Jornal Mensal em idioma gírio – Edição 74 – Ano XI- Niterói/RJ –agosto de 2011


 

 

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Estamos nos antecipando aos dois marcos gírios na língua portuguesa, em 2012.

O 1° diz respeito aos 300 anos de gíria na língua portuguesa,a partir da menção do verbete gíria no Dicionário da Língua Portuguesa, do padre Raphael Bluteau, disponível na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e na Biblioteca do Real Gabinete Português de Leitura também no Rio de Janeiro.

O 2º se refere ao centenário do lançamento do 1º dicionário de gíria, com a expressão gíria no titulo, de Elysio de Carvalho. A "Gíria dos Gatunos Cariocas", foi publicado em 1912, pela Imprensa Nacional, no Rio de Janeiro.

Esperamos que instituições como a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras registrem estes marcos.

Esperamos também que os cursos de língua portuguesa, nas universidades portuguesas e brasileiras, assinalem os eventos com manifestações.

Que não aconteça ao que aconteceu nos 250 anos das "Infermidades da Língua", registradas por Manuel Joseph Paiva (Portugal) , em 1759.

E, 2009, por conta própria, tentei sensibilizar diversas instituições para a significação do marco. Advertindo que eram centenas de palavras que não poderiam ser faladas ou escritas, sendo que muitas delas foram parar na gíria A proibição partiu da Santa Inquisição..

De 1º a 30 de junho, o nosso site teve auditadas 3.228 visitas, com 4.732 visualizações de página.

O site foi visitado por nacionais de 35 países, especialmente Portugal, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Itália, México, Angola e Senegal.

No Brasil,foram registradas visitas de naturais de 307 cidades.

os maiores números de vkisitas foram de São Paulo (338), Rio de Janeiro (276), Belo Horizonte (166), Salvador (155), Recife (118), Brasília (106), Curitiba (96), Porto Alegre (77), Fortaleza (70) e Manaus (55).

 

A origem da expressão mineira "UAI"


Segundo o odontólogo Sílvio Carneiro e a professora Dorália Galesso, foi o presidente Juscelino Kubitschek que os incentivou a pesquisar a origem.

Depois de exaustiva busca nos anais da Arquidiocese de Diamantina e em antigos arquivos do Estado de Minas Gerais, Dorália encontrou explicação provavelmente confiável.

Os Inconfidentes Mineiros, patriotas mas considerados subversivos pela Coroa Portuguesa, comunicavam-se por meio de senhas, para se protegerem da polícia lusitana.

Como conspiravam em porões e sendo quase todos de origem maçônica, recebiam os companheiros com as três batidas clássicas da Maçonaria nas portas dos esconderijos. Lá de dentro, perguntavam: quem é?, e os de fora respondiam: UAI - as iniciais de União, Amor e Independência. Só mediante o uso dessa senha a porta seria aberta aos visitantes.

Conjurada a revolta, sobrou a senha, que acabou virando costume entre as gentes das Alterosas. Os mineiros assumiram a simpática palavrinha e, a partir de então, incorporaram-na ao vocabulário quotidiano, quase tão indispensável como tutu e trem. Uai, sô ... Trem bão...

A materia acima saiu no Jornal Correio Brasiliense.

CARIOCAS

Carioca não diz sim, fala: já é, demorô;  

Carioca não fala "tá me tirando, mano?", fala "tá de sacanagem"!

Carioca não briga, sai na porrada;

Carioca não tem carta, mas carteira de motorista

Carioca não fala farol nem sinaleira, mas sinal

Carioca não entende, se liga;
Carioca não engrossa, dá uma de migué, se colar, colou!

Carioca não mente, manda um caô;
Carioca não fala oi, fala qualé, coe;
Carioca não fala vai, fala "mete o pé, vaza".
Carioca não pede desculpas,  diz foi mal!
Carioca não diz brigado, diz valeu!
Carioca não passeia, dá um rolé;
Carioca não fala "Pô, meu!", fala "porra, cara, caralho, maluco"; 
Carioca não atende o celular dizendo alô?, e sim dizendo Fala aê...;
Carioca não dá idéia , manda uma real!
Carioca não fica chateado, fica bolado!
Carioca não conversa, desenrola;
Carioca não sai escondido, carioca dá um perdido;

Carioca não paga R$ 200,00 pra ver U2. Carioca vai a praia e vê os Stones de graça!!

