Jornal mensal em idioma gírio. Edição 009 – Ano 1 – Niterói/RJ, Setembro/Outubro de 2000
12.389 Visitantes É gratificante registrar até 4.10.2000 nada mais nada menos do que 12.389 visitantes à página do Dicionário de Gíria.

Mais sugestões

Na edição anterior falei das sugestões recebidas para o aperfeiçoamento do Dicionário de Gíria.

  • Listar as gírias por regiões.
  • Apresentar a árvore genealógica de cada gíria.

Abri a guarda e chegaram mais sugestões:

  • Datar cada gíria, identificando sua época.
  • Expurgar os palavrões.
  • Agrupar em um verbete os significados diferentes.

Todas as sugestões são bem vindas, pois partem de pessoas sérias, construtivas e que desejam um Dicionário de Gíria completo.

Repito: rada é impossível quando se pode fazer.

Na Espanha

O Dicionário de Gíria já chegou a Gijón/Asturias, na Espanha.

Na Inglaterra

O Dicionário de Gíria já chegou a Londres, Inglaterra.

Mais repercussões

Mais jornais brasileiros voltaram a se ocupar do Dicionário de Gíria.

A Crítica, de Manaus/AM:

Dicionário de Gíria. Divertido vocabulário, de Betsy Bell, de 14.09.2000.
Diário do Nordeste/CE:
Dicionário registra 17 mil gírias portuguesas, 25.9.2000
A Tarde/BA
Gíria, a palavra que une, de José Fonseca Filho, 8.10.2000
Dicionário Moderno
O primeiro Dicionário de Gíria, publicado no Brasil, foi o Dicionário Moderno, em 1903, com 1.700 verbetes, de José Angelo Vieira de Brito, o J, Brito, Bock, que entre tantas atividades exercidas foi Senador da República.
Permaneceu desconhecido do grande público e dos estudiosos até 1984, quando foi resgatado pelo prof. Dino Pretti , da USP, que incluiu no seu livro. Não tem o nome de Dicionário de Gíria, mas serve de referência, por conter a gíria falada no Rio de Janeiro, então Capital da República.  Há quem, afirme, entretanto, que o primeiro Dicionário de Gíria publicado no Brasil foi o de Romanguera, sob o título Vocabulário Sul Riograndense, de 1898, que tende mais a ser um Dicionário de Regionalismos. Registre-se também a "coleção de anexins, adágios, refrões e locuções populares, de J.F. ou J. T. (J. Torres), publicado na Bahia em 1899 e, em parte, incorporadas ao Dicionário de Augusto Alberto Bessa de Carvalho, publicado em Portugal, em 1901.

O Dicionário Moderno antecedeu à Geringonça Carioca, de Raul Perdeneiras, de 1910, embora lançado em 1922, e Gíria dos Gatunos Cariocas, de Elysio de Carvalho, de 1912 mencionado no Jornal da Gíria, Edição 006, de Maio de 2000. Os primeiros verbetes de Bock foram publicados em 1902, em O Coió, que era um hebdomadário ilustrado e humorístico que circulou em 1901 e 1902, no Rio de Janeiro.
Vejamos algumas gírias de 1903, gírias próximos do centenário, o que comprava que gíria é uma língua viva:
Abundância (nádegas);
Babão (boquiaberto);
Brocha (sem disposição sexual);
Bolachas (nádegas);
Cantar (tentar conquistar com galanteios);
Canudo (diploma);
Divina (linda);
Embandeirado (ornamentação adulterina);
Enfeite (ornamentação adulterina);
Enrabichar (Ter paixão);
Galho (ornamentação adulterina);
Gostosa (mulher de alta cotação);
Lábia (astúcia);
Lesar (prejudicar);
Luneta (óculos);
Maciota (devagar para não doer);
Notório (conhecido);
Ostra (mulher velha);
Patroa (dona de casa);
Pingolão (mulher grande);
Protuberâncias (nádegas);
Quarentona (mulher velha);
Sapeca (namoradeira);
Trepar (fazer sexo);
Vaca (mulher de altas qualidades);
Xadrez (cadeia);
Zona (prostíbulo);
Zorra (confusão).

(Serviço: para entender o que está neste JORNAL DA GIRIA compre o DICIONÁRIO DE GÍRIA, de JB Serra e Gurgel, à venda na Saraiva e na Siciliano, a 20 mangos, 20 contos, 20 merréis, 20 reais, 20 barões, 20 paus, 20 pratas, 20 pilas. Se preferir, peça direto ao autor, com direito a autografo. E-mail: gurgel@cruiser.com.br

Voltar