Jornal Mensal em idioma gírio – Edição 77 – Ano XII- Niterói/RJ –Janeiro-Fevereiro de 2012

 

500mil
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Chegamos as 565 mil visitas acumuladas, o que nos gratifica.

A medição da nossa audiência apresentou as seguintes variações nos meses de outubro e novembro:.

Em outubro, tivemos 3.804 visitas de nacionais de 33 paises.

Mencionamos, pela ordem, Portugal, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, França, Itália, Espanha, Reino Unido, Japão, Senegal, México, Moçambique, Polônia, Uruguai, Cabo Verde, Peru, São Tomé e Príncipe, Austrália e Bélgica.

No Brasil, foram 3.502 visitas de pessoas de 309 cidades. Pela ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Manaus, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Vitória, Campinas, Cuiabá, Porto Velho, Quixeramobim, Joinville, Palmas, Aracaju, Natal, Santos e Florianópolis.

Em novembro, tivemos 3.222 visitas de nacionais de 36 países.

Fomos visitados por nacionais de Portugal, Estados Unidos, Reino Unido, Argentina, França, Japão, Espanha, Itália.

No Brasil, foram 3.001 visitas de 292 cidades, destacando-se, pela ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Recife, Manaus, Porto Alegre, Goiânia, Belém, Vitória, Fortaleza, Osasco, Santo André, Campinas, Campo Grande, Maceió, São Luís, Joinville, Cuiabá, João Pessoa, Aracaju, Santos e Porto Velho.

Consolidamos uma posição, construímos uma referência.

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A morte do prof. Albert Audubert, autor do livro "Gíria e argot - Dictionnaire d'argot brésilien (gíria)"

Recebi do Sr. Philippe Vaineau, colaborador permanente deste Jornal, o artigo abaixo da profa. Leyla Perrone-Moisé, Professora Emérita da Faculdade de Filosofia,Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sobre a morte do prof. Albert Audubert, que ele conheceu em França, e com que troquei correspondência , enviando-lhe meu livro Dicionário de Gíria, por reconhecer sua contribuição para os estudos da gíria brasileira, manifesta no seu livro "Gíria e argot - Dictionnaire d'argot brésilien (gíria) - argot français, na prestigiosa editora Max Niemeyer de Tübingen, com introdução de Kurt Baldinger e prefácio de Haroldo de Campos.

Não consegui me comunicar com a profa. Leyla o que faço aqui, pedindo –lhe desculpas pela republicação do seu artigo, originariamente publicado no Jornal da USP.

"O professor Audubert: intelectual notável e professor fora do comum

O falecimento de Albert Audubert, no dia 29 de agosto, nos priva de um notável ex-professor e de um amigo constante. Ao deixar a USP, onde lecionou por longos anos, Audubert voltou à sua terra natal, a Corrèze, e passou a exercer uma atividade política intensa, no Partido Socialista Francês. Quando, depois de ser prefeito de sua cidade, foi eleito conselheiro geral da região Beaulieu-sur-Dordogne, um jornalista assim o descrevia:

"Um homem forte em todos os sentidos do termo. (...) Fisicamente,

Sobretudo quando ele aparece com sua boina basca; parece um jogador de rugby, por sua corpulência e sua fala. (...) Forte, ele é também e ainda mais no plano intelectual. Esse homem que conservou, de suas origens camponesas, a simplicidade de maneiras, o ar bonacheirão e o amor por seu cantinho de terra, é um brilhante universitário. Agrégé em gramática, Albert Audubert foi um propagador da língua e da cultura francesas no estrangeiro, sobretudo no Brasil, onde dirigiu, durante 14 anos, o Centro de Estudos Franceses da Universidade de São Paulo. Hoje, ele divide seu tempo entre a Universidade de Bordeaux III, onde ensina a lingüística brasileira, e sua cidade de La Chapelle-aux-Saints, da qual é prefeito desde 1977" (Le Populaire du Centre, 23 de março de 1979).

Pareceu-me oportuno citar essa descrição porque ela evoca bem a Presença forte e calorosa de Audubert. Em sua volta à França, ele não foi apenas um político de prestígio, mas também um promotor de importantes ações sociais. Militou ativamente, em sua região, nas associações que trabalham pelo emprego de deficientes, e promoveu uma campanha vitoriosa para que as pessoas mantivessem os idosos em casa, em vez de interná-los em asilos. Seu sobrinho Pierre, seguindo sua orientação, formou-se em medicina em Bordeaux e optou por exercer sua profissão no campo.