Carioca não pede por favor, fala na moral...
Carioca não tem mano, tem mermão, parceiro, irmão, brother, malandro, Mané, bundão...
Carioca respeita a lei do morro, não sei, não vi, não conheço!

Carioca não usa tênis, vai de Havaianas mesmo!
Carioca não fala tá certo, fala tá blz!!

Carioca não fala deixa comigo, fala é nois, tamu junto, é tudo nosso!"

Carioca quando chega em outro lugar, nego já sabe que é carioca só pelo jeito de andar!!!

Carioca não pensa , carioca faz e pronto, se der merda deu.
Carioca não diz: "o que aconteceu diz: "Qual foi?"

Carioca não fala "Oi tudo bem?", manda logo um Coéééééé, parceiro, tranqüilidade irmão";
Carioca não é só nascer no Rio... é um estilo de vida!!!!

Carioca não é convencido, é realista!

Carioca não precisa ser gente boa, é marrento mermo!

Carioca vive numa cidade com 900 favelas, ARIOCA VIVE NUMA CIDADE COM 900 FAVELAS e mesmo assim continua sendo umas das mais lindas do mundo, e quem vem pra cá não sai mais e se sai quer voltar!!

Nós temos nada mais que: Maracanã, Torcida do Flamengo,Vasco, Fogo e Fluminense, Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Ipanema, Leblon, Copacabana, Lapa, Barra da Tijuca, Prainha, Niterói, Angra dos Reis, Arraial do Cabo, Búzios, Cabo Frio, Petrópolis, Teresópolis, Paraty, Rio das Ostras,... e o mais lindo por do sol do mundooooooooooo!! Tá ligado!!

 Homenagem aos cariocas e os que não são cariocas, mas que amam o Rio de Janeiro.

 

Reforma começa a render fructos

Ivan Lessa, Colunista da BBC Brasil,

Atualizado em  18 de fevereiro, 2011 - 08:01 (Brasília) 10:01 GMT

Ou talvez seja frutos. Sem o C. Ou ainda frutas, feito a banana ou o Carlinhos Boca de Veludo.

O fato, para não falar do facto, de Portugal não ter ainda cumprido com sua parte no que já foi chamado de (risos) "acordo" não impede o Brasil e aqueles paisotes africanos que, pobrezinhos, se viram obrigados, sob ameaça de tronco e chibata no lombo, de adotar o português, conforme sua expressão brasileira, de seguir adiante e escalar montes Roraimas de necessidade obscuras e motivos de galhofas para línguas mais complexas.

Paisões de língua mais complexa e rica, mais alfabetizados e criativos, jamais adotaram e nem sequer adoptaram reformas ou acordos inúteis. Tal como acontece com os Estados Unidos, a França e a Alemanha. Esses nunca quiseram uniformizar nada de nem ninguém a não ser um soldadinho na hora de um pau, nuclear ou não, comer. Reforma é com a gente. Vide nossos militares e outros anistiados.

Enfim, os verdadeiros objetivos do "acordo" ou "reforma" acabam de por (pôr?) suas manguitas de fora. O negócio é tutu. E tutu com torresmo e acompanhamento variado. Deu num jornal que me passou pelos olhos.

Sabemos: pouquíssimos jornais, ou mesmo nenhum, vivem de anúncio. E não é só de pasta dental. Livro também rende uns bons cobres. Os livros e seus donos, os editores, são filhos de Deus e, que remédio, têm que viver (embora nunca tenha sido explicado direito nessa história, o porquê de seu viver). Ler não é a nossa. Nem escrever. Passadismos, para ser franco. O importante é sobreviver em meio à essa "classe média" que, dizem, cresce a cada dia.

O que estava no jornal que me caiu diante dos olhos frente ao computador indiscreto? Muito simples, muito natural, tão esperado quanto a aposentadoria de algum Ronaldo que tenha jogado pela seleção brasileira. Com ou sem hipertiroidismo.

