do site revelou tivemos 3.312 visualizações  de páginas e 2.552 visitas.

No Brasil,  tivemos 2.420 visitas de 282 cidades.

Com mais de 200 acessos estiveram São Paulo e Belo Horizonte, com mais de cem, Salvador e Rio de Janeiro. Abaixo de cem, Recife, Brasília, Campinas, Fortaleza, Porto Alegre e Curitiba.

No exterior, registramos 132 visitas, de Portugal, Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Peru, Chile, Japão e Angola.

No mês de março fechamos 573.000  acessos.

A medição da audiência do site indicou 5.752 visualizações e 4.406 visitas, tudo muito positivo.

O jornal de mar/abr agradou mais do que o jan/fev.

No Brasil, tivemos 4.209 visitas de 384 cidades, o que também é muito positivo.

As principais cidades de acesso foram Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte (estas três com mais de 340 visitas), Salvador, Recife (com mais de 200) , Fortaleza, Brasília, Belém Curitiba   (com mais de l00) e Vitória.

No exterior, 103 visitas de naturais de 31 países, sendo os principais: Estados Unidos, Argentina, Portugal e França, Angola, Espanha , Paraguai e Reino Unido.

A atualização do verbete “Petralha” no Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa, aquele que já traz a palavra “mensalão”

Como vocês sabem, o “Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa” (Editora Nova Geração), do professor e lexicógrafo Luiz Antônio Sacconi, passou a registrar a palavra “petralha”.

Pois bem. Na mais recente edição do dicionário, houve uma atualização do conteúdo. O verbete ficou assim:

Como viram, o professor teve a gentileza de dar a autoria do vocábulo. A obra é excelente. Um dicionário não pode registrar todos os neologismos e gírias que surgem por aí. Mas o dicionarista competente tem de ter a sensibilidade de identificar as palavras que vão ficar, que serão incorporadas à língua.

Alguém tem, por exemplo, alguma dúvida de que o “mensalão” veio para ficar? Será uma referência para os historiadores no futuro — e, infelizmente, a prática nefasta continuará entranhada na vida púbica por muito tempo. No vocábulo “mensal”, Sacconi registrou a derivação “mensalão”, assim definido: “mesada paga a parlamentares, por membros do governo, em troca de votos a favor do governo”. Exato!

Sacconi é autor de mais de 70 livros na área de língua e gramática, incluindo o best seller “Não Erre Mais”.

Um dicionário atento à história e que, também por isso, cuida muito bem da língua.

Por Reinaldo Azevedo

(NE: na 7ª. edição do Dicionário de Gíria, mensalão foi incorporado, muito antes do Dicionário Sacconi O fato foi registrado em O GLOBO. Na 8ª. edição, foi mantido, como muitas outras expressões do poder de Brasília, compreendendo o período do regime militar, de 1964 a 1985, e da Nova República, de 1985 até o presente. Basta consultar).

Explicações necessárias

Um belo dia, um funcionário estava viajando à trabalho e recebeu um e-mail de seu gerente, no qual estava escrito: "PORRA."
No dia seguinte, o funcionário respondeu o e-mail com a seguinte expressão: "FODA-SE"
Retornando ao escritório central, foi imediatamente chamado pelo gerente, que lhe disse:
- Você não tinha o direito de me responder daquele jeito! O meu e-mail era simplificado e o significado de PORRA é: "Por Obséquio Remeter o Relatório Atrasado"
O funcionário argumentou: - Eu sabia disso... E foi exatamente dentro desse espírito que lhe respondi FODA-SE, que significa: "Foi Ontem Despachado, Amanhã Será Entregue".
Foi promovido, claro... Vai ter raciocínio rápido assim lá na PQP (Produção, Qualidade e Planejamento).

Expressões curiosas na Língua Portuguesa
Muita imaginação de quem escreveu este texto!


JURAR DE PÉS JUNTOS
"Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu". A expressão surgiu através das torturas executadas pela "Santa" Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO
"Nossa, que cara mais barbeiro"! No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por não serem profissionais, seus serviços malfeitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço malfeito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira...

TIRAR O CAVALO DA CHUVA
"Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje"! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

À BEÇA
O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul ao Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.

GUARDAR A SETE CHAVES
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de joias e documentos importantes, da corte, através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo guardar a sete chaves pra designar algo muito bem guardado...

OK
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PARA INGLÊS VER
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas pra inglês ver. Daí surgiu o termo.

RASGAR SEDA
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: Não rasgue a seda, que se esfiapa.

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D’Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.

ANDA À TOA
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

DA PÁ VIRADA
A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.

NHENHENHÉM
Nheen, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a falar, falar, falar ("nhen-nhen-nhen").

VAI TOMAR BANHO
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem tomar banho.

ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM
Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português ... O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12°vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

A DAR COM O PAU
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA
Um de seus primeiros registros literários foi feito pelo escritor latino Ovídio (43 a.C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar" e "Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: A água mole cava a pedra dura. É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.

