Jornal mensal em idioma gírio. Edição 007, Ano 1, Niterói, Maio/Junho de 2000.

17 MIL GÍRIAS Á VENDA É COMPRAR, LARGAR OU  FICAR VIAJANDO NA MAIONESE

Continua à venda nas redes de livrarias, Siciliano, Saraiva, Paraler, Aberta e Acaica de BH, bem como com o próprio autor, JB Serra e Gurgel, a 6ª edição do O DICIONÁRIO DE GÍRIA, - MODISMO LINGUÍSTICO, O EQUIPAMENTO FALADO DO BRASILEIRO, com quase 17 mil verbetes, em 600 páginas, o mais completo DICIONÁRIO DE GÍRIA editado no país e na língua portuguesa. O preço é de apenas 24 reais, mangos, paus, pilas, contos, merréis, cruzas, barões. É o primeiro livro que é vendido em todas as moedas correntes e ao alcance de todos os durangos, isto é, os sem grana.

O DICIONÁRIO DE GÍRIA, segundo o autor, é indispensável para se entender a linguagem utilizada no rádio e na televisão, bem como nos jornais e revistas populares. "No Brasil, os meios de comunicação para não se distanciar de seus telespectadores, ouvintes e leitores optaram em usar a linguagem que o o povão usa, a gíria, que é idioma de todas as tribos e galeras, não importa a classe social, renda, escolaridade, faixa etária. "Sem gíria, disse JB Serra e Gurgel, não tem papo. A gíria é o idioma que todos falam e todos entendem".

A 6ª edição do DICIONÁRIO DE GÍRIA poderá ser solicitada pelo Correio, sem despesas adicionais de remessa, a JB Serra e Gurgel, SQS 302, Bloco B, apto. 403, CEP 70.338-020, Brasília DF. De quebra, o comprador ganhará um autógrafo amigo. Na compra de cinco exemplares, o sexto será um brinde do autor. Para o exterior, o preço é de US$ 20,00, incluso frete. Os pagamentos poderão ser feitos por cheque, vale postal ou depósito na conta 261.644-6, Agência 0005, da Caixa Econômica Federal, ou na conta 825.754-X, Agência 2783-8, do Banco do Brasil.

GÍRIAS DE 1912

Muita gente ainda acredita que só malandro fala gíria e que a gíria é o dialeto da malandragem, da vagabundagem, da vadiagem. Este conceito é ultrapassado, careta. Não é bem assim. Gíria é modismo, a linguagem das ruas. As gírias podem marcar uma época, pois elas vão e voltam. Sem medo de errar e ser feliz, a gíria é a Segunda língua dos brasileiros, ganhando do inglês, do espanhol, do japonês, do alemão.

Aqui estão algumas gírias faladas, na cidade do Rio de Janeiro, em 1912, e que foram reunidas por Elysio de Carvalho, no seu livrinho, "Gíria dos Gatunos Cariocas". Elysio trabalhava na polícia e recolheu as gírias utilizadas na época. São gírias com mais de 88 anos, certamente muitas delas já eram usadas na linguagem usual dos cariocas no começo do século.

achacar (pedir dinheiro); afanar (roubar); aliviar (roubar);

barrar (impedir); beiço (não pagar); berrante (revolver); bobo (relógio);

cabreiro (desconfiado); cana (prisão); ciscante (galinha);

dar o fora (fugir);

encanar (prender); encrenca (confusão); escabriado (bêbado); espinafrar (descompor);

farra (bebedeira); ficar tiririca (irritar-se);

homens (autoridades policiais);

lorota (mentira); lorto (nádegas);

manjar (conhecer); micho (sem dinheiro); mina (mulher);

osso (namorada); otário (ingênuo);

paca (tolo); patota (grupo); patureba (tolo); penosa (galinha); pisantes (botinas);

quengo (cabeça);

ranzinza (renitente); rato de hotel (ladrão de hotel);

serelepe (astuto);

talagada (gole de aguardente); tira (agente da polícia); troços (objetos)

xereta (bajulador);

zoeira (barulho).

(Serviço: para entender o que está neste JORNAL DA GIRIA compre o DICIONÁRIO DE GÍRIA, de JB Serra e Gurgel, à venda na Saraiva e na Siciliano, a 20 mangos, 20 contos, 20 merréis, 20 reais, 20 barões, 20 paus, 20 pratas, 20 pilas. Se preferir, peça direto ao autor, com direito a autografo. E-mail: gurgel@cruiser.com.br

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