Segunda a informação informatizada, o governo – esse que está aí, estalando de novinho – decretara que estava aberta a licitação para a compra de 10 (eu disse dez) milhões de dicionários a serem distribuídos para escolas de todo tipo, tamanho e peso. Basta que tenham um arremedo de teto para chamarem de "sala de aula" que o novo dicionário estará lá dando presente. Pois, como tanta coisa nossa, será obrigatório. Presente, hein? Vou te contar.

Conforme a velha piada, os responsáveis pela irresponsabilidade linguística insistem em dizer que todo analfabeto ou "dimenó" tem até 2013 para aprender a escrever superómi ou desaprender toda aquela hifenagem que tanto trabalho deu. Para não falar no trema, que já era.

Bullying, fashion show e outros points, quero crer, estarão presentes nos citados dez milhões de volumes, pouco estéticos, mas – ah, Brasil!! – obrigatórios, feito já disse e me apraz repetir. Começaram então, editores, autores e livreiros a contar, bem devagarzinho, e é aqui que entra a velha piada, uuuum, doooiss, trêêês (ou será treees?) e assim por diante até chegar a 2013.

Enquanto isso, haja Flip e haja Flop, sandálias havaianas legítimas e essas preciosidades publicadas todas as semanas nesse festival de jabutis, jabotis e outros quelônios de real valor que causam inveja a qualquer literatura digna do nome.

Como somos o povo mais informatizado do planeta, há site (nunca sítio) que não acaba mais para liquidar com qualquer dúvida neo-ortográfica. Já contei sete: um.português.com e ortografa.com.br são apenas dois deles.

Em 2015, tudo indica, quem escrever, mesmo no mictório do botequim, e até do butequim, para não falar no livreco de contos ou romancete, indicando desconhecimento das novas regras pegará prisão. Até 2018, segundo consta, sem interrogatório violento ou ameaça de tortura. Depois... Depois a gente vê. Afinal, tudo isso quer dizer Brasil, já dizia o velho samba.

Ah, gostosura ser editor nesse país. Poder mudar em milhões e milhões livros as novíssimas palavras voo, creem, ideia, joia e destróier, para citar apenas algumas e com elas facturar pra valê. Consta que Eike Batista (e não Baptista) está pensando em entrar para o acirrado e suculento metiê. Os pobres podem não ter dentes, mas ô boca rica que são, minha gente!

 

As conseqüências do Internetês preocupam.

Grafia alterada por jovens pode comprometer o idioma?

Atualizado em 9 de março, 2009 - 13:03 (Brasília) 16:03 GMT

Enquanto os países lusófonos discutem as mudanças exigidas pelo acordo ortográfico, há quem esteja mais preocupado com a "contaminação" da língua pelas abreviaturas e alterações adotadas pelos jovens quando eles se comunicam pela internet ou pelos telefones celulares.

Em Portugal, o tema causou polêmica quando as modificações da ortografia e a falta de pontuação ou de acentos começaram a aparecer em trabalhos escolares há alguns anos. As escolas passaram a punir com notas baixas os alunos que não sabiam diferenciar a linguagem rápida das mensagens da norma culta da língua.

Segundo linguistas, a chave para evitar que a língua portuguesa seja comprometida pelo "internetês" é justamente garantir que os jovens saibam separar o registro formal do informal e que eles aprendam não só a escrever rapidamente, mas a escrever bem.

A segunda língua dos portugueses

Língua mirandesa resiste em Portugal

Atualizado em 24 de fevereiro, 2009 - 16:21 (Brasília) 19:21 GMT

Na região de Miranda do Douro, em Portugal, fala-se uma língua que lembra o português, lembra o espanhol, mas é outro idioma: o mirandês.

A língua mirandesa deriva do leonês, que era falado no antigo Reino de Leão, e já foi vista como um dialeto de gente humilde, que não sabe falar da forma correta.

Hoje, o mirandês é o segundo idioma oficial de Portugal. Mas enquanto os oito países lusófonos discutem as mudanças do acordo ortográfico com o objetivo de projetar o português no cenário internacional, os mirandeses lutam para que sua língua e sua cultura sejam preservadas.

Em ritmo de Brasília

Marcelo Torres

E lá fui eu, no meu ritmo baiano, numa odisséia, em busca de palavras, de gírias, de expressões faladas na capital do país. Uma delas é esta frase do título - "em ritmo de Brasília". Eu a descobri através do Aurélio; sim, o dicionário Aurélio!

