Jornal Mensal em idioma gírio. Edição 013 – Ano 2 – Niterói/RJ, Maço/Abril de 2001

AS GÍRIAS MAIS USADAS PELOS BANHISTAS
Bonde da turma – o ônibus que pega as pessoas em casa, sempre de madrugada, para levar todo mundo à praia.

Foi a nocaute – quando o veículo sofre poroblema mecânico durante o passeio.
Mulher de dez Skolls ou Mulher Chumbinho – garota feia, que homem só paquera depois de beber muito.
Filé do Grumari, popozuda ou filezão. Mulher muito bonita que todo mundo tenta conquistar na praia.
Posso melar a farofa? – pedir permissão ao motorista para ir namorar dentro do ônibus, quando todo mundo está aproveitando a praia
Vacilão – de beber tanto, a pessoa se sente mal.
Bater o tantã - organizar um pagode na praia.
Sujô ou Óia os Papa Milke aí na parada- quando há blitz da PM na estrada.
Lombrô geral – confusões, brigas =, tumultos.
Olha o boi! – aviso que o churrasco está no ponto.
Botar um furacão - tocar um CD com músicas funk para a turma dançar

(JB: 16.10.2000)


GÍRIAS APROXIMAM CARIOCAS RICOS E POBRES
Arrumar Conflito
– brigar , causar problemas.
Bombar- estar animado. Exemplo: "A festa está bombando".
CB –abreviatura (sic) de sangue bom.
Demorar
– finalmente; fazer algo acontecer.
Tá dominado – perder, estar na pior. Exemplo: "minha irmã vai fazer vestibular. Tá dominada"
Que emotion – diz-se de algo muito bom.
Entrar na fita – entender, participar da conversa.
Mala – pessoa inconveniente.
Multiface – pessoa falsa, que falta com a palavra.
Ninguém merece – diz-se de algo ou alguém que perturba Também usado em seu significado original.
Passar cerol na mão – levar uma mulher para a cama.
Perder – ficar mal; passar por uma situação constrangedora.
Pichadão – homem feio, sem graça.
Popozuda – mulher bonita, gostosa.
Preparado (a) – inteligente, moderno.
Show – ótimo.
Sinistro – muito bom ou muito ruim.
Sufocador – pessoa inconveniente.
Teto-teco – mulher feia, oposto de avião.
Terror -
Pessoa corajosa ou muito boa no que faz.

(O GLOBO – 19.11.2000)

 

A MORTE DAS LÍNGUAS
O filósofo Leandro Konder escreveu em O GLOBO, de 8.01.2001, o artigo "A Morte das Línguas", em que noticiou o lançamento na França do livro "Halte à la mort des langues" (Parem com a morte das línguas), do linguista Claude Hagége, lembrando que no mundo são faladas 5 mil línguas e 25 delas estão morrendo e desaparecendo por ano. Isto daria a morte de uma língua a cada 15 dias. Konder formula algumas considerações relevantes: "Uma língua não é um código composto por um conjunto de palavras. Não resulta de uma contrução técnica destinada a comunicar conteúdos previamente existentes". "Em cada língua, além do uso que ela tem na esfera da comunicação, os seres humanos se expressam, se descobrem, se inventam". "Cada idioma, elaborado coletivamente ao longo de séculos, manifesta determinados modos de sentir, de pensar e de viver de um grupo humano, grande ou pequeno".

GLOSSÁRIO PARA ENTENDER O UNIVERSO FUNKEIRO

Bonde – grupo. Pode ser um conjunto musical ou uma turma de amigos que dançam juntos em um baile.
Chapa quente – bom de cama.
Cachorra – mulher que toma a iniciativa de seduzir. Desinibida na cama.
E aí, choque? – Oi! Tudo bem?
Filé – homem bonito ou mulher bonita.
Martelo, martelão – batida de música funk. Também é uma referência ao órgão sexual masculino.
Popozuda – Mulher de bumbum empinado e grande.
Preparada – Mulher à procura de parceiro.
Tá dominado – Conquistado. Tanto serve para ver ma menina apaixonada como um baile em que o DJ empolga o público.
Tchutchucas – Tratamento carinhoso para moças menos atiradas.
Tigrão – Rapaz sexy, seguro de seu desempenho sexual.

(ISTO È – 26.02.2001)

(NA – Muitas das gírias aqui mencionadas não constam do meu DICIONÁRIO DE GÍRIA, que é o único da língua portuguesa, apesar de 16.200 verbetes, na 6ª edição. A ressalva se faz necessária. Pode ser que venham a constar da 7ª edição. Agradeço aos internautas que mandam gírias. Continuem mandando. Agradeceria informações sobre dicionários de gírias, que sejam editados em qualquer país de língua portuguesa).

Onde encontrar o DICIONÁRIO DE GÍRIA?


O DICIONÁRIO DE GÍRIA poderá ser solicitado pelo Correio, ao preço de R$ 20,00, sem despesas adicionais de remessa, a JB Serra e Gurgel, SQS 302, Bloco B, apto. 403, CEP 70.338-020, Brasília-DF ou Rua Presidente Pedreira, 135, apto.701, Ingá, 24.210.470, Niterói-RJ. O pagamento também poderá ser feito através de crédito na conta 261-644-6, da Agência 0005, da Caixa Econômica Federal, ou na conta 825.754-X, da Agência 2873-8, do Banco do Brasil. O livro está disponível na rede SICILIANO de livrarias e nas livrarias SARAIVA, nas livrarias Acaiaca, de Belo Horizonte, Gutemberg, de Niterói, Ao Livro Técnico, de Fortaleza, e nas lojas da ArteCapital (Pátio Brasil, Shopping Taquatinga e Aeroporto) e nas livrarias Técnica (102) , da Rodoviária e Nossa Livraria (104) de Brasília. Maiores informações sobre a edição poderão ser obtidas no "site" da Internet: http://www.cruiser.com.br/giria ou pelo endereço eletrônico: gurgel@cruiser.com.br.

(Serviço: para entender o que está neste JORNAL DA GIRIA compre o DICIONÁRIO DE GÍRIA, de JB Serra e Gurgel, à venda na Saraiva e na Siciliano, a 20 mangos, 20 contos, 20 merréis, 20 reais, 20 barões, 20 paus, 20 pratas, 20 pilas. Se preferir, peça direto ao autor, com direito a autografo. E-mail: gurgel@cruiser.com.br

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