UM agradecimento especial

Prezado professor J. B. Serra Gurgel,

Recebi seu livro hoje e gostaria de parabenizá-lo pelo seu magnífico

trabalho. Um dos obstáculos que minha pesquisa enfrentava era a falta de um dicionário criterioso que desse conta das gírias brasileiras, agora esse problema já não existe mais! Ainda não tive tempo de ler sua obra com cuidado, mas em breve farei isso. Farei o máximo que estiver ao meu alcance para divulgar sua obra, afinal é um trabalho que merece ser melhor conhecido.

Um abraço,

Caroline.

Caroline Reis V. Santos

Doutoranda em Estudos da Tradução PGET-UFSC

Nova Contribuição do sr. Pierre Vaineau

Recebi de Pierre Vaineau, de Paris, o texto de Ruy Castro publicado na Folha de S. Paulo, de o7.04.2012

Tatibitatês

RIO DE JANEIRO - Diante do tatibitatês com que as pessoas gostam de se expressar pela internet -outro dia recebi intrigante mensagem de uma amiga: "Pq vc tb ñ vai la em ksa nesse fds comer krambola?"-, concluo que sempre haverá quem ache que a língua portuguesa tem pala vras demais e, estas, mais letras do que precisam. Daí que as submetam a dolorosas cirurgias, como supressão de vogais, fusão de consoantes e aglutinação de sílabas. E isso não é de hoje.

Em 1965, por exemplo, tivemos "Borandá". Era o título de uma canção de Edu Lobo -um de muitos apelos à marcha do nordestino para fugir da fome, rumo à sua inevitável redenção. A expressão já era uma simplificação de "vam' borandá", que, evidente, vinha de "vamos embora andar". Por uns tempos, até pegou. Os meninos do Rio diziam "borandá" depois de uma farta rodada de milk-shakes e sanduíches de salada de ovo no Bob's.

Dois anos depois, Wilson Simonal reduziu "vamos embora" ao gaiato "s'imbora", sendo o "s" o único sobrevivente do "vamos". Em 1969, o mesmo Simona (epa!) levaria aos píncaros esse português fraturado ao reduzir o título e uma estrofe inteira de "País Tropical", de Jorge Ben, a "patropi" -palavra que se consagrou como uma definição marota do Brasil e já devia estar no dicionário.

Na mesma época, o jovem "Pasquim" lançou uma série de abreviações que se incorporaram à língua falada, como "paca", "mifo", "sifo" e "nusfo", todas de óbvio significado. E a última manifestação nacional dessa rearrumação micro de uma frase inteira foi a velha e deliciosa expressão baiana "Ó paí, ó" -ou "Olhe pra isso aí, olhe"-, que deu título a um recente filme nacional e que um locutor de TV leu, à inglesa, sabe-se lá por quê, "ôu pêi ôu".

Quanto à mensagem que minha amiga me mandou, entendi tudo, menos "krambola".

A gíria presente na obra de Eça de Queiroz II

Por JB Serra e Gurgel (*)

Há pouco tempo escrevi sob o mesmo título artigo em que assinalava a gíria na obra de Eça de Queiroz, na edição de “A Correspondência de Fradique Mendes”, da L&PM Pocket, com apresentação, posfácio e notas de Fabio Bortolazzo Pinto, reimpressão de agosto de 2010. Carlos Fradique Mendes, criado por ele, Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, surgiu em 1869. Em 1870, segue vivo com Ramalho Ortigão. Em 1888, Eça colocou biografia e correspondência em Fradique.  Não viu  o lançamento, pois faleceu ante. s Eça nasceu. em 25.11.1845 e morreu em 16.08.1900. De 1872 a 1874,

com 22 anos, serviu em Havana, de 1874 a 1878, em Londres, de 1878 a 1900, em Paris.

Retomo a gíria na Obra de Eça de Queiroz agora em  “O Primo Basílio”, lançado em 1878, no rastro do sucesso de o Crime de Padre Amaro (1875) e Cartas da Inglaterra” (1877) quando foi transferido para o consulado português em Bristol, na Inglaterra. A edição em que me baseei é a da FTD, de 1994, que está de acordo com a da Livraria Lello Ltda, de 1935, com notas de Elenir Aguilera de Barros.

Não quero dizer que Eça seja influenciado pela gíria, ou como se diz em Portugal pelo calão. Até admito que  recorreu aqui e alhures à gíria pela sua ausência física de Portugal, pois desde  1872 quando foi para Havana, que viveu fora de Portugal. Mas tinha o domínio da língua padrão, da língua portuguesa , falada e escrita da época. O seu texto é muito rico, sem ser rebuscado e ininteligível. Pelo contrário é um texto de fácil percepção..

O livro é rico nas referências  sobre autores, romancistas, músicos, compositores, canções populares, divindades greco romanas, personagens bíblicas e principalmente francecismos ou galicismos e anglicismos ,  citados aos montes, o que facilita a compreensão do contexto.

Mas além de gírias há muitas palavras do português histórico e da língua morta.

Tive o cuidado de capturar as gírias que continuaram no tempo, sem mutações relevantes.

Sigo, neste texto, a própria ordem do livro, para facilitar a identificação: quebreira, cansaço, fraqueza,  moleza após refeição; restolho, palha de plantas  , piso; proseirão, falador, prosador; romanesca, romântica;   frufru (do francês frou-frou)  ruído produzido pelo roçar de  saias; cuia, tufo de cabelos postiços; tique (do francês tic) sestro, mania; cuco, relógio; calembur  (do francês calembour,  jogo de palavras na significação mas semelhantes sons); pelintra , pilantra; parvo, bôbo, palerma; beleguim guarda; tipóia carruagem puxada a cavalo; bagatela qualquer coisa;  abarrotar comer demais e ficar arrotando; cabeça;  viborazinha, pessoa elétrica, irrequieta; cupê, tipo de carruagem; bife, elegante, bem vestid,; escarlate, vermelho; dengueiro, dengoso; gaforinha, cabelode negro ou  mal penteado; gingão, pessoa grande; cavaqueira, reunião social para conversar, tocar música, tomar chá e comer guloseimas; tumba, pessoa que não fala;  furar, abrir espaço na escala social; pequena, menina, moça; cera-mostache, cosmético para alisar e empastar o bigode; olhos repolhudos,  olhos quebrados;  tronco de árvore, pessoa forte, o Sebastiarrão; sebento, seboso; babar, apaixonar-se; degredo, exílio voluntário ou forçado;  chique (do francês chic), lindo, da moda; isca seca, pessoa magra; fava torrada, pessoa magra;  saca-rolhas, pessoa magra; piorrinha mulher de baixa estatuta, miúda; bruá (do francês brouhaha), ruído confuso que se eleva da multidão; pupurri (do francês pot-pourri), seleção de músicas; neve, sorvete; macambúzio, tristonho, fechado,  pensativo; debochado, descarado; perdido, sem jeito; falatório, muita conversa, intriga;  beata, comportada, sem ser carola, recatada; passear os meus leites, fazer digestão; tripa velha, pessoa magra; mexericar intrigar; asno imbecil, ignorante ; besta imbecil, ignorante; peralvilho atrevido, agressivo;  choldra, povão, ralé; maroto, malandro; espalhafatona, espalhafatosa; cacifro, quarto dos baús; tó rola,   “isso,sim”,  “não me enganas”!, reles, sem graça, atrasada, sem encantos; maroto pessoa astuta; sarcófago, depósito de coisas inúteis; redondinha, gordinha;patranha enganação;  gajo, rapaz, moço; chazada, xícara de  chá; caturra  pessoa velha, sem graça; lanche (do inglês lunch); pequerrucha, pessoa de baixa estatura, miúda; tintlim, tilintar de moedas; deixar correr o marfim, deixar que as coisas aconteçam;  trambolhozinho, mulher de baixa estatura e gordinha; ;safar-se, sumir, desaparecer; don juan, (do espanhol), sedutor, conquistador; lençóis de vinagre,  bater numa pessoa e deixa-la com o corpo contuso; carradas de razão, coberto de razão; pechincha, presente barato; pingadeira, uma série de presentes, entregues espaçadamente; cardar,, esperar; um ror, um monte, muito;  ave noturna, pessoa da noite; deixando tudo ao deus dará, ao léu, abandonado; punha-se a panriar, a descansar, a zombar; ditinhos, piadinhas, tacões, sapatos; rapariguita, moça nova; metediço, intrometido; bufa! bufa!, ufa, ufa!; estabanada, sem modos; janota, bem vestido, aprumadinho; engelhada, enrugada, muito velha;  enxovia, prisão; tintim por tintim, nos mínimos detalhes; que ferro! que maçada!; sustanciazinha, comidinha; desembaraçar daquela estopada, livrar-se de uma situação ruim; caldeira de Pedro Botelho, o inferno; randevu (do francês rendez-vous, casa de tolerância), arrepelou-se, saiu de si, descontrolou-se.

Há também no livro um grande acervo de palavras e  expressões remetidas à língua morta tais  como: dormir nas montadas; lausperene; anediar; botinas de duraque; peitilhos, galgos, palrar, estanqueira, vórtice, lamecha, cocar, repas etc.;

O livro que reafirma a trajetória de Eça no realismo apresenta tipos com traços repulsivos e cômicos , acentuados na ironia do autor sobre a sociedade portuguesa.

(*) JB Serra e Gurgel (Acopiara), jornalista e escritor, autor do Dicionário de Gíria, com 35 mil gírias do Brasil, Portugal, Angola e Moçambique. O artigo foi originalmente publicado no Jornal Ceará em Brasília, da Casa do Ceará em Brasília, em março de 2012

COMO COMPRAR O DICIONÁRIO DE GÍRIA

Do Prof. JB Serra e Gurgel

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