Se eu perguntar ao amigo o que é "ritmo de Brasília", talvez você me responda que é um ritmo lento, burocrático, devagar-quase-parando, pois você vai pensar naquilo que tramita há anos no Congresso e que dorme em gavetas até morrer nos anais oficiais.

É que, quando se fala em Brasília, as pessoas só pensam na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e num povo que se resume a uma coisa - políticos; e os piores, ainda por cima. É que Brasília parece condenada a carregar por todo o sempre o estigma da política.

Mas não é dessa Brasília que trata esta crônica. Porque aquilo que está lá no Aurélio como "ritmo de Brasília" não tem nada de lento, de devagar-quase-parando. Se quiser, vá agora mesmo ao Aurélio (até mesmo na Internet), abra no verbete "ritmo" e veja lá.

Ritmo (copiei e colei, ou seja, ctrl c + ctrl v), é um substantivo masculino que vem do grego rhytmós e do latim rhytmu, significando, entre outras coisas, o movimento (medido, regrado), o ruído repetido no tempo, com intervalos regulares, com acentos fortes ou fracos.

Existe o ritmo das ondas, o ritmo de um pêndulo, do galope do cavalo. O ritmo das marés, das fases da Lua, do ciclo menstrual da mulher. O ritmo de trabalho, o ritmo de uma escultura, de uma peça de teatro.

Na arte poética, num verso ou num poema, ritmo é a distribuição de sons, de modo que estes se repitam em intervalos regulares, em espaços sensíveis. Um conto, um poema, um romance e até esta crônica tem um ritmo (e espero que esteja sendo um ritmo leve e rápido para você, pois já está acabando).

E o ritmo de que mais lembramos é o da música. O ritmo está ligado ao tempo, à duração, à intensidade. E por falar em música, Brasília é conhecida como a capital do rock, mas aqui rola muito samba, trazido pelos cariocas, o forró dos nordestinos, a música mundial trazida pela estrangeirada e o sertanejo (o DF é chamado "o quadradinho de Goiás").

Então, viva todos os ritmos de Brasília! A cidade feita de muitas cidades é um caldeirão de muitos ritmos.

Mas, resumindo, o "ritmo de Brasília" está gravada para todo sempre no dicionário como um brasileirismo que significa "com extraordinária rapidez". Trata-se de uma "alusão à rapidez com que Brasília foi construída". Ou seja, quando se diz que "as obras estão andando em ritmo de Brasília", se quer dizer que as coisas estão muito céleres.

Portanto, e por fim, quando você ouvir ou ler a frase "em ritmo de Brasília", pode ter certeza, é de rapidez que estão falando. Ritmo de Brasília (receba aí o trocadilho) é ritmo de avião. E fim de papo.

Ah, sim, rapidinho: esta e outras palavras, gírias e expressões você vai ler em "O bê-á-bá de Brasília: dicionário de coisas e palavras da capital". O livro está no forno, ali no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), na Editora Thesaurus, e você vai receber por e-mail o convite para o dia do lançamento (quando marcar).

Marcelo Torres, baiano, radicado em Brasília, jornalista (contato com o autor: marcelocronista@gmail.com). Se repassar, preserve a autoria e a íntegra do texto

 

Contribuição para o estudo do português oficial.

A lição que recebi de um internauta, certamente de oposição ao regime brasileiro e inimigo do ex- Presidente Luis Inácio Lula da Silva, deve constar da próxima cartilha a ser distribuida.

Para quem quer aprender portugues, é sua grande chance !

Filho da puta é adjunto adnominal, quando a frase for: ''Conheci um político filho da puta".
Se a frase for: "O político é um filho da puta", daí, é predicativo.
Agora, se a frase for: "Esse filho da puta é um político", é sujeito.
Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do político e diz: "Agora nega o roubo, filho da puta!" - daí é vocativo.
Finalmente, se a frase for: "O ex-ministro, José Dirceu, aquele filho da puta, desviou o dinheiro para o mensalão" daí, é aposto.
Que língua a nossa, não?!
COMPLETANDO: Se estiver escrito: "Saiu da presidência em janeiro." Aí,o filho da puta é sujeito oculto.
E aí? Aprendeu?

 

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