Paralelamente a essas atividades, Audubert foi um defensor do ensino da língua portuguesa na França, tendo sido muito influente, como Integrante do Conselho Superior das Universidades, na criação de cargos de professores dessa disciplina. Sua obra publicada confirma esse amor à nossa língua. Enquanto esteve entre nós, colaborou na Revista de História e Língua e Literatura, da USP. Em 1967, publicou em São Paulo Do português para o francês, e em 1972, em colaboração com B. Pottier e C. Paes, Estruturas lingüísticas do português. Em 1980, prestou assessoria à publicação do Dicionário francês-português de locuções, de Aluízio Mendes Campos (Editora Ática). Em 1987, publicou L'usage et le langage de la "maconha (marihuana)" au Brésil (Lisboa-Paris, Fundação Calouste Gulbenkian). E em 1996 publicou sua obra mais importante, Gíria e argot - Dictionnaire d'argot brésilien (gíria) - argot français, na prestigiosa editora Max Niemeyer de Tübingen, com introdução de Kurt Baldinger e prefácio de Haroldo de Campos. Ainda recentemente, em 2000, escreveu um artigo intitulado "La question de La langue nationale au Brésil" (Hérodote, nº 98). Como reconhecimento de sua atuação universitária, foi condecorado com a Ordre National Du Mérite e as Palmes Académiques.

Muitos de nós, que fomos seus alunos ou colegas, lhe devemos muito, e não apenas no campo intelectual. Pessoalmente, não fui sua aluna, porque ele chegou à Maria Antônia quando eu já me havia licenciado. Mas devo a ele minha carreira na USP, pois foi ele que me convidou a voltar, como professora, quando eu lecionava na PUC-SP, em 1970. Acredito que as circunstâncias desse convite merecem ser lembradas, porque dizem muito do professor Audubert. Ele me convidou por telefone, sem que nunca nos tivéssemos visto, e a razão do convite eram os artigos sobre literatura francesa que eu publicava no Suplemento Literário de O Estado de São Paulo e que ele apreciava. Isso aconteceu numa época em que ainda não havia concursos de ingresso, e os "catedráticos" exerciam um poder total sobre as novas contratações. O fato de Audubert ter me convidado por razões exclusivamente intelectuais revela muito da maneira como ele exercia aquela cátedra.

De fato, o período Audubert, em plena ditadura militar, foi marcado pela democratização e pelo abrasileiramento da "cadeira de francês". Os professores franceses anteriores a ele agiam como se estivessem numa colônia francesa, lecionando nos moldes da metrópole e

desinteressando-se até mesmo da língua portuguesa, que se dispensavam de aprender.

Audubert, pelo contrário, integrou-se logo à cidade e ao País. Não apenas falava português correntemente, mas também tornou-se um especialista da língua, o que confirma a disciplina que mais tarde inventaria em Bordeaux, a exótica "Lingüística Brasileira" referida no artigo acima citado. Fez amigos em vários círculos paulistas, desde os universitários e intelectuais até os mais populares. Era muito estimado por artistas e escritores, assim como pelos jornaleiros e vendedores de rua, que o conheciam como o Professor Alberto.

Na área de francês, prestigiou e incentivou os colegas brasileiros que, depois de sua partida, assumiram definitivamente a direção do curso.

Organizou a Associação dos Professores de Francês, que se estendeu

depois em nível nacional. Criou estágios anuais de aperfeiçoamento de

professores de francês na França e incentivou a concessão de bolsas a

estudantes brasileiros. Sua ação não se exerceu apenas na USP, mas

também na Unicamp, onde colaborou para a criação do Instituto de

Estudos da Linguagem, tendo lá deixado amigos e discípulos como Carlos Vogt e Rodolfo Ilari.

No ensino, Audubert teve uma atuação marcante. Não era, absolutamente, um professor comum. Com sua voz tonitruante e sua gesticulação, imprimia um grande dinamismo em suas aulas. Aconteceu-me, uma vez, dar aula na sala vizinha à sua, nas antigas Colméias, onde as paredes eram finas. Ele estava dando um texto de Molière e "representava" todos os papéis da peça, de modo que seus alunos explodiam em gargalhadas; e os meus, ouvindo o tumulto que vinha da sala ao lado, deviam estar achando minha aula muito sem graça.

Sua última passagem pelo Brasil foi motivada pela posse, na Academia Brasileira de Letras, de seu ex-assistente na Universidade de Bordeaux, o poeta Antonio Carlos Secchin. Esteve em São Paulo exatamente no dia em que a professora Véronique Dahlet defendia sua tese de livre-docência em Língua Francesa, a primeira na história do curso. Acompanhei-o então ao Salão Nobre da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde sua presença foi festejada por um grande número de ex-alunos, agora professores dos cursos de Letras.

Quero terminar esta minha evocação de Audubert por esse traço característico de sua personalidade, que era o bom humor. Entre os recortes de jornal de sua terra, que ele me mandava regularmente, encontrei a notícia que passo a resumir, e que poderia ter por título "Uma história de cigarras".

Em sua juventude, Audubert trabalhou na equipe do famoso lingüista Von Wartburg, que preparava um grande dicionário etimológico da língua francesa. Nessa equipe, teve por companheiro o suiço Paul Zumthor, que se tornaria mais tarde um medievalista conhecido internacionalmente, inclusive no Brasil, onde esteve ministrando cursos. A amizade entre os dois durou a vida toda. No fim dos anos 70, Zumthor, que residia então em Montreal, comprou uma casa de campo a poucos quilômetros de La Chapelle-aux-Saints.

Os dois lingüistas viviam inventando brincadeiras. Uma delas foi registrada, com aparente seriedade, o jornal La Montagne de 11 de agosto de 1992:

"A cigarra não é mais um inseto, é uma região. A prova é a tese que desenvolve Albert Audubert, prefeito de La Chapelle-aux-Saints, e seu amigo e vizinho de Bilhac, Paul Zumthor. Os dois observaram que a presença das cigarras no sul da Corrèze coincide com traços lingüísticos particulares dessa região, traços que não se encontram mais ao norte."

O jornalista explica a tese: as cigarras demarcariam uma "fronteira" entre dois dialetos diferentes, entre as regiões de Limousin e Quercy. "Com a presença das cigarras, é outro domínio cultural que começa", garante Albert Audubert. "Quando as ouvimos, sabemos que atravessamos um limite",acrescenta Paul Zumthor. O jornalista comenta que "falta provar cientificamente essa afirmação". E Audubert responde: "Veremos isso mais tarde, quando eu me aposentar..."

Albert Audubert já nos faz muita falta.

Leyla Perrone-Moisés é Professora Emérita da Faculdade de Filosofia,

Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

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POEMA PORNÔ

Quer seja curto ou comprido

Quer seja fino ou mais grosso

É um órgão muito querido

Por não ter espinhas nem osso

De incalculável valor

Ninguém tem um a mais

E desempenha no amor

Um dos papéis principais

Quando uma dama aparece

Ei-lo a pular com fervor

Se é um rapaz, estremece

Se é velho, tem pouco vigor

O seu nome não é tão feio

Pois tem sete letrinhas só

Tem um R e um A no meio

Começa em C e acaba em O

Nunca se encontra sozinho

Vive sempre acompanhado

Por outros dois orgãozinhos

Junto de si, lado a lado

O nome destes porém

Não gera confusões

Tem sete letras também

Tem L e acaba em ÕES

Prá acabar com o embalo

E com as más impressões

Os órgãos de que eu falo...

São o CORAÇÃO e os PULMÕES.

PENSOU BESTEIRA, NÃO FOI?

QUE MENTE SUJA, VIU?...

APROVEITA O ÍNICIO DA SEMANA E VAI REZAR...

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O título do poema é:

POEMA PORNÔ SÉRIO

DICIONÁRIO DOS TRAÍDOS

Ateu - Aquele que leva chifre e não acredita.

Atrevido - Aquele que se mete na conversa da mulher com o Ricardão.

Banana - Aquele que a mulher vai embora e deixa uma penca de filhos.

Brahma - Aquele que pensa que é o número um.

Brincalhão - Aquele que leva chifre o ano inteiro e no carnaval sai fantasiado de urso.

Camarada - Aquele que ainda empresta dinheiro pro Ricardão.

Cebola - Aquele que quando vê a mulher com outro, só chora.

Crente - Aquele que sempre crê que sua mulher é honesta.

Denorex - Aquele que não parece, mas é.

Descarado - Aquele que leva chifre e ainda sai desfilando com a mulher.

Detetive - Aquele que segue a mulher dos cornos e esquece a dele.

Educado - Aquele que aprendeu com o pai a nunca deixar de cumprimentar o Ricardão.

Elétrico - Aquele que quando o amigo diz:"Tua mulher tá te traindo!" diz, "Tô ligado!".

Familiar - Aquele que só leva chifre de parente.

Fofoqueiro - Aquele que leva chifre e sai contando pra todo mundo.

Frio - Aquele que leva chifre, mas não esquenta.

Iô-iô - Aquele que descobre, vai e volta.

Medroso - Aquele que fica escondido, esperando o Ricardão ir embora.

Masoquista - Aquele que leva chifre, mas não larga a mulher.

Papai-Noel - Aquele que vai embora e volta por causa das crianças.

Político - Aquele que só faz promessa:"Vou matar este cara!".

Preguiça - Aquele que só chega atrasado:"Ainda te pego!".

Salário Mínimo - Aquele baixinho que só comparece uma vez por mês.

Salsa e Merengue - Aquele que chega em casa, vê os Ricardões enfileirados

e exclama: "Epa! Um, dois, três..."

Teimoso - Aquele que leva chifre da esposa e da amante.

Terremoto - Aquele que quando vê a mulher com outro fica tremendo.

Xuxa - Aquele que não larga a mulher por causa dos baixinhos.

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Show da língua portuguesa!

'Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:

'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga aconta do padeiro nada dou aos pobres.'

Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) A irmã fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) O sobrinho chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história:

'A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Somos nós que fazemos sua pontuação.

E isso faz toda a diferença.